[Pacto] As 7 vidas de um Deus

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[Pacto] As 7 vidas de um Deus - Postado Seg Fev 22, 2021 12:45 pm

|野郎

Escureceu na vila da Folha. Era uma dessas noites bonitas, estreladas e sem nuvens no céu. O clima ameno tornava o local perfeito para que casais apaixonados passeassem de mãos dadas pelas ruas, dividindo o picolé azul que vinha em dois palitinhos justamente para que isso acontecesse. Famílias se dirigiam até a praça para que suas crianças brincassem umas com as outras entre a típica correria infantil e risadas despreocupadas.

Eu, sentado sobre uma alta chaminé com visão privilegiada para tudo isso, dava-me a oportunidade para refletir sobre o ecossistema em que estava inserido: eu era parte daquilo, ainda que me sentisse à margem de tudo. Eu era um ninja, um filho do fogo e também cidadão. O quão longe eu iria para proteger tudo aquilo que amo? A brisa fresca daquela noite era capaz de trazer algumas respostas.

Sentia um amargo em minha boca, mas não sabia explicar o porquê. Não consegui dormir, mas também não parecia que estava acordado. Para me tirar desses devaneios, finalmente, uma mulher que cobria os seus ombros com uma echarpe branca se aproximou sem dar sinais de sua presença. Não olhei para trás, mas cumprimentei a figura, ainda encarando todas as luzes do vilarejo.

— Boa noite, Amiyo-sensei — Minha voz saiu engasgada, como quem não fala há muito tempo e se esqueceu de como soar. Limpei a garganta — Pensou na minha proposta?

ク

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Re: [Pacto] As 7 vidas de um Deus - Postado Seg Fev 22, 2021 3:55 pm

|野郎

Sob a luz das estrelas, a mulher ao meu lado parecia bela. Não que eu a observasse com olhos de desejo, mas não era difícil reconhecer que ela era uma mulher imponente ao olhar de qualquer pessoa. Ela acendeu um cigarro e sentou-se ao meu lado sobre aquele telhado, parecia reflexiva e sem ânimo para suas piadas ácidas. Aquilo era estranho, ela também sentia o amargo? Era quase como uma… sensação. Amiyo parecia precisar falar sobre isso:

— Sinto que… Essa noite, o mundo mudou. Nem que seja um pouco — Ela deu mais um trago. Parecia que o ardor em sua garganta e o calor em seus pulmões refrescava-lhe um pouco a alma, mas logo ela assoprava e, após a fumaça, só sobrava o mesmo sabor ocre de sempre — Sangue foi derramado.

— Eu sinto um aperto no peito. Tão forte que me faz querer enfiar as unhas entre as costelas e arrancar fora o coração… — Porque eu estava chorando? Que merda — Ele se foi, Amiyo-sensei… Nobu está... morto.

Ela me abraçou de repente, confortando-me em seu ombro. Aquela era a primeira vez que tivemos uma interação emocional. Eu estava me abrindo pra ela e nem sabia o porquê, talvez fosse só vulnerabilidade. A questão é que não pude deixar de molhar seu echarpe com minhas lágrimas.

— Um dia você terá tempo para lamentar seus mortos, garoto — Ela me recompôs e bateu em meus ombros, alisando um vinco amassado em minha blusa de frio — Mas hoje, vou atender ao seu pedido. Eu vou te ajudar a vingá-lo ensinando uma técnica muito especial para mim. Você aprenderá o Kuchiyose no Jutsu dos gatos.

ク

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Re: [Pacto] As 7 vidas de um Deus - Postado Seg Fev 22, 2021 6:55 pm

|野郎

Fizemos daqueles telhados nosso caminho até o topo de um prédio abandonado na periferia do vilarejo. Era um local amplo e plano feito de concreto maciço com cerca de quarenta metros quadrados, o que parecia ser o suficiente para que o treinamento continuasse.

Nada dissemos durante o trajeto, mas sobre aquele prédio muitas coisas eram ditas através do olhar. A intenção de me tornar mais forte queimava em minhas entranhas e era possível notar sem esforço. Amiyo reconhecia, tanto que pela primeira vez me tratava de igual para igual como ninja, ainda que mantivesse a pose de sensei durona. Senti o vento mover meus cabelos longos e azuis que hoje estavam descobertos pela toca alaranjada que eu costumava usar, e quieto permaneci até que ela foi a primeira a tomar voz.

— Você sabe o que é o Kuchiyose no Jutsu?

— Lembro que essa foi a técnica que Squall usou para invocar aquele sapo durante nossa batalha — Mantinha-me reflexivo — Suponho que seja a mesma técnica que você usa para chamar gatos para nos entregar missões e recados de reuniões.

— Sim, está certo, porém seu conhecimento sobre o assunto ainda é muito raso, mas nada melhor pra te explicar isso que a própria invocação — Ela mordeu o seu polegar direito, espalmando a mão sobre o concreto em seguida e fazendo surgir um pequeno gato marrom por sobre os selos, este que trajava roupas azuis e possuía um Kanji na testa.

— Que bela noite, Amiyo-chan — Ele lambeu uma das patas, tranquilamente. Parecia feliz por não se encontrar em um ambiente hostil de batalha ao ser invocado — À que devo a honra de ser convocado numa noite tão bela?

Um gato que fala, ótimo, essa é novidade.

ク

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|野郎

Queria estar com mais ânimo para cumprimentar aquele inusitado animal, dizer o quanto um gato que fala é maneiro e quem sabe até colocá-lo no meu colo pra fazer um carinho. Era uma pena, mas só tive energia para um sorriso amarelo em resposta à mesura que o felino fez com a cabeça ao me ver.

— É um prazer revê-lo, Denka. Quero te apresentar meu aluno, Treze — A mulher com o tapa olho apontou para mim e o gato fez outra mesura muito educada — Ele está sendo instruído na arte da invocação, portanto pensei em chamá-lo aqui para explicá-lo melhor sobre os gatos que poderá invocar caso domine o Kuchiyose.

Denka se aproximou, esfregando o seu corpo em minha batata da perna e soltando um pequeno ronronar.

— Hmmm.. A primeira coisa que deve saber é que gatos são deuses — Ele parou alguns metros de mim, lembrando-se enquanto falava — E não, eu não vivo em outra dimensão. Moro no castelo de um Nekomata e o que você faz é distorcer o espaço-tempo com seu chakra para me trazer de lá para cá. Entende?

— Isso soa incrível.

— É incrível, mas é tão trabalhoso quanto. Gatos são criaturas solenes e exigentes, então você deve, antes, se mostrar merecedor do nosso contrato. Me diga, que tipo de ninja você é. O que você tem a nos oferecer?

ク

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|野郎

O felino terminou sua pergunta e me olhou por alguns segundos enquanto eu pensava. O que eu tinha a oferecer para os gatos? Hm, será que eu devia comprar um Arranhador? Veja bem, minha experiência é com insetos. Eu não sei muito bem como agir com felídeos, principalmente os falantes.

— Denka, se fosse em outro dia, te faria um discurso animado sobre ser um ninja para ajudar as pessoas e fazer sempre o bem — Retirei as mãos do bolso, pensativo — ...mas o meu mestre acabou de ser assassinado. O homem que me acolheu, me criou e me ensinou o que hoje eu sei. Me desculpe, Denka, mas eu vou me tornar tão forte a ponto de ninguém poder machucar aqueles que amo. Eu vou vingar o meu sensei e eliminar do mundo quem for o responsável por isso. Portanto, peço que dividam comigo a força dos gatos comigo para que eu seja bem sucedido nessa missão.

Me abaixei e escorei um dos joelhos no chão fazendo uma reverência profunda, estendendo o braço esquerdo na direção do gato-ninja enquanto mantinha os olhos voltados para o chão.

Se eles são deuses, eu sou um ser humano.

Saquei uma kunai, fazendo um filete vermelho em minha palma com o metal afiado.

afinal,

o que um humano pode oferecer de mais sagrado além do próprio sangue?

ク

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|野郎

O gato ninja me olhava com atenção. Pareceu concluir algumas coisas, refletiu sobre outras e enfim se aproximou de onde o líquido viscoso e escuro gotejava no chão, formando uma pequena poça. De repente, ele fez com que um som de “puf” surgisse no ambiente, trazendo enfim um pergaminho amarelado e com alguns nomes já escritos, embora sobrasse um espaço em branco colocado embaixo da minha mão para que o sangue não caísse mais no concreto e sim no papel.

— Falta muito a ser lapidado em você, isso é certo — Sua voz se tornava ainda mais solene — Falta-lhe graça e elegância, mas creio que com o tempo, assim como Amiyo, sua professora, você possa melhorar exponencialmente nesse quesito. Não falta-lhe vontade, tampouco sinceridade… Sabes como é, dizem que gatos podem enxergar muito além do que vocês humanos um dia poderão entender. Ora, Treze, se é o sangue que me oferece, é do teu sangue que preciso.

A citação à minha sensei me fez pensar pela primeira vez que ela não tinha sido sempre uma ótima ninja, e talvez aquele felino a tivesse conhecido nessa mesma época. De qualquer forma, aquele parecia ser um momento muito formal, como uma cerimônia solene, então preferi guardar meus comentários.

Eu já sabia o que fazer: A mão ensanguentada tocou o pergaminho, formando ali o meu pacto. Do mesmo sangue que escorria, escrevi meu nome e imprimi minha digital no papel, sujando-o com a matiz avermelhada que confirmava meu compromisso com os gatos.

ク

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|野郎

— Ótimo, chega de enrolação — A mulher sobre o prédio cortou aquele momento, batendo duas palminhas e entregando-me um pano azul-marinho para que eu secasse o sangue da mão — Vamos para a parte prática. Primeiro de tudo, você tem que saber que para invocar Gatos de maior escalão entre sua hierarquia, vai precisar primeiro conseguir sua graça, assim como conseguiu a de Denka. Para conseguir um Nekomata, uma invocação de rank S, por exemplo, precisei ir até o seu castelo e quebrar a cara dele. Aí eu ganhei sua “graça”.

Ela fez um sinal de aspas com os dedos, mantendo um sorriso malicioso entre seus lábios. Vindo de Amiyo, sabia que aquela história não seria nada menos que verídica, então guardei a informação em minha memória, entendendo que para ter invocações mais poderosas eu precisaria enfrentá-las. Quem sabe fosse o caso de ir atrás disso em breve.

— Estes são os selos necessários para moldar seu chakra e executar o Jutsu — Ela mostrou-me e eu repeti ao mesmo tempo — Também é requerido sangue sempre que quiser invocar um ser, independente do nível. Está entendendo? Agora treine.

Sim, eu estou, sensei. Fechei os olhos, concentrado, canalizando o meu chakra de forma que passei a moldá-lo conforme o pedido pelos selos, treinando diversas vezes para gravar o movimento e a sensação que executar o jutsu trazia.

— Certo. Estou preparado para o próximo passo.

ク

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|野郎

Não havia segredo sobre qual era o próximo passo. Havia chegado enfim a hora de executar o jutsu e testar se todos os processos de aprendizado foram executados com êxito, desde o contrato com sangue até a forma como eu deveria invocar um gato para os meus arredores.

— Mas… No que eu devo pensar? — A dúvida me ocorreu enquanto eu me preparava para começar.

— Ah, pense em Hina. Pense em seus pêlos marrons e o seu jeito calmo — Respondeu Denka de forma muito instrutiva — Tente captar, acessar e trazer a essência felina conforme a sua própria capacidade de dobrar as leis do espaço-tempo e burlar as regras da física através de seu próprio chakra.

Bom… Eu não sabia quem era Hina, mas ainda assim tentaria. Ilustrei em minha própria mente uma gata parecida com o próprio Denka em tamanho e forma de vestir. Pelo que ele disse, ela era um ser calmo, por isso internalizei essa informação e a usei antes de respirar fundo e me sentir pronto para utilizar o Kuchiyose. Realizei os selos e com a mão já ensanguentada pelo corte da kunai me ajoelhei rapidamente enquanto batia a palma sobre o concreto.

— Kuchiyose no Jutsu!

Da mesma palma, símbolo semelhantes aos de selamentos se espalharam formando um círculo em minha volta, onde de seu centro uma fumaça efêmera surgiu em um “puf”. Todos nós olhávamos atentos, curiosos para saber o resultado daquele treinamento.

ク

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|野郎

Ouvi um agudo “Nyaaaaaah”, como um gato se espreguiçando. E era exatamente isso que eu via em minha frente, surgindo por sobre onde antes era apenas uma fumaça sobre símbolos. A gata de tamanho médio se espreguiçava com as quatro patas no chão. Depois, sentou-se preguiçosamente sobre as duas patas e eu pude observar melhor. Ela vestia um kimono vermelho com uma cota de malha por baixo fornecendo-lhe uma indumentária admirável.

— Hm, sim, agora entendo — Ela disse, percebendo que havia sido invocada por mim, mas minha sensei estava por perto ao lado de Denka — Olá, Amiyo, a menina dos gatos… Parece que finalmente repassou o contrato para um aluno.

Pela primeira vez em minha vida, vi a mulher corar. Ela cruzou os braços com o semblante fechado e uma das sobrancelhas arqueadas. Percebi que aquele era o meu momento.

— Oi, Hina-senpai. Eu sou o Treze, ao seu dispor — Disse, fazendo uma mesura profunda. Havia percebido o quanto Denka era cortês e quis dar o meu melhor nesse momento. Ela deu uma risada graciosa ao ver minha reverência, colocando a pata sobre o focinho.

— Ó, que espécie engraçada a que temos aqui. Alguma abelha picou o nariz dele? Onde arranjou esse garoto, Amiyo?

— É castigo, Hina-sama — Ela deu duas batidinhas de palmas, como se espantasse galinhas — Ótimo, então acabou o show. Não vamos mais incomodar vocês, muito obrigado pela cooperação Denka-sama.

Eu fiz igual, me curvando mais uma vez aos Deuses.

— Muito obrigado, Denka e Hina-sama. Serei fiel ao pacto e cooperarei também para o bem estar dos gatos.

— Ah, sim. Sendo assim, está ótimo.

ク

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<center><link rel="stylesheet" media="screen" href="https://fontlibrary.org/face/datalegreya" type="text/css"/><div style="font: 35px datalegreya; text-align: center; text-transform: uppercase; line-height: 98%; color:#006400; padding-bottom: 10px;"></div><div style=' width:480px;font-size:12px;font-arial ;text-align:justify;'><div style="width:480px; font-family: trebuchet ms; font-size: 25px; color:#6699FF; text-shadow: White 1px 1px 1px; line-height: 100%; text-align:center;margin-top: 10px;"></div><div style="font-family: arial, font-size: 10px;">

[right][b][font=Arial Black][size=18]|[/size][/font][/b][size=18][i]野郎[/i][/size][/right]

[i]— Ah, e tudo aquilo sobre termos 7 vidas é mentira. Não me chame quando as coisas estiverem muito feias. Dê o seu jeito de firmar um pacto com outros gatos mais poderosos! [/i]

A voz se perdeu com o vento da noite quando em outra pequena explosão de fumaça os gatos desapareceram da minha frente, retornando novamente ao seu habitat no castelo de um Nekomata. Não me esqueceria desse nome para que um dia pudesse encontrá-lo, tampouco me esqueceria daquela que havia me instruído conforme o necessário durante todo o ritual para firmar um pacto com os felinos.

Me curvei frente à instrutora, uma fina chuva de verão começava a cair e molhava os meus ombros.

[i]— Obrigado, Amiyo-sensei. Muito obrigado por aceitar o meu pedido, me treinar e dividir sua sabedoria comigo — [/i]Falava em um raro tom de reverência com ela.

[i]— Não seja sentimental, Treze. O azar é todo seu que agora vai precisar aguentar esses metidos —[/i] Ouvi um miado de protesto vindo de um telhado próximo, quem sabe alguma invocação dela que estava sempre por perto[i] — Agora vamos, eu não posso nem acender o meu cigarro nessa chuva.

— Claro, eu também não quero ficar resfriado. Não tem como assoar o nariz, sabe como é… O nariz de palhaço. [/i]

[center][size=18][i]ク[/i][/size][/center]

<div style="font: 35px datalegreya; text-align: center; text-transform: uppercase; line-height: 98%; color:#000000; padding-bottom: 10px;"></div>
[right][i]HP:220/220 | CH:220/220 | Sta:0/4 | Sanidade: 170/170[/i][/right]
[spoiler=Considerações]
[quote]
— [b]ficha:[/b] [url=https://narutoshinobiworld.forumeiros.com/t218-ficha-treze#358]clique[/url]
— [b]pacto de sangue:[/b] gatos [10/10+]
— [b]palavras:[/b] 215

[color=#FF0000]edit:[/color] por algum motivo esse último post ficou assim crashado, mas não consegui encontrar o motivo :/

[/spoiler][spoiler=informações de jutsus]

[b]Técnicas citadas: [/b]

[quote]
—
[/quote]

[/spoiler][spoiler=Bolsa de armas]
[justify][i]Kunai [/i]- [b]7[/b]un
[i]Shuriken [/i]- [b]6[/b]un
[i]Kibaku Fuda [/i]- [b]1[/b]un
[i]Fios[/i]- [b]5[/b]m
[/justify]
[/spoiler]

</div></center>
</center>[/quote]

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