Não há outra alternativa Ooiji, precisamos fazer com que eles sucumbam ao caos. Hoje, Iwa irá decidir, se irá prosperar, ou degradar. Respirei fundo quando aquela voz, novamente, falou comigo. Estava coberto por uma capa e com o rosto coberto por uma máscara ANBU. Meus pelos arrepiaram a chegar perto dos portões da vila. Qual o horário, como estava o clima? De certo, estava absurdamente calor, o que era responsável por me deixar mais lento do que o comum, como se meu corpo não estivesse completamente acostumado com o clima local.

Havia chego recentemente ao país, e pouco tive tempo para conhecer a sua cultura. Na verdade, iria os colocar em cheque, e logo, provavelmente, todos daquela maldita vila irão querer minha cabeça numa bandeja. De qualquer forma, parei em torno de duzentos metros dos portões, com meu Kagura Shingan, não deveria ser impossível ler a maior parte da vila, afinal, conhecimento em uma invasão, era poder. Quanto mais escondido estivesse, e quanto mais tempo levassem até me descobrir, mais perto estaria de conseguir efetivamente mudar o status quo daquela ilha de merda.

Devo dizer, Robin, eu estou um pouco receoso com isso tudo, não é muita imprudência invadir uma vila sozinho? A partir do momento que entrar naquele lugar, eu serei tratado como um inimigo em potencial, e provavelmente, serei morto se tiverem a chance. Sorri, como quem realmente já soubesse a resposta. O grande ponto é: eu nunca estou sozinho. Tendo as posições dos meus prováveis alvos, iria invadir a vila pelo lugar menos povoado, com menos segurança.

Chegando a uma distância de cem metros dos guardas mais próximos tomaria para mim o controle momentâneo dos seus corpos sequindo uma sequência de notas musicais que tornar-se-iam um jutsu já conhecido: Shinran Enbu no Jutsu, fazendo com que dois deles, viessem de encontro a mim, encenando um soco na boca do estômago. Quem é você, mascarado? E o que quer aqui? Manter-me-ia calado, e assim, acessaria as memórias dos dois guardas para saber a localização do então Tsukage, como todas as memórias que eles possuíam de vê-lo em batalha, comportamento, personalidade.

O Tsukage - proferiria o nome - precisa ver esse maldito. E assim, tentaria ganhar carta branca para ser arrastado, segurado pelos meus dois bonecos até o dito gabinete, aonde provavelmente, conseguiria elucidar melhor um diálogo com a figura dominante e mandante daquela vila.

Desde o encontro com seu pai, se Kaginimaru antes praticava treinos dignos de serem efetuados por cem pessoas em conjunto, atualmente este número havia sido multiplicado por mais cem vezes. Seus limites não mais respeitavam o tardar da noite, agora, ele permanecia praticando até notar que faltaria pouco tempo para o nascer do sol. Claro, possuía pleno conhecimento de que uma boa noite de sono era tão importante quanto o treinamento em si, mas a vontade da prática falava mais alto. Estava dando mais uma dentre as diversas voltas pelo vilarejo com pesos em sua perna quando notou ações suspeitas; guardas deixavam seus postos e iam em direção à fora do vilarejo. Era algo inaceitável e perigoso, não precisava ser nenhum tipo de gênio para se ter noção disso. — Onde eles estão indo? — Se perguntava enquanto que imediatamente removia seus pesos e passava a correr na direção deles, à 20 m/s. Não estava muito distante, portanto antes mesmo que pudessem ter chego na metade do caminho até o "invasor" ainda desconhecido por todos, ambos os guardas eram interceptados pelo garoto.

Internamente conhecido por ter uma grande incapacidade de controlar as emoções e ser eleito pelo próprio Tsuchikage como o atual melhor usuário de Taijutsu de todo o vilarejo, seria um susto para qualquer morador ou Shinobi de baixo escalão — Como era o caso dos atuais guardiões, ser surpreendido por aquela montanha de músculos suados. As pequenas cicatrizes que possuía ao longo de todo o corpo devido aos mais variados motivos; algumas adquiridas em combates, outras em treinamentos e algumas até mesmo pela fúria de Pandora dava ainda mais ênfase de como poderiam estar encrencados se pensassem em por qualquer razão que fossem ser atacados por aquele Homem — muito embora sua idade ainda fosse relativamente baixa.

Buscaria segurar ambos os colegas pelos ombros, travando vossos movimentos. — Que ideia é essa de deixarem seus postos nos portões da vila antes do turno acabar?! Ficaram loucos? Retornem! — Questionava e ordenava ambos em um tom extremamente sério, alto e preocupado, pois diante de todos os problemas que a vila passava, deslizes como estes eram inaceitáveis. Alguns anos atrás, inclusive, pisar fora da vila representava o risco de ser assassinado por desconhecidos — era algo que havia cessado, mas o trauma quanto a segurança de seus próprios companheiros ainda permanecia. Enquanto e após sua fala, Kagi olhava ao horizonte e tentava verificar se existiria algo plausível para as estranhas atitudes daqueles dois. Talvez teriam visto algum animal faminto e haviam decidido ajudar? Podia ser uma suspeita, mas a escuridão da noite fazia com que descobrir qualquer coisa fosse impossível, não visualizava nada além do breu em contraste com o brilho da lua. Restava apenas ver o que diriam — ou fariam.

Considerações: