A garota não tinha o que discutir, o treinamento fora um sucesso? Não. Ela estava exausta, mas conseguiu colocar a pedra em sua testa a deixando presa por poucos segundos, agora ela tinha que aumentar esse tempo a partir do que já havia aprendido. Pandora foi para o hospital e Cassy ficou no quintal, como não tinha autorização para circular pela casa não saiu dali até qualquer outra pessoa aparecer e ela pedir autorização para beber água e usar o banheiro. Porém, o que ela continuava fazendo até o cair da noite, era seu treino.
Usando as dicas passada durante o preparo e a refeição que a ruiva fazia. Apesar da comida ter sido saudável, comparada a alimentação que a garota tinha, ela comeu tudo que fora lhe servido, quem passa fome não recusa ou desperdiça nada que lhe é oferecido. Ela só acenou com a cabeça com a despedida da mulher de cabelos pretos e logo que ela saiu, Cassy voltou para o quintal da casa.
Passou horas ali, nem percebeu que o sol começava a sumir, dando lugar a uma paisagem marcante no céu, que estava alaranjado. A garota já conseguia manter por mais tempo a pedra, a dica de fluxo do chakra estava lhe ajudando e isso a deixou satisfeita consigo mesmo, talvez fosse cedo demais, porém a garota ruiva estava gostando de treinar com aquela mulher, ela era estranha, Cassyana sentia algo vindo dela que não entendia, mas também não estava com capacidade para interpretar o que era.
A garota deixou a pedra na testa e deitou no gramado, passava a mão na pedra que ainda não se soltava, já que ela estava concentrando seu chakra para prendê-la em sua pele, logo os olhos da garota fecharam, o cansaço cobrava por todo aquele treinamento daquele dia. E Cassy adormeceu antes mesmo de jantar ou falar com a mulher sua experiência após sua saída. E o mais interessante, a pedra se manteve na testa da garota adormecida. O fluxo de chakra parecia ter se ligado a existência da pedra ali, como se fosse parte do corpo da garota ou era pura sorte ela adormecer e a pedra não afrouxar, isso seria explicado depois por alguém com experiência.
O treinamento do dia que estava amanhecendo, provavelmente, seria muito mais intenso do que o lhe passado no dia anterior. Cassy acordou no mesmo lugar que havia deitado, estava de lado e a pedra no chão, sendo a primeira coisa que ela viu ao abrir os olhos, o que lhe fez lembrar onde estava e o que fazia antes de dormir.
“— Será que consegui fazer algo útil?” — o pensamento fez a garota levantar e olhar ao seu redor.

Considerações:

Características da Personagem:

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A garota acordou vendo a pedra e quando desviou um pouco os olhos percebeu a mulher de cabelos pretos te observando, Cassy se colocou sentada, mas ainda estava um pouco lerda devido ao sono. A ruiva não entendeu bem sobre dormir e a pedra na testa, visto que ela estava no chão. A garota levantou do chão e foi até o banheiro, já sabia a direção.
Após fazer tudo que precisava, ela saiu do banheiro, com a mesma roupa claramente já apresentando sujeira. Ela teria que lavar em algum momento as mudas de roupa ou ficariam horríveis. Suspirando, saiu do banheiro e seguiu com o que Pandora orientava. Cassyana não conversava, ela estava observando e ouvindo.
Quando chegaram ao restaurante, a menina apontou o que queria, pedindo algumas comidas que nunca conseguiu comer em seu café da manhã e aguardou seu pedido ficar pronto observando o local, ela já havia visto o lugar antes, mas sempre relutava em entrar por temer não tem dinheiro suficiente para se alimentar ali.
Cassy queria perguntar o lugar que Pandora havia dito, mas não o fez, a mulher não dava aberturas para aproximações e ela até que preferia daquela forma, desviou os olhos verdes para o atendente que trazia o seu pedido, parecia que o lugar era eficiente em atender seus clientes.
A chegada da comida fez a ruiva desfocar completamente da mulher que estava sentada na mesa contigo. Cassyana devorava cada item com uma vontade absurda, parecia que a comida era uma iguaria única, mesmo que algumas coisas ali eram simplesmente uma omelete ou bolinho de arroz recheado. Como não tinha costume de desperdício, não sobrou nada, nem mesmo uma única migalha, a garota tinha devorado tudo.
Um pouco sem graça após o feito, sabendo que poderia estar sendo observada não só pela mulher que estava consigo, como também os demais clientes ali, ela olhou para o chão e para o lado e depois fixou em um ponto na parede a frente, que pudesse parecer que ela olhava para Pandora, mas não o fazia diretamente. Cassyana ainda podia sentir suas bochechas quentes, com certeza sua pele branca havia se tornado rubra.
O que lhe salvou naquele momento, foi ter lembrado de seu remédio, levou a mão direita para a bolsa que carregava consigo e tirou um pequeno frasco e bebendo cada gota que nele continha.

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A garota poderia ser considera ingenua, mesmo com todas as coisas que haviam lhe acontecido, talvez o motivo de sua paranoia era todos aqueles traumas. Porém, o seu bloqueio em não conversar com as pessoas, a livrava de ter que dar diversas explicações e também evitava ter que responder sobre si mesma para os outros.
Pandora não era invasiva como foram seus professores, eles sempre ficavam exigindo respostas e interações que a garota não conseguia fazer, vez ou outra, salva por outras crianças que resolveu intervir ao desconforto que a mesma estava sentindo e o adulto não observava ou fingia não ver.
Relaxada e com o estômago cheio, satisfeita em saber que aquele dia tinha comido bem mais que todos os outros desde que tinha sido abandonada na fronteira com aquele país. E aquela reação distante e fria de Pandora, era mais um alívio que incomodo para a ruiva. Talvez a garota entendia a falta de interação amistosa ou carismática da mulher, então não cobrava por algo desnecessário em algumas situações.
O caminho foi feito em silêncio por parte da ruiva, ela pensava nas palavras de Pandora que fora lhe dito ainda no restaurante, ela não sabia ao certo por sentir vergonha, não foi por comer tudo, mas pela forma que tinha feito aquilo. As pessoas sempre esperava um comportamento das outras pessoas e os de Cassy foi contra o ‘esperado’ por todos.
“— Ela é diferente, então?”
Cassy olhou a mulher, quando esta parou os passos e apontou a montanha, o local que as duas deveriam estar naquele dia. A ruiva suspirou, ela já havia feito o treino de subir em árvores? Já, mas uma árvore, era mais baixa que uma montanha, ela não sabia se conseguiria. A mulher não esperou e logo que falou subiu toda a extensão com uma facilidade que a garota não sabia se teria.
Respirando fundo, Cassy começou a subir. O caminho se mostrou fácil, porém a garota não estava deixando nada entrar na sua mente, só seu fluxo de chakra, um erro e ela cairia para a morte. A respiração se alterava com as passadas, logo um vento mais forte começou a bater no corpo de Cassy, ela não abriu os olhos, parou de se mover por alguns segundos, como se fosse para estabilizar seus batimentos cardíacos, inútil.
A garota sabia que não podia se desesperar, ela nem sabia quanto faltava, tinha que abrir os olhos. Cassy sentia todo seu corpo tenso, o suor brotava por seus poros, como se ela estivesse em uma sauna escaldante, não que o sol da Vila naquele momento estava dando trégua. E a garota escorregou.
O pé saiu do fluxo e ela se grudou na pedra com todo seu corpo, a respiração ofegante, o seu chakra provavelmente magnetizou aquela parte da rocha.
— Droga.
Ela murmurou e olhou para cima, faltava pouco, mas até ela voltar para seu foco, limpar a mente e voltar a subir. Respirando fundo, sabendo que talvez a mulher já tivesse a paciência lhe esperando. Fechando os olhos, a garota voltou a subir, dessa vez usou as mãos também, não se arriscaria de novo.
A sua chegada no topo foi uma vitória particular para a garota, ela se arrastou para cima, então estava no chão quando chegou e deixou seu corpo estirado por alguns segundos, logo se colocou de pé e localizou Pandora para ir até seu lado. Afinal elas foram ali para um treinamento.
Ouviu as palavras da mulher e só quando o fez pode observar mesmo o ponto alto que estavam, realmente dava para ver tanto o lado de fora da vila como dentro dela. Era bonito, mas para a garota que não tinha as lembranças da mulher não teve como compartilhar com o seu sentimento, mas não desrespeitou o momento e ouviu com atenção. E a pergunta que surgiu na cabeça de Cassyana foi:
“— O que é vontade da pedra?”

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