Desde que meu pai caiu de cabeça na lama, eu nunca mais parei. Desde meus sete anos de idade, tive uma infância difícil. Várias vezes precisei defender a minha mãe. Ela não sabe o motivo pelo qual meu pai tinha mudado tanto. Mesmo com suas alterações psicológicas, ela ainda o amava, e sabia que diante de todas as situações, ele não estava verdadeiro sobre seu intuito de machucá-la. Mesmo assim, eu não entendo, mas eu busquei de tudo para que pudesse protegê-la, acredito que não seja saudável descontar suas frustrações do trabalho em sua esposa, necessita de uma terapia. Mas a vida é dura.

Nada é fácil. Desde o dia em que confrontei meu pai, eu venho treinando incansavelmente. Horas e horas no pátio, batendo sobre o saco de areia até meus punhos não poderem mais socar. Horas e horas chutando, até acabar com a perna pesada, incapaz de andar. Horas e horas explodindo rochas e outros objetos, para que eu pudesse esgotar minhas reservas de chakra e energia, só para aprimorar o meu Nintaijutsu e meu chakra explosivo. Tudo porque na primeira vez em que tomei partido, eu falhei. Apesar de ter defendido minha mãe, não consegui impedir dela apanhar mesmo assim. Apanhamos juntos.

Mas então,é por isso que treinei e continuo treinando. O que me motivou a ir ainda mais longe foi quando meu pai, assustado pelos meus golpes de Taijutsu aos nove anos, saiu de casa correndo para tentar se safar. Devido ao terreno de areia, ele escorregou e bateu a cabeça, entrando em coma. Teoricamente meu pai está vivo, mas respirando por sonda. Então, foi nesse dia que graças ao meu treinamento pesado, pude defender mamãe com maestria. Afinal ela não merece apanhar por frustrações de um homem. Ainda que o ame, não merece. Ninguém merece.

Foi também o motivo que me fez querer lutar por aqueles que não podem se defender. Eu serei seu protetor, pois a justiça deve ser igualitária para todos. O problema é que em um mundo como o nosso, a única coisa que todos recebem por igual, é uma realidade desigual. Apesar do meu jeito bruto, não é algo que possa ser aceito, quando injustiças são feitas para aqueles que não merecem, que aos cidadãos de bem, pessoas comuns que nada fizeram a outrem ou algo para receber uma coisa assim. Em um mundo onde a desumanização fica cada vez maior, onde pessoas lutam guerras…

Dá mais palanque para que ações injustiçadas sejam feitas, enquanto todo mundo foca no que é mais plausível e chama atenção, mais as coisas secundárias ficam esquecidas, e os malditos fazem suas coisas nas sombras. Eu serei a justiça, a luz no meio da escuridão. Por isso tenho meus punhos. Acredito que mesmo aqueles que usam armas, possuem uma justiça mais fraca, pois vejo que a arma como uma fraqueza, e bem, pelo fato de que também eu não sou bom com elas. Esses punhos são a minha arma, o meu corpo é uma arma.

Irei usá-lo para esmagar aqueles que trazem a injustiça ao mundo. Serei aquele que esmaga com as próprias mãos, pessoas malditas que buscam fazer o mal, principalmente contra pessoas vulneráveis. Sempre que vejo, me lembro de minha mãe, como ela era incapaz de se defender de meu pai. Mas minha mãe mudou de vida quando ele se foi, para o lugar que merece. É nesse ponto que me encontrei com a própria justiça, e vi como ela age sobre nós, todos nós estamos sujeitos a isso. Mas também tem outro problema.

A raiva das falhas são o meu maior defeito. Eu não era toa explosivo quando era pequeno. Mas agora, devido ao que aconteceu com minha mãe, passei a ter raiva. Meu pai quando costumava agredir, não batia pouco, e isso me afetou pouco a pouco até me tornar quem eu sou. Passei a ter raiva. Raiva de tudo, do mundo, das pessoas. Isso porque pra mim, o que eu posso fazer para compensar essa falha, é canalizar essa fúria pelos meus punhos, de modo que eu possa usar a justiça da maneira devida, sem me sentir culpado. O mundo foi injusto comigo quando eu presenciei as ações horrendas do meu pai e fui jogado ao meio.

Mas agora, me aprimoro a cada dia, para que essas falhas fiquem menores e eu também devolva contra as sombras, a luz do que eu lapidei com tanto afinco. Mesmo não parecendo um, o meu objetivo, no fim das contas, é ser um herói para quem precisa. Minha mãe me apoiou e ficou feliz quando eu passei na Academia, me tornando um Gennin. Ela me disse que eu era um herói, o herói dela. Apesar do jeito bruto, do jeito de falar bem sujo, da minha irritação fácil, dentro, no fundo da minha alma eu sou um herói, só precisam enxergar bem fundo para isso.

Mas quase ninguém presta atenção em nada. Sunagakure é um lugar onde se você murmura alguma coisa, as pessoas te olham feio e te julgam, ou até respondem se o teu comentário for contra suas próprias convicções. Pessoas assim não vêem o interior dos outros. Mas um dia eu irei, eu irei fazer com que vejam. Ainda tenho muito caminho pela frente, e eu não vou desistir. A única coisa que pode me impedir de fazer o que eu quero, é a morte. Mas eu não morri ainda. Não estou morto.

[...]

Naquele momento. Uraku percebeu que havia terminado a primeira folha de seu diário. Ele suspirou fundo e colocou tudo o que sente dentro daquelas palavras. Era uma maneira de afastar um pouco do estresse, da fúria que sente diariamente. Ou a sensação de que sempre precisa compensar por algumas falhas do passado. E ele sempre esteve um pouco sozinho, então… Bom, nem mesmo seus colegas vieram para ficar. Atualmente o contato daqueles que salvou de um possível bullying, já estão em outros ares agora que são Gennins. No fim, se levantou, fechando o seu livro. Era hora de dormir.

"As coisas mudaram desde que sai da academia. Recentemente precisei lidar com coisas que não lidava antes. Isso porque, de todas as maneiras. Nunca poderia encontrar um imbecil psicopata sádico. Do tipo que gosta de machucar coisas assim ou que encara tudo como um jogo. Isso é no máximo doentio. Em suma também encontrei um idiota caladão. Ele não fala nada e muito menos parece se importar com isso. Pelo menos foi essa a impressão que eu tive quando o vi. No mais, devido ao calor do momento, não me atentei muito e cai fora. Mas tenho que admitir uma coisa.

Aquele cara de cabelos rosas de certo modo possui um talento sem igual para Taijutsu. Sua movimentação é incomum de todas as maneiras. Parecia ser um bom oponente. Gosto de ir para a porrada, admito. Mas também gosto ainda mais de estraçalhar aqueles que são inimigos de Suna. Várias vezes eu precisei lidar com valentões que praticavam o ato da injustiça. Tento que ganhei alguns colegas. Mas de todas as maneiras, eles estão muito ocupados fazendo sei lá o quê, então, praticamente estão ausentes. Mas é inegável que se aproximaram de mim depois que eu os defendi. Coisa louca.

No fim, por último, eu conheci um ruivo. Acho que o nome dele é alguma coisa Edohana. De todo modo, ele parecia alguém amigável. Mas em minha fúria, nem pude falar com ele direito por causa daquele idiota do Yama. Imbecil. Iria explodir aquele desgraçado alguma hora. Mas, essas palavras escritas neste diário são para me acalmar, então vamos lá. O que me aconteceu em seguida, foi uma tentativa minha de chegar ao hospital, que não deu tão certo assim, até porque minhas reservas baixaram e eu bem… Precisei de ajuda. Eu odeio pedir a ajudar dos outros, ou precisar de ajuda. Não gosto. Não gosto de ficar devendo favores a ninguém.

E agora, eu devo um favor para o ninja de Suna que me salvou. Droga. Como eu sou fraco. Tenho muito a melhorar, e por isso tenho treinado o dobro do que eu treinaria normalmente. Isso porque eu não quero ser fraco. Não quero depender de ninguém. Quero andar pelas minhas próprias pernas e é isso. Foda-se a ajuda. Posso ajudar os outros pelo meu senso de justiça, mas não preciso que ninguém me ajude em troca. Eu não preciso. Já tenho muitas coisas para lidar comigo mesmo.

No fim,é tão complicado. Essa vila. Essas pessoas. Esses problemas. No fim, a vida seria mais fácil se não houvesse isso. Talvez o clima tenha influência na irritação dad pessoas e bem,eu sou uma pessoa explosiva e naturalmente irritável. Não me parece justo ter um defeito assim quando eu poderia ter tantos outros que pudessem ser mais maleáveis. Geralmente as pessoas não gostam do meu jeito, mas acabo de perceber que na verdade eu não me importo. Eu sou assim. Eu sou como uma dinamite ambulante. Dê o início da faísca da pólvora e a dinamite irá explodir.

Talvez meu passado nada feliz tenha me tornado uma pessoa dura. Eu não sei muito bem como me expressar. Parece que para mim é mais fácil se for levar em consideração o fato de que estou escrevendo isso agora. Mas tudo o que eu faço, tem como resultado algum sinal de brutalidade. Não consigo me livrar disso. É como se fosse parte de mim. Será que tem haver com os meus poderes? Digo, sou capaz de emitir explosões assim como minha mãe. Será que isso molda nossas personalidades? Pois minha mãe é tão gentil como um anjo e eu… Sou assim.

Mas não irei mudar. Não pelos outros. É a minha marca. É o que veio comigo. Mas, não sei o futuro que está reservado para mim. Terei muitos amigos? Terei poucos amigos? Serei sozinho? Terei uma namorada? Terei uma família? Ou até mesmo, será que continuarei morando com a minha mãe? Será que também um dia posso não morar mais aqui? Quem sabe. Mas enquanto o destino está andando em minha direção, estou andando em direção a ele também. Irei de todas as maneiras, trilhar o meu próprio caminho. Não sei o que virá, mas pelo que der e vier eu irei dar o meu melhor para trazer o melhor para mim. Eu mereço isso.

No fim, conheci outras pessoas insanas, como a tal Haruna, que não parece bater muito bem da cabeça, e a garota Hatake com seu excesso de formalismo. Parecia que ela iria encontrar alguma execução da força sobre os princípios de algum árbitro da justiça do conselho de Suna. Uma loucura só. Achei aquilo exagerado demais, o que ela estava querendo fazer soando tão informal daquele jeito? De todas as maneiras ela conseguiu soar pior que a garota do fio de azul estragado. Achei engraçado que parando para pensar, o cabelo dela é como se tivessem jogado limão em cima e dado uma cor escrotíssima também.

Mas enfim. Cada um é cada um né porra! Enfim, o que eu quero dizer. É que com todos os meus problemas, estou tendo que lidar com o que o mundo me propõe. Pessoas são tão diversas entre elas que eu não sei o que sentir. E quando eu sinto, é tão confuso. Eu não sei lidar com meus sentimentos sem ser de maneira bruta. É isso. Mas espero que a vida me traga melhores caminhos para seguir, até porque, eu só estou começando. Não começou tão bem. Estou tendo que me adaptar. Desde que comecei minhas missões, tive que passar por cada coisa. Desde limpar estantes e móveis, retirar o excesso de areia das ruas, e outras coisas, como por exemplo, ter que lidar com um cachorro.

No fim. No fim de tudo isso, encontrei um médico metido a idiota. Piadas de babaca corno e pau no cu, mas pelo menos ele cuidou dos meus ferimentos. É o suficiente. Como se não fosse a função dele né. Enfim, é isso por hoje. Foda-se."

E aquele foi o fim de mais um relato do diário de Uraku. Agora, era só ir para cama.

Uraku podia ver o fim da tarde. Sentado sobre a encosta do telhado,apoiou as mãos sobre os joelhos e viu, lá, longe, no horizonte da Aldeia, era possível ver o misto que surgiria com o fim do dia e o início da noite. O sol estava se pondo no horizonte, e o céu estava mudando de laranja, para roxo, e no final, iria mudar para negro, com direito a estrelas e afins. O garoto do Bakuton então, colocou as mãos na boca para que pudesse se aquecer e manter a temperatura corporal constante. O deserto poderia ser algo extremo, muito quente de manhã, e muito frio durante a noite.

Havia acontecido tantas coisas no último dia, tantas coisas desde que havia virado Gennin. Quem diria que as coisas poderiam ser no mínimo uma caixinha de surpresa. O loiro poderia concluir com isso que havia conhecido várias pessoas. Um Hatake. Uma garota de cabelo azul. Um loiro maluco. Um grisalho estranho. Um garoto de cabelo rosa mais mudo que o silêncio e um cara ruivo com pinta de idiota. Tantas pessoas, não apenas isso, até mesmo o tutor que costumava passar missões para si poderia ser considerado alguém que estivera ali, sempre disposto a ajudar de alguma maneira.

No fim, o garoto saltou de cima do telhado, caindo em direção ao chão. Girou o corpo de cabeça para baixo e em seguida, pousou no chão. Um punhado de poeira da areia se ergueu no ar, mas o garoto não se importou e apenas colocou a mão no bolso, começando a caminhar. O tempo passou, o garoto percebeu que havia uma pequena quadra por ali perto. Apenas uma espécie de trave de ferro negro estava levantada nos campos extremos daquele lugar. O chão seco ainda estava ali, mas não tinha marcações para o campo. Era algo bem pobre e comum.

Com isso, na descida havia algumas arquibancadas feita de barro para as pessoas sentarem. Uraku se deixou deslizar pela descida do corrimão de barro que prendia em ambos lados da escada que ali jazia. O vento tomou conta dos seus fios loiros e quanto descia, parando quando o Shinobi deu um salto no ar, em seguida, girou o corpo em um rodopio, caindo sobre o campo de bola. De fato havia uma bola de borracha ali, surrada, velha. Ninguém dava uma mísera atenção para aquele objeto. Por isso, deu alguns passos e seguiu, segurando a mesma entre as mãos. Passando os dedos com certa brutalidade, muita poeira saiu dali. Então, tratou de lançá-la em direção ao chão, de maneira que fosse e viesse em direção ao punho novamente em um efeito ricochete. De fato, as pessoas costumavam usar a bola para jogar bola e se divertir um pouco. Por que não? Fez mais uma vez, e o objeto esférico foi para a mão de Uraku novamente.Depois, usou 100% de sua força e atirou ao chão, o que fez com que a mesma em uma velocidade anómala, fosse para o alto, desaparecendo no céu.

— Merda. Exagerei… — Irritado, ergueu a mão e tocou os fios louros com os dedos, coçando ali enquanto fechava os olhos. — Vou ter que arranjar outra bola então… Não posso deixar quem quer que seja, deixar de brincar porque a bola sumiu. — Deu meia volta, se preparando para ir embora. Mas, seus passos foram lentos, e até na metade do degrau, a esfera pousou sobre o chão, começando a quicar fortemente sobre o chão. Aquilo fez com que o garoto movesse o olhar por cima do ombro, de maneira que ficou esperando, até que a esfera parou, no exato lugar. Então, no momento seguinte, com sua exímia velocidade, Uraku disparou em direção ao objeto caído ao chão. Arregalando os olhos, o garoto chutou. Em um giro veloz, utilizou a rotação do seu próprio corpo como um processo de rotação, chutando a esfera em direção à parede que existia atrás da trave de ferro. A esfera voou para o alto, acertando a parede e ricocheteando ali.

Flexionando o joelho, Uraku saltou ao alto o mais alto que podia, girando o corpo e ficando de cabeça para baixo, no intuito de mover a perna e chutar de cima. Seu pé atingiu uma velocidade surpreendente e se deslocou na direção da bola. Com isso, o chute foi mais potente do que o normal, o que provocou o que seria o atrito com o ar, tanto que a bola começou a fumegar. Passou pela trave, bateu na parede e voltou novamente para a direção oposta dada o ricochete. Uraku exibiu um pequeno sorriso, dando um leve salto para cima e erguendo o pé, permitindo que a bola tocasse seu calcanhar de lado. — Isso é bem divertido… Porque eu não tinha pensado nisso antes? — Questionou, pousando sobre o chão, e então, movendo a ponta do pé, o garoto fez a bola subir.

E então, com isso, Uraku moveu a perna e chutou, só que teve que manobrar a própria perna em um giro, chutando com a ponta do pé para que a mesma fosse reta, indo diretamente para dentro da trave, não se podia dizer rede porque realmente ali não se tinha redes. Então, ia para dentro das traves. A bola acertou a parede outra vez e então voltou. Uraku ergueu a perna e bloqueou totalmente a bola com um único movimento. Aquilo foi forte o suficiente para que houvesse algumas vibrações aéreas. No fim, deixou que a bola ficasse no centro do campo como estava antes. Já era de noite, as luzes da Aldeia já estavam acesas, era hora de ir para casa. Um longo suspiro foi dado novamente. Com isso, deu meia volta, começando a andar. Subiu as escadas e continuou, até que estivesse de volta para a rua outra vez. Observou o gabinete do Kazekage ao longe, e então, tornou a andar novamente, colocando as mãos nos bolsos. Em breve, tinha que ficar ainda mais forte, como sempre. Mas por hora, era hora de descansar e ficar com a mãe, provavelmente tinha feito um bom jantar.

"As coisas mudaram novamente. Dessa vez o tempo foi mais longo. Quero dizer. Dada a última vez que eu escrevi nesse diário, faz um tempinho desde que não voltei aqui para escrever de novo. Fiquei um tempo sem sentar nessa mesa, porque precisava reunir mais conteúdo para que eu pudesse realmente escrever sobre alguma coisa. Um bom relato ou um bom relatório de acontecimentos da vida pessoal precisa ser recheado de informações. Não adianta escrever pouca coisa, isso não vai ser o suficiente. Nunca é. A vida é mais complicada do que parece e exige mais do que parece, não é nada fácil.

Bom, primeiro eu poderia dizer que me graduei Chunnin. Nunca pensei que o meu momento chegaria. Depois de tantas coisas que eu passei, finalmente poderia ter no meu bojo como Shinobi, a minha graduação. Devo admitir que não foi nada fácil, isso porque de certo modo, o teste que passei para a graduação foi dada por um professor rigosoroso da Academia, também investindo como um Shinobi, de elite, nível Jonnin. Ele me deu o prazo de uma semana até 23:59 do último dia da semana para que sobrevivesse. Não foi nada fácil. Uma semana na porra de um deserto.

Encontrei mais criaturas horrendas do que posso contar. Centopéias gigantes surgindo do chão no último momento, minhocas colossais pulando por aí, escorpiões grotescos com uma carapaça quase intransponível, ou até mesmo, caranguejos do deserto que ficavam enterrados na areia, a espreita da primeira vítima. Enfim, eu não estava sozinho naquela jornada, havia outras pessoas que estavam competindo pelo título de Chunnin, então, só tínhamos mesmo uma semana para nós virarmos, o suficiente para que pudéssemos sobreviver. E assim se passou, sete dias e sete noites até que finalmente pude chegar na sede. Os organizadores haviam colocado algumas fases para cumprirmos.

Bom, eu passei. Cheguei todo arrebentado no lugar. Ali, dados alguns dias de descanso, segui para os combates individuais. Ali, enfrentei acho que dois ou três participantes e passei. Fui aprovado como um Chunnin. Mas é verídico afirmar que eu consegui aquilo no último dia do exame, porque aquelas coisas duraram dias. E no último dia, eu consegui, derrotei um maluco que usava cobras, esticava o corpo e tinha uma grande convicção sobre si mesmo. Sei lá o que há na mente desses malucos de merda. Tem tanto louco nesse mundo, que nem sei o que pensar, eu posso ser doido mas não assim.

Bom, durante uns seis meses eu tive um tempo para me reinventar. Aprendi um estilo de luta único criado através do meu estilo de combate, não apenas isso, como também pude ficar ainda mais forte. Minha velocidade aumentou assim como minha força, minha destreza, meu taijutsu e até mesmo o meu ninjutsu. Mas ainda assim eu não estou no topo, tenho muita coisa para aprender, chão demais. E eu sou apenas um Chunnin. Para chegar lá no alto eu preciso correr muito ainda, e não é nada fácil, essas correntes, de portas escancaradas que existem por aí. Nada fácil, é preciso explodi-las.

Enfim, o ponto alto dos acontecimentos da minha vida, foi que eu estava um dia por aí, andando tranquilamente como se nada fosse, já tinha concluído algumas missões para a graduação também. Tirando uma folga, resolvi me deixar relaxar um pouco, até que fui atacado repentinamente. Não sei qual o motivo ou porquê, mas era uma cientista maluca. Até hoje, mesmo pesquisando na biblioteca ou procurando alguns documentos na situação da governança de Sunagakure, eu não encontrei nada sobre a tal mulher. Não só isso como ela também tinha a capacidade de uma incrível velocidade, um grande Taijutsu e força, além de ter invocações de cobra, e ironicamente, todas as pessoas que lutei, duas a cada três eram invocadoras de cobras.

Mas enfim, no ápice da batalha, essa mulher maldita conseguiu com algum custo, me paralisar e me morder, bem no pescoço, onde ficou a possível marca, pude sentir a pior dor que já senti em toda a minha vida. Nem mesmo a infância difícil, com meu pai me agredindo, agredindo minha mãe, foi comparada a dor que senti quando a mulher me mordeu. Ela me disse algo sobre eu poder procurá-la no futuro, mas a verdade é que eu não irei procurá-la. Que se foda, bicho. Não existe isso, eu ter que deixar a minha vila de lado para que eu vá atrás de poder às cegas? Não existe isso cara. Eu não vou. Mas acima de tudo, depois que eu acordei, eu pude ver, aquelas linhas, aquelas linhas que em troca de uma parcela da saúde do meu corpo, eu posso ganhar mais poder.

Confesso que de início foi muito difícil aprender a controlar esse selo amaldiçoado da Terra. Quando eu usava chakra demais, o selo parecia reagir, restringindo minha proporção física. Eu não conseguia lutar direito nem usar o meu chakra totalmente. Mas então, com o tempo eu aprendi a ter um controle mais aprimorado. O selo começou a reagir melhor a minha vontade. Mas depois, uma coisa estranha aconteceu, e tenho suspeitas de que há dedo daquela mulher monstra novamente. Eu entrei em um estado de quase morte. Encontrei duas pílulas com alguns dizeres para que eu pudesse ganhar mais poder. E instruções sobre quatro selos que deveria usar como uma barragem, servindo de receptáculo sobre meu próprio corpo. E fica pior, não para por aí.

Primeiro eu usei os selos, e depois, engoli as pilylas lá dentro, um segundo depois da barreira se fechar. Então senti uma forte dor e desmaiei. Não me lembro de nada. Mas depois que eu acordei, o selo estava liberto, havia muita fumaça roxa, e meu cabelo parecia maior. Minha pele estava acinzentada, e quando eu percebi, eu estava com uma força, uma velocidade e resistência impressionante. Com isso, pude ver no espelho que parte do meu olho estava escuro, negro com a pupila amarela. O selo posteriormente regrediu, e tive acesso completo ao meu novo poder. Foi aí, que eu descobri que tinha um segundo estágio ainda mais poderoso. Com o tempo, aprendi a controlar. Atualmente, estou nesse ponto."

Uraku fechou o seu diário, tirando um bocejo dali. Iria dormir.