The Beggar Gennin

Depois da última missão, estava bastante transtornado. A garotinha havia falecido e nada pude fazer. Por alguns dias fiquei sem realizar missões, me embreagando cada vez mais todo santo maldito dia.

Meu colega me encontrou novamente perdido pelas ruas da vila, e me dava um sermão.

— Bercontz... De novo jogado no chão? Quando vai aprender?

— Calado! Não sei pra que fui te dar ouvidos. Suma daqui.

— Sabe que está se sabotando, não é mesmo? Enfim, como previ que ficaria mal depois do que houve com aquela menina, resolvi lhe dar um trabalho mais sério. Vá e desconte sua raiva e frustração.

Ele me entregava o pergaminho. O conteúdo da missão era simples como havia de ser uma rank D. Entretanto, tinha certo grau de chance de acabar surrando alguém, e era tudo que eu buscava no momento. Aliviar minha tensão e descarregar minha ira em alguém.

— Certo, farei como pedido. Aqueles dois também virão comigo, certo?

— Sim.

Me despedi logo mais, e quando chegava o final da tarde, pois a missão era focada pela noite, seguia para o ponto de encontro comum entre o time. De lá, seguiriamos para a fazenda do sujeito. Fomos para os arredores e depois de alguns minutos avançando em ritmo acelerado, chegamos na fazenda.

— Oh de casa! — E batia forte na porta de madeira velha e cheia de cupins.

— Ohh... São so ninjas que contratei?

— Eles mesmos. Agora nos conte sobre o que está acontecendo aqui.

— Que bom, que bom. Então, toda noite uma ou duas cabras somem. Não consigo nem sequer saber como sumiram, pois não há barulho algum e é sempre muito tarde da noite.

— Entendi. Não se preocupe, iremos descobrir o que aconteceu. E se houver um culpado, será devidamente punido.

— Isso será maravilhoso.

— Agora me mostre onde ficam as cabras.

E assim ele o fez. Mostrava a fazenda para todos e onde ficava os animais. Depois ele sumia, se recolhendo para sua casa. A missão de fato começava a partir dali.

Missão:

Arsenal:

The Beggar Gennin

A garota identificava o sangue em uma zona da região que criavamos um perímetro de segurança para as cabras que ainda viviam ali. O sangue continha resíduos de madeira. Observei bem o que a menina mostrava, e com os olhos baixos sem me desposturar, comentei.

— Para haver pedaços soltos, alguém deve ter batido várias e várias vezes até o animal cair morto. Algo bem pesado e rígido deve ter sido usado. Se procurar bem, é capaz de encontrar até um olho, pois certamente os mesmos foram esbugalhados e quem sabe, saltaram para fora.

Sem precisar dar ordens, o rapaz começava uma busca nos arredores. Conseguiu encontrar a provável entrada dos malfeitores.

— Entendo, eles não tem qualquer planejamento. Não estamos lidando com bandidos comuns, tampouco com shinobis. Provavelmente, é algum outro fazendeiro roubando de seu concorrente.

Pensei então na melhor maneira de realizar a missão.

— Certo, iremos permanecer ocultos. Encontrem um bom lugar. Não faltam árvores e locais fechados, como celeiro, banheiro, estábulo, e demais locais. Eu irei ficar dentro do local que as cabras passam a noite.

E assim o fiz. Cada um se escondia como melhor achava. A noite seguia e no meio da madrugada uma movimentação ocorria pelo local encontrado por Deijin. Os malditos iam adentrando na fazenda. Dois seguravam porretes, outro uma pá e outros dois tinham em suas mãos dois forcados, comumente conhecidas como "garfo de feno". Aquilo confirmava minha teoria.

Dois deles se dirigiam para onde eu estava. Um segurava o porrete e o outro um forcado. Imagino que um estocaria para o segundo golpear até o bicho cair morto. Quanto os três restante, ficavam de vigia em pontos isolados.

Observei de cima da madeira que sustentava o detalhado, os sujeitos adentrarem. Não notavam minha presença, apenas sentiam um fedor anormal. Imaginavam que pudessem ser urina e dejetos das cabras. O primeiro a entrar, foi o que segurava o porrete. Avançou até uma cabra para segurá-la e deixar o outro perfurar com o forcado. Contudo, assim que o segundo adentrou, saltei por suas costas, e em um movimento simples e rápido demais, rasgava sua garganta com uma kunai.

O homem da frente ainda estava de costa, e nem notava que seu companheiro estava morto.

— Heh, mais uma colheita fácil. Aquele velho burro nunca desconfiará.

— Tem certeza disso? — Questionei com minha voz grossa.

O homem olhava para trás logo em seguida, com um semblante assustado. Quando viu o outro rapaz caindo, arregalava suas pálpebras. Era seu irmão.

— HIDEO!!!!!! O que você fez com meu irmão, seu desgraçado?

— O mesmo que farei contigo, ladrão de cabras.

Ele se sentia acuado por não haver outra saída, pois permaneci na passagem que ele teria para correr. E nunca tendo sequer matado ninguém, a não ser cabras, galinhas, porcos e talvez algumas vacas, ter que enfrentar um homem que acabou de matar seu parente, era algo que levava sua adrenalina ao máximo.

— Aquele oji maldito contratou ninjas. Que velho sujo, tcs... — Resmungava tentando ganhar algum tempo com esperanças que seus primos lhe ajudassem.

— Sujo? Não está trocando os ideais? São vocês que estão cometendo crimes. E tiveram o azar de me ter como contratado em um tempo na qual não estou nada amistoso. Pode até ser que meus companheiros perdoem e apenas capturem seus primos. Afinal, são apenas crianças que ainda nunca tiveram um combate real. Contudo... Eu sou diferente. Já vivenciei o pior de todos os mundos shinobis. Acostumado estou em tirar vidas. Já não sinto mais nada. Principalmente quando se trata de vermes como tu. Você não sairá vivo dessa fazenda.

As palavras eram ásperas e intimidadoras. O homem entendia que era matar ou morrer. Partiu de qualquer jeito para cima, brandindo seu porrete. Somente esquivei para o lado, deixando passar pela entrada.

— Quer fugir? Tente. Será uma caçada bem desprazerosa e com um resultado inevitável. — Dizia enquanto dava-lhe um chute na bunda, empurrando o homem e lhe causando um desequilibrio, vindo a cair no chão. — Levante-se. Até mesmo os ratos não permanecem deitados.

Ele se levantou e veio me enfrentar. Movimentou sua arma em um arco, vindo me atingir. Ergui meu braço esquerdo, fazendo um bloqueio. Pude sentir certa dor pelo contato, mas não mudava minha expressão firme. Aproveitava-me da aproximação, e pegava em seu braço, puxava-o para mim, já virando minhas costas e o derrubando no mais clássico golpe de judo. O baque era forte, e em seguida eu já perfurava ele algumas vezes com a kunai que puxei da bolsa.

— Diga-me, de onde vocês são?

— Grrrrr... Vai se foder! — Resistia, mas depois de novas estocadas e o toque da lâmina no pescoço, ele sentiu finalmente o pavor da morte, e contou. — ORVALHO, FAZENDO DO ORVALHO NOBRE!!

— Orvalho Nobre? De nobreza vocês não tem nada. — Essas foram minhas últimas palavras para ele, forçando mais a kunai em sua pele, rasgando com desdém a jugular.

O sangue ia jorrando na terra da fazenda. O homem ficava em seus segundos finais, temoroso e perdendo os sentidos, até que finalmente viesse a morrer.

Olharia para meus companheiros, vendo se precisavam de ajuda. Se sim, faria, caso não, apenas juntaria os dois que matei. Iria levá-los e jogar eles dentro da fazenda que vieram. Seria um sinal claro do que poderia acontecer, se novos ataques ocorressem na fazendo daquele velhote.

Mas antes disso, avisaria que tudo estava resolvido, sem dar menção de que eram pessoas próximas que viviam na região e estavam lhe roubando.

Logo ao final, olharia sem remorso do que fiz, para meus companheiros, e com poucas palavras, diria.

— Vamos retornar.

Arsenal: