Já faziam horas que Kaginimaru golpeava com leveza o saco de pancadas enquanto zanzava de um lado para o outro em velocidades absurdas com o puro objetivo de aquecer-se durante esta noite fria. Embora fossem diversas as tarefas administrativas que tinha a fazer, ao ponto de pilhas e pilhas de papéis estarem dispostos em sua mesa, o garoto priorizava seu físico antes disto, pois este era o pilar principal de seu cargo. O cansaço já estava começando a aparecer por todo seu corpo quando notou o repentino girar da maçaneta sem batidas prévias. Não precisava sequer refletir para saber que se tratava de Pandora, a única que tinha intimidade para tal ato — embora acreditasse que ela teria coragem de fazer isto mesmo se não tivesse.

O coração do Tsuchikage batia mais forte. Um misto entre amor e preocupação com a bagunça das diversas papeladas jogadas que poderiam vir a incomodá-la ou até mesmo transpassar a imagem de que não estava fazendo o seu trabalho direito. — Oiii... — Diria com um sorriso no rosto, interrompendo o treinamento para observá-la. A companheira ia direto ao assunto, e então as memórias ressurgiam em sua mente, gerando inclusive certa irritabilidade dada a situação que passou durante a reunião. — Bom... começou com todos os Kages falando sobre como suas vilas estavam sendo atacadas e destruídas. Eu não quis expor o que aconteceu por aqui e então o cara da capa me centralizou nos assuntos e disse que a organização do Shin havia invadido Iwa. — Interrompeu para cerrar o punho com força, buscando tranquilizar a raiva que sentia. — Eu fiquei puto. Nem mesmo o Senhor Feudal do nosso País sabia com tanta exatidão o que havia ocorrido por aqui, eu fui o único que teve contato direto e saiu vivo... não contei pra ninguém. Trouxe isto para a reunião, mas os outros submissos não quiseram me ouvir, na verdade começaram a se voltar contra por eu ter acusado aquele merdinha... e eu tive que me segurar muito para não acabar com a paz naquele momento. A única que demonstrou ao menos me ouvir foi a Kazekage, mas mesmo assim discordou. — Interrompeu o discurso para entrar ainda mais em suas memórias e deixar com que Pandora também processasse todas as informações, ou até mesmo expressasse sua opinião até o momento.

O jovem respirava fundo e então adentrava ainda mais nos relatos. — E aí o Uchiha mascarado invadiu a reunião sem que ninguém percebesse. E o da capa havia dado garantia que ninguém conseguiria chegar lá, existia até uma ampulheta que demonstrava todos os Chakras presentes ou coisa do tipo, mas não serviu de nada. Ah, e antes da reunião começar, fomos desarmados. — Explicou. — Shin sabe da sua marca. Ele conhece o Cloud e todos os outros oficiais sobreviventes da igreja, inclusive expondo os feitos de todos eles... Depois disso eu avancei para atacá-lo, mas não fui rápido o suficiente e fui mandado para um lugar escuro, vazio e próximo de uma lua sangrenta — Narrava. Neste instante, retornava os socos rápidos em seu saco de pancadas, imaginando como se o mascarado estivesse ali. — Enquanto isso, os outros Kages apenas assistiram. Eu já não confiava neles, mas agora não os suporto. São todos covardes que aguardaram pelas consequências devido ao medo de agir. — Intensificava a força dos golpes, que chegavam a tremer a estrutura da construção. — Se Kumogakure agora está destruída, a culpa é inteiramente do Raikage, que optou a dar ouvidos para um invasor. Deram tempo para o primeiro hokage trazer a este mundo aquela besta de caudas. Eu a vi em minha viagem, estava distante, mas era a única forma de vida em quilômetros do inferno em que visitei... isso se der para chamar aquela criatura de forma de vida. — Finalizou. Estava visivelmente ofegante, tanto pelo treino de horas que estava realizando quanto pela tensão de relembrar todos estes momentos que lhe desagradaram. A reunião foi um completo fiasco e sentia raiva por isso.

Considerações:

Em um passado, talvez o Hanma tentasse repreende-la ao ouvir falar sobre os assassinatos cometidos, mas atualmente acabava por não se importar. Desde que ela estivesse segura, nada mais importava e o mundo poderia seguir como bem entendesse. Os diversos socos cessavam mais uma vez, o último questionamento o obrigava a ter de refletir bem para recordar-se de tudo e não deixar com que nada escapasse dos saberes de Pandora. A inteligência de Iwagakure com toda certeza trabalharia muito melhor com estas informações do que o próprio Tsuchikage.

O jovem então relatava todo o restante das informações que Shin havia mencionado durante a suposta reunião. Os nomes dos sacerdotes sobreviventes da igreja, onde atuavam e o máximo dos detalhes escutados, embora pessoalmente apenas se interessasse sobre o paradeiro de Cloud, seu alvo mor. — Você nunca me disse o que exatamente aconteceu, mas matarei o responsável pela Fênix.... — Mudava levemente o assunto, agora a encarando diretamente nos olhos, mesmo estando deitada. Seu objetivo neste instante não era olhar para sua amada, mas sim para a fera que habitava dentro dela. Jamais esqueceria o dia em que a viu em intensos combates internos para manter o controle, e se aquela entidade acreditava que não teria problemas com o mais novo Tsuchikage, ela estava muito enganada. — E irei te expulsar dela!  — Continuava em tom ameaçador, indo direto ao ponto.

Kaginimaru encontrava-se no início da fase mais difícil de toda sua vida. Seus instintos e a força que possuía o deixavam crédulo de que poderia resolver todos os problemas do mundo da forma que desejasse. Desafiava pessoas, seres desconhecidos e entidades sem medo algum, deixando com que suas emoções falassem mais alto do que qualquer tipo de razão ou estratégia —  muito embora já agisse de maneira semelhante, geralmente buscava sempre se controlar. Os anos de reclusão muito provavelmente cairia com força dali em diante, e o começo de tudo já estava sendo anunciado para Pandora. — Vê aquela lua? É exatamente igual a que vi no inferno. Só pode ser obra dele... — Diria para ela, observando a vermelhidão pela janela do Gabinete. A cena o trazia fortes lembranças do momento, a solidão e a proximidade com o vazio havia sido um verdadeiro tormento que por vezes lhe fez pensar no pior.

Considerações:

Conforme sentia, agora estava conversando com a Fênix Negra, e não a verdadeira Pandora que havia se dirigido até ali. — Manda é a última das minhas preocupações, logo ela consequentemente terá os sacrifícios que deseja enquanto eu estiver resolvendo os problemas de Iwagakure. — Explicava, deixando claro que não se intimidava com a obrigação que tinham de cumprir para terem paz com o contrato da Heinstein. As tropas da vila estavam em grandes números, guerras deveriam acontecer, pois Iwagakure precisava de mais recursos para que alcançasse a hegemonia regional desejada.

O Tsuchikage atentava-se em todos os movimentos dela, mas não era capaz de realizar nenhum tipo de leitura que os detalhes transpassavam. — Você se engana em achar que me importo com seu poder. Só quero que deixe de atormentar a minha mulher... Você não tem o direito de tomar o controle dela... — Era franco. — E o que te faz pensar que te darei todo esse tempo de tranquilidade? — Questionava, confuso com o mistério que a entidade fazia. Em seus planos repentinos, Kaginimaru desejava buscar maneiras de avançar em seus objetivos naquela noite mesmo, assim que terminassem a conversa, infelizmente não fazia nem ideia sobre como ou onde poderia começar, mas estava determinado a não mais ficar parado vendo aquilo tomar o controle da situação.

Considerações:

Adulterada pela presença daquela entidade maligna, a voz de Pandora fluía pelo gabinete com uma tensão inenarrável. Apesar de que Kaginimaru odiasse a sensação de insuficiência perante ao enorme problema de sua amada, este ficava cada vez mais de mãos atadas, chegando ao ponto mor durante a frase que auscultava diante da iluminação sangrenta causada pela lua precursora do caos. Conquanto parecesse algo surreal, a possibilidade de ser uma mentira sequer passava pela mente do jovem. A surpresa fazia com que seu coração batesse muito mais forte do que já estava durante o treinamento físico de até então, encontrava-se completamente desorientado e com um misto de sentimentos indescritíveis. Não conseguia falar, e muito menos refletir. Ia muito além, o jovem sequer conseguia mover-se diante da enxurrada de emoções que reviravam seu interior.

Embora fosse extremamente contra a saída de Pandora para resolver sozinha o maior problema do casal, não conseguia impedi-la diante da notícia recebida. Estava feliz, como nunca antes foi, mas também estava tão preocupado quanto. Desejava chorar de felicidade, mas também de medo. Este momento absoluto era como se o corpo do jovem não mais respondesse, como se tivesse adormecido de olhos abertos. "Serei pai..." — Tratava-se da única constatação que conseguia processar após muito se esforçar. Um sorriso se estampava em seu rosto, mas o cessava ao refletir sobre a ameaça que a Fênix representava para o embrião, enfurecendo-se com o fato de não poder fazer nada além de deixá-la em paz para que não resolvesse atentar contra a pequenina vida.

Passaria o restante de toda a madrugada naquela posição, vivendo de dualidades que constantemente variavam a maior emoção sentida no momento. Desde tudo que havia se passado e visto ao tornar-se Tsuchikage, Kaginimaru acreditava estar blindado contra tudo e contra todos em qualquer aspecto existente, mas a prova real de que estava errado havia vindo a tona, da pior ou melhor forma possível. Sufocava-se em seu próprio âmago, de modo que a solidão o consumia ao ponto de se sentir alguém fraco e indigno de ter o posto que tem. Se não conseguia nem mesmo proteger sua família, como faria isto com uma nação inteira? Obviamente estava se cobrando um pouco além do possível, mas isto era mais do que comum entre os verdadeiros shinobis do país da Terra. — Não posso fraquejar agora. — Decidia, esbugalhando ambos os olhos como forma de forçar o próprio despertar.

Uma nova vida estava surgindo, em um estágio frágil, que necessitava de proteção. Precisava mais do que nunca ser forte o suficiente para ignorar seus próprios temores; também necessitava ser sensível, e ao mesmo tempo insensível, o suficiente para aceitar que sua mulher continuasse lidando com a entidade mística em seu interior como havia feito todos estes anos, sozinha. Precisava reconhecer que ela também tinha o direito de sacrificar-se por eles, muito embora odiasse a ideia. Uma única lágrima que escorria por seu rosto, repleta de comiseração, anunciava que estava pronto para suportar todo o tempo que fosse necessário para o bem de sua família, ignorando o próprio orgulho e o sacrificando ao ponto de aceitar submeter-se à chantagem da Fênix. Definitivamente esta era a melhor e ao mesmo tempo pior noite de toda a sua vida em todos estes anos — algo que em tese parecia ser impossível.

O restante de toda a sua noite seria solitária e reflexiva. Dormir era impossível, portanto falharia com seu próprio corpo neste único dia e perderia as regradas horas de sono que sempre levava a sério. Havia aprendido que dormir era crucial para que pudesse manter seu físico em estado perfeito, mas em uma situação como esta, com a mente enfraquecida, precisava lidar com as insatisfações da vida sem que fugisse simplesmente se desligando de tudo por alguma horas durante seu sono.

Considerações:

Depois de praticamente um longo dia inteiro de treinamentos de rank extremo, o Hachidaime caminhava tranquilamente de volta para o seu gabinete. Cumprimentava de volta tudo e a todos que falavam consigo durante o percurso de volta, ainda não estava acostumado com o reconhecimento deste nível e tinha um certo grau de timidez neste aspecto, mas esforçava-se para que os moradores se sentissem bem com o líder que possuíam, pois embora fosse uma maquina de combate, ainda prezava pelo bem de seu povo fiel.

Na entrada, estranhava aquela existência jamais antes vista dentro do vilarejo. Seus olhos de certa forma pareciam vazios e inexpressivos, o que causava desconforto, mas não parecia ser alguém que não havia sido convidado. Passaria encarando-a, mas não diria nada. Pretendia adentrar no gabinete e questionar sua assistente sobre aquela mulher. — Kirche, quem é aquela parada aqui na frente? — Dizia enquanto cruzava a porta do salão principal, mas para sua surpresa, deparava-se com a esposa, que havia retornado de sua breve viagem e acabara por não comunicá-lo devido ao fato dele estar sumido. — Você voltou!! Oi! — Proferia com um sorriso no rosto, indo então em sua direção para abraçá-la. Neste momento todos os seus pensamentos deixavam de existir e já não mais se recordava da loira na entrada! Sua mente se dedicava totalmente para Pandora.

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Havia se distraído tanto com a presença da amada que acabara por esquecer que estava ensopado de suor por conta dos treinamentos intensos que havia feito pouco tempo atrás após retornar ao gabinete. Sorria com o beijo lançado ao ar, a ação advinda da Pandora com toda certeza era bem incomum e digna de apreciação. Como resposta, o Tsuchikage beijava a palma da própria mão e a mandava adiante, como se estivesse lançando o beijo para ela. Estava com saudades, mas havia de se segurar até que estivesse digno do contato.

Sentar-se-ia totalmente desleixado conforme o pedido dela e auscultava tudo que ela tinha a dizer. — Oxi... ela levou pra melhor médica do País, o que fez de errado? — Questionava, demonstrando certa concordância com o ato, pois muito provavelmente faria a mesma coisa que a assistente. — Erh... tive uma missão obrigatória para realizar e acabei parando no hospital, aí quando saí de lá fui treinar um pouco... — Confessava, não entregando muito os detalhes de todos os acontecimentos, proferindo apenas as partes mais importantes dos acontecimentos.

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O primeiro grande problema se dava pela necessidade de deixar a filha do casal sob os cuidados de uma babá sem muita experiência somado ao fato do Tsuchikage acabar esquecendo de um detalhe muito importante. — Ah... eu passei a outra noite no hospital e agora, por um momento, acabei esquecendo que você estava fora da vila... — Confessava, levemente envergonhado por revelar algo que não se orgulhava. — Ela fez besteira mesmo! — Mudava de opinião. As palavras da Heinstein eram duras, mas tinha bons motivos para o estado de nervos que se encontrava.

Quanto ao relatório da viagem, firmava o punho com brutalidade em um claro sinal de raiva. — Com essa porcaria de lua amaldiçoada, não sabemos o dia de amanhã... podemos precisar deles vivos para se sacrificarem em prol do mundo, matá-los seria um verdadeiro desperdício. Você sabe muito bem que se não forem eles, acabará sendo eu. — Expressava a opinião. — Sua viagem perdida será paga cedo ou tarde. Essa é a lei do mundo, essa é a lei do Karma. Iniciar uma guerra não deve ser o nosso foco de agora, mas saiba que não esquecerei dessa falta de respeito conosco. — Finalizava. Não a impediria de sair, mas ela com certeza escutaria tudo que fora dito antes que se retirasse. A importância da conversa entre o casal era tamanha que o novo rosto de Iwagakure ficava em segundo plano, acabando por não ser revelado para o Hachidaime sobre quem se tratava.  

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Com poucas palavras e sem muito sorriso, Kaginimaru solicitava para o primeiro que encontrasse no seu caminho até o próprio gabinete que fosse atrás de Pandora Heinstein e a avisasse que estava sendo chamada na sala principal de Iwagakure. O jovem tinha planos para que o dia fosse uma data especial e inesquecível, de mudanças e progressos sem iguais para todo seu povo. Desde o primeiro dia que havia colocado seu chapéu planejava por este momento, mas ainda faltava ter a plena confiança de seu próprio povo, algo que julgou ter conquistado muito bem durante a última missão que havia feito.

Assim que chegasse em sua sala, sentar-se-ia e prepararia os documentos necessários para a oficialização do momento, bastava apenas aguardar que sua parceira, aliada, esposa e mais todos os sinônimos possíveis referente a ligação que tinham chegasse. Enquanto isto, aproveitaria do momento para levantar-se e chegar bem perto da janela do gabinete, onde passaria um breve momento observando a prosperidade de seu povo inabalável povo, também procuraria se existia a possibilidade de localizar a até então Jounin vindo em sua direção, pois estava mais ansioso que ela, que nem mesmo sabia o motivo do chamado. Pensar nas reações dela havia se tornado quase que um hobby, ficava imaginando o que a mesma poderia pensar disto e se sua frieza natural permitiria que não expressasse nenhum sentimento.

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Visualizava o pontinho moreno ao lado do pontinho loiro caminhando em direção ao gabinete; aquela dupla era inconfundível! Com a chegada da amada, Kaginimaru virava-se e concentrava toda sua atenção nela. Mesmo havendo solicitado apenas pela Heinstein, a clone loira a acompanhava até mesmo para dentro do ambiente onde pretendia ter uma conversa a sós, mas não se preocuparia, se a Cientista confiava em sua criação, seu Tsuchikage também confiaria.

Não poderia deixar de reparar na feição da mesma, como se algum assunto não resolvido a incomodasse. Chegava a ser um pouco engraçado a preocupação que a morena demonstrava quanto aos acontecimentos em sua missão. Não havia sido relatado diretamente, mas já sabia que com toda certeza, ao menos em algum momento, a Fênix poderia ter tomado o controle de seu corpo para que a situação escalonasse até este nível. — Não é nada sobre esse ocorrido, já me resolvi com o povo quanto a isso. — Diria para ela com um sorriso sem graça. Não relevaria que havia tido de reconquistar a confiança do povo através do ato de permitir com que atacassem o corpo dele o quanto quisessem, uma forma de auto sacrifício para demonstrar para todos o quanto se doava para a causa. A inteligentíssima dupla poderia presumir que algo havia acontecido dado aos curativos presentes por todo o corpo do rapaz e diversas zonas arroxeadas, mas o detalhamento não sairia de seu interior de maneira alguma.

Respirando fundo, o Colosso de Pedra a encararia diretamente nos olhos. — Desde antes da minha nomeação, você se doou para o vilarejo como mais ninguém e sempre fez muito mais do que sua graduação pedia. Agora está me auxiliando em assuntos de fora sempre que preciso. Na verdade... é muito além, antes de precisar você já está resolvendo. Portanto, não será mais possível que prossiga como uma Jounin da vila. — Interrompia para puxar o fôlego e deixar um ar de mistério no ambiente. — Estou oficialmente te nomeando como a minha Sasaukage, o verdadeiro cargo que merece. — Concluía. Os feitos de Pandora definitivamente eram incomparáveis; a quantidade de missões realizadas, sua força, o número de assassinatos... Em tudo que pudesse levar como parâmetro, ela estava em pleno destaque. A Kunoichi seria facilmente digna de até mesmo levar o Chapéu da vila em seu nome, mas ser Tsuchikage não era da vontade dela, portanto respeitava este ponto e a graduava apenas da forma com que sabia que a mesma estaria confortável.

Mesmo que não verbalizasse as possibilidades que o cargo especial lhe traria, a Heinstein já devia saber que agora seria totalmente livre para tratar das papeladas da vila e resolver qualquer assunto pertinente em nome do vilarejo com total legalidade. Também deveria saber que se tratava de um cargo onde teria de ser ainda mais forte, não permitindo que a entidade interior trouxesse mais situações como a anterior, mesmo em momentos que a emoção viesse a falar mais alto. Após e ciente disto, depois de um breve momento de silêncio observando a reação dela, solicitaria que a mesma assinasse um papel que confirmaria a nomeação, assim podendo oficializar a atual situação para o Senhor Feudal do País da Terra.

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A primeira resposta o levava a fitá-la completamente, sorrindo descontraído e animado com a situação. Mas logo vinha a obrigatoriedade de revelar o ocorrido do dia anterior e o brilho do garoto sumia. — As pessoas estavam frustradas com a destruição. Morte de familiares e coisa do tipo... Uma revolta estava para ocorrer, então por vontade própria permiti que descontassem as frustrações em mim. Assim reconquistei a calma e a confiança do povo — Explicava de maneira breve, não desejando entrar muito no assunto pois tinha certeza que ela não gostaria nada do método utilizado. Quando se tratava do povo que liderava, o orgulho do jovem era diferente, o que imperava simplesmente era seu desejo de protegê-los, não importando as circunstâncias; quando viu-se de mãos atadas sem ter o que fazer para reconfortá-los, não havia outra opção senão o próprio sacrifício.

A missão que Pandora estava envolvida se revelada ser preocupante. O jovem sabia que Iwagakure ser a vila mais rica dentre as grandes nações atrairia inimigos gananciosos, mas ter um traidor repassando informações dificultava muito a proteção deste aspecto. — Sabe por onde começar? Tenho anotações com todas as rotas que serão traçadas com datas e horários, caso ajude. — Dizia enquanto procurava a pilha de papéis referente aos comércios que havia visto alguns dias atrás. — Tome. Faça o que for necessário para dar a volta por cima. Conto contigo. E não se preocupe com o Hospital, deixarei a Felicia no comando, quero que foque inteiramente na resolução desse problema! Não permita que inimigo algum leve vantagem contra a nossa nação. — Instruía com seriedade, entregando uma série de anotações sobre tais assuntos. Se tinha uma coisa que irritava Kaginimaru era o fato de mexerem com ele enquanto estava quieto. — Se descobrir de onde estes inimigos são, me avise o quanto antes. O contra-ataque será imediato. — Concluía, ficando notório uma veia saltada em sua testa, representando o quão irado se encontrava perante a situação.

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Um pouco mais relaxado com o que ouvia, Kaginimaru sorria. — Até mais, querida. Se cuide — Despedia-se. Haviam assuntos para serem resolvidos ainda hoje, portanto o Tsuchikage não poderia se envolver tanto quanto gostaria nos assuntos que sua amada estava tratando, mas estaria sempre disponível para supervisar o progresso feito e auxiliá-la caso alguma guerra se demonstrasse necessária — mesmo sabendo que no fim das contas ela simplesmente não precisaria de ajuda.

Contemplaria, pelas grandes janelas do Gabinete, mais uma vez o vilarejo. Ver toda a paz e prosperidade reinando lhe era motivo de orgulho, pois boa parte da sua vida sempre fora voltada para os cuidados com a nação. Mataria e morreria por ela e isto se demonstrava ser um fator imutável. Através da parte de vidro que se encontrava aberta, respiraria profundamente ar do vilarejo e então dali saltava, partindo para resolver outros assuntos neste fatídico dia.

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Kaido havia acabado de finalizar sua missão junto aos caçadores de vila quando fora convocado ao gabinete do Tsuchikage. O líder dos caçadores, que nutria certo preconceito com Kaido por este não levar seus deveres tão a sério quanto deveria, deu uma breve e discreta risada, provavelmente pensando que o rapaz levaria uma advertência devido ao seu desleixo e as apostas ilegais realizadas nos becos do vilarejo. Kaido ignorou seu colega e encarou o acontecido com extremo interesse, se questionando a respeito do que o alto escalão do vilarejo teria para tratar com ele, um shinobi que aos olhos de todos fazia de tudo para não se destacar e para afundar seu próprio nome na desgraça.
Kaido seguiu em direção ao edifício e ao adentrar nas dependências do mesmo precisou se esforçar para ser entendido e conseguir ser direcionado para o gabinete.

Descrição:

Jutsus:

Com passos lentos e relaxados, o gabinete ficava cada vez mais próximo de seu alcance. Como de praxe, encontrava-se parcialmente atrasado para o trabalho diário logo em um dia extremamente cheio de compromissos. A verdade era que acabava por se distrair demais com os diversos assuntos aleatórios que muitas vezes a melhor opção seria apenas esquecê-los. Kaginimaru ainda estava reflexivo sobre a ultima missão que havia realizado, mas parecia esquecer de tudo ao dar de cara com um Shinobi que havia adentrado em seu radar. Não esperava vê-lo assim cedo, mas isto adiantaria muito o processo para que completasse os objetivos que tinha. — Oh, Kaido! Acabei me atrasando um pouco. — Proferia com a mão dominante afagando a própria nuca, sorrindo. — Venha, preciso conversar contigo na minha sala. — O convidava, passando a caminhar para o salão principal do prédio.

Após adentrar, deixando a porta aberta, encostaria na mesa e deixaria para que o Chunin decidisse por conta própria sobre onde se alocaria. O carisma e a desenvoltura social passavam longe de serem boas características do jovem lutador, não sabia muito bem como deveria prosseguir, mas esforçava-se para que tudo soasse o mais natural possível. — Sabe... meu antecessor, o Nanadaime Tsuchikage, pertencia ao mesmo Clâ que você. — Dava inicio, praticamente indo direto ao ponto. — Isso me chamou bastante atenção e confirmei com seus antigos professores... sua inteligência se destaca tanto quanto a dele. — Evidenciava, muito provavelmente entregando que o assunto tratado seria bem positivo. — É exatamente por este o motivo que te chamei aqui hoje! Quero lhe incumbir um cargo burocrático, mas... não posso te dar tamanha responsabilidade somente pelo sobrenome que carrega ou pelo que os outros dizem. Eu quero te ver em ação! Por isso, caso esteja interessado, será necessário que realize uma missão de alta periculosidade, diferente de qualquer outra que já tenha efetuado. Caso cumpra com sucesso, será nomeado como ANBU da vila, além de tudo. — Discursava, transpassado a confiança prévia que tinha em seu Shinobi. Durante metade da conversação, mais especificadamente no momento em que citava a necessidade de uma missão, cruzaria os braços e o observava no fundo de seus olhos.

Havia estudado muito antes de tomar essa decisão e sem dúvidas o Yamanaka seria a melhor escolha, estava escrito em seus olhos no fim das contas. Pandora, a antiga responsável pelo cargo burocrático em questão, embora fizesse um ótimo trabalho, estava repleta de outras obrigações e o Hachidaime sentia a necessidade de deixá-la com menos serviços e mais foco, logicamente aumentando ao máximo a produtividade de toda a aldeia em diversos aspectos. Por conta deste fator, muito embora cobrasse alto, torcia para que Kaido aceitasse.

Considerações:

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Vagando pelo hall do edifício, Kaido percebeu alguém se aproximando as suas costas e se virou para contemplar a figura do Tsuchikage logo quando este lhe dirigiu a palavra. Sem saber como se comportar na presença do homem, Kaido arriscou uma rápida e tímida reverencia.
O rapaz foi conduzido até o gabinete pela sombra e se sentou em um dos acentos em frente ao homem. O corpo do rapaz se encontrava um pouco tenso e seus olhos levemente cerrados, estudando o líder da vila, se questionando a respeito do motivo de tal reunião “Será que eles realmente sabem dos jogos ilegais e das apostas? Mas que tolice, é claro que eles sabem, mas jamais achei que ligariam para tais banalidades, para o ópio do povo comum”.
Os pensamentos do rapaz foram silenciados por completo quando a sombra iniciou seu discurso. A menção da importância do clã Yamanaka e da pesquisa que o homem havia feito a respeito de Kaido fizeram com que ele ficasse ainda mais tenso “É isso, a casa caiu... Lá vem o esporro”. Mas ao contrário do que Kaido esperava, o discurso se encaminhou para uma proposta inesperada, que fez com que de uma hora para outra, de forma inconsciente, o corpo do shinobi relaxasse e ele então se acomodasse de forma mais confortável e despojada na cadeira “Eles só podem estar loucos... É isso... Estão todos loucos... Vão ME colocar em um cargo burocrático? Mas isso é problema deles, a proposta pode ser interessante... Tudo que preciso fazer é passar em um teste como caçador? Se aqueles caçadores tosquinhos passaram nesse teste, vai ser moleza”.
Após alguns breves segundos em silencio enquanto nitidamente pensava a respeito da proposta, Kaido abriu um grande sorriso para a sombra e fez um sinal de joinha com seu polegar. Logo em seguida o rapaz se levantou e aguardou as instruções da sombra.

Descrição:

Jutsus:

Kaginimaru sorria ao receber a resposta que queria. Separava alguns papéis dispostos em sua mesa para refrescar a memória sobre o que tinha de incumbí-lo. — Sua missão envolve um cientista louco que vive no País da Terra. — A Sombra da Pedra realizava um pequeno intervalo para mexer ainda mais na papelada em sua mesa, buscando por um mapa com mais informações. — Mayuri Kurotsuchi... uma figura cruel e imprevisível que ameaça o equilíbrio e a ordem da nossa nação. Você terá de matá-lo para ascender! Será uma missão de ranqueamento A, onde terá de se infiltrar no laboratório dele e eliminá-lo de maneira furtiva, sem deixar rastros. —  Discursava brevemente, lançando os papéis de maneira suave na direção de Kaido, repassando tudo que deveria ser feito. — Faça como se tudo não passasse de um acidente e assim me provará que está apto para o futuro brilhante que o espera. — Finalizava, confiante de que seria uma tarefa relativamente fácil para alguém que pertencia ao mesmo clã do falecido Urahara, mesmo ainda sendo um novato no ramo.

O assunto estava encerrado e agora cabia ao Chunin tomar novas decisões. Continuaria disposto a seguir no teste de provação? Independentemente da resposta que recebesse, Kaginimaru continuaria sorrindo, pois tudo isso o relembrava da época em que estava do outro lado do gabinete, recebendo tarefas perigosas mesmo ainda sendo pouco graduado e nada experiente com estes assuntos, o que muito embora não era o caso de Kaido. — Boa sorte, estou confiando em você. — Se despedia, esperando que o Shinobi estivesse disposto a começar imediamente.

Cientista caçando cientista
Rank: A (Prova de Capacidade para se tornar ANBU)
Existe um Cientista e Inventor misterioso atuando no País da Terra e ameaçando a integridade de Iwagakure no Sato. Nosso setor de inteligência acredita que seu nome seja Mayuri Kurotsuchi e sua aparência é um tanto quanto... exótica. Até mesmo o Senhor Feudal do País é contra a existência e a atuação deste homem, portanto, infiltre-se no Laboratório dele e o elimine sem deixar provas contra a nossa nação, como se tudo não passasse de um acidente.

Considerações:

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Kaido ouviu atentamente as instruções que a sombra lhe dava a respeito de sua missão “Cientista louco, parece uma redundância. Não seriam todos os cientistas e engenheiros loucos?”. Os detalhes que a sombra dava a respeito da descrição psicológica, do provável covil do cientista e de como a missão deveria ser executada davam para Kaido uma boa dianteira “Quem em sã consciência invadiria um laboratório possivelmente repleto de armadilhas mortais para enfrentar um completo desequilibrado?”. Kaido ameaçou dar uma risada “Ah, é mesmo, eu... Mas descobriremos afinal quem é o mais inteligente, imprevisível e desequilibrado”. A missão de repente se tornou mais um jogo do que realmente um teste para Kaido, que em sua mente imaginava uma espécie de partida de xadrez entre ele e o cientista louco.
Kaido sorriu mais uma vez para a sombra e bateu uma espécie de tosca continência, simbolizando que havia entendido tudo e que acataria as ordens dadas. Feito isso o rapaz se retirou do local, indo rumo a sua casa, onde iniciaria os preparos para que pudesse partir para a missão.

Descrição:

Jutsus:

O sorriso do Shinobi era contagiante, tanto que Kaginimaru sorria da mesma forma. Fazia um bom tempo que Iwagakure não dava frutos tão bons como este, mas o destino estava trabalhando em prol de todos os esforços da equipe da oitava Sombra da Pedra — restava apenas aguardar que Kaido fosse tão habilidoso quanto era destemido, pois se voltasse vivo, com toda certeza estaria digno para que a própria integração na elite do vilarejo fosse concluída com sucesso.

Os tempos atuais se mostravam difíceis diante das incertezas sobre o desconhecido que se via presente em todas as noites avermelhadas. o Hachidaime havia tentado de diversas formas precaver-se disto através da paz, negociando e trazendo parcerias promissoras que pudessem gerar boas vantagens perante qualquer inimigo em potencial, mas neste mundo, nada disso se alcança através da paz. Em um mercado instável e ganancioso como o em questão, sofrendo tentativas de traições diárias por parte dos tratantes de diversos comércios, além de valores e custos que aumentavam diariamente, não se viu em outra solução que não fosse extorqui-los como mereciam, da mesma forma que tentavam.

Doía profundamente cada baixa tida em seu exército, mas o sacrifício destes com toda certeza seria honrado sempre que o país estivesse em glória, como se dava o atual momento. As notícias corriam pelo mundo e todo mundo sabia dos movimentos da vila da Pedra — Inclusive, o próprio Tsuchikage descobria o sucesso de Pandora antes mesmo que ela retornasse. Não era novidade que notícias viajavam mais rapidamente do que pessoas, mas tudo isto acabava com a surpresa e o frio na barriga que sentia diante do anseio pelo bem de todas as tropas nacionais. A verdadeira vontade do ruivo simplesmente era estar presente em todas estas batalhas, mas não podia deixar o vilarejo desprotegido em momentos assim.

A governança da Pedra não habitava nem o bem e nem o mal, ficava no meio disto, transitando entre ambos os pontos na busca do melhor futuro possível para a própria nação. Tal fator poderia ser muito bem observado pois não destruíam País algum, pelo contrário, ao anexá-los garantia uma vida muito melhor e próspera para os cidadãos derrotados, formando então uma verdadeira aliança sob total liderança do País da Terra. Mexer com estes pequenos estados, agora, significaria também mexer com a potência da Pedra.

Kaginimaru marchava lentamente até as janelas da vila, buscando observar todo o povo e como os resultados dos movimentos de sua Sasaukage presentava a paz ao ambiente — parecia até mesmo ser contraditório; em que outra situação confrontos militares trariam a paz para um povo? Sem sombra de dúvidas aquela visão era uma das prediletas do Hachidaime Tsuchikage. Toda a reflexão o faria se recordar que a Heinstein estava chegando. Sempre sistemática, a mulher sabia muito bem o momento que retornaria, portanto tudo já estava previamente avisado. Com um sorriso estampado em seu rosto, dirigia-se até o portão da vila para recebe-la como devidamente merecia.

Considerações:

3 Bolsas de Armas + Colete (65 espaços):