— Ei! Vem brincar com a gente!
Uma garota insistia pela quarta vez na saída da academia para Cassyana ir brincar com elas. Aquela menina era bem legal, mas as outras lhe olhavam torto e isso era suficiente para a menina de cabelos ruivos ficar quieta no seu canto. Mas, naquele dia, Cassy estava cansada de ficar sozinha, ela ficava andando longe da vista dos adultos pela aldeia até ir dormir naquele beco sujo.
— Vai ter piquenique hoje! — a menina acrescentou na esperança da ruiva aceitar o pedido.
— Certo. Eu vou… — Cassyana falou tão baixo e como era a primeira vez, a menina se espantou.
— Você fala! — o grito foi tão alto que chamou atenção desnecessária.
Cassyana virou para ir embora, não queria chamar atenção para si. Começou a andar e foi impedida pela garota.
— Vem! É para esse lado!
A reunião foi rápida com apresentações e explicação de como era a brincadeira, era mais ou menos um pique pega, só que o que elas deveriam pegar era uma pedra especifica que havia sido escondida na vila pelo pai de alguma das crianças.
Cassyana não fazia ideia de onde começar a procurar, mas estava se divertindo em dupla com sua mais nova amiga, onde saiu correndo pelas ruas para poder tirar vantagem e procurar em mais lugares possíveis, ainda cobrir a distância para mostrar a pedra para outra para saber se era a certa.
Quando virou uma rua, olhando para o chão já que estavam em busca de pedras, Cassy não percebeu as pessoas que passavam por ali, sua distração foi tanta que acabou se chocando contra uma pessoa que passava naquele momento em alta velocidade por ali. O impacto foi tamanho que a pouca voz que a garota usava, foi ouvida com a reclamação de dor pelo choque dos corpos.
— Aí! — caindo sentada no chão.
A menina ruiva procurou pela pessoa que havia chocado nela, mas, ao mesmo tempo, não queria ter que conversar com ninguém, estava errada por correr pelas ruas, os professores da academia sempre repreendiam esse tipo de comportamento e naquele momento, Cassy tentaria se desculpar de alguma forma que não precisasse falar. Esperando que sua amiga aponte ali para lhe ajudar naquele problema.

Considerações:

Jutsus:

Bolsas de Armas:

Reuniões repentinas com aliados e representantes do País haviam se tornado tão rotineiras que Kaginimaru quase sempre se encontrava aborrecido em ter que lidar com tanta diplomacia interna nos últimos tempos. — Ele manda no País da Terra, não em IWAGAKURE! — Exclamava, golpeando a própria mesa com o punho fechado, destruindo mais uma nesta semana. Os representantes já não mais se assustavam com o movimento, mas permaneciam em silencio e respeitavam a insatisfação do Tsuchikage.

Como se a reunião simplesmente tivesse sido encerrada, o Hachidaime se retirava do gabinete com passos lentos e firmes, caminhando sem rumo pela vila na qual comandava. Muito provavelmente a atual assistente concluiria isto por ele, mas sequer importava-se. Precisava de momentos como estes para relembrar a razão que tinha em carregar aquele chapéu. Desejava um futuro próspero para a própria família e toda a nação da Pedra, e realizar caminhadas como esta sem sombra de dúvidas refrescava muito bem a mente cheia do ruivo.

Como adorava respirar este ar puro! Bastava sair um pouco no ambiente comandado por idosos gananciosos que toda a plenitude da vida novamente voltava a banha-lo. O fluxo de pessoas que caminhavam neste momento pelas ruas do vilarejo era bem considerável, mas nem mesmo a multidão o impedia de reconhecer de muito longe a presença de sua amada Pandora. De imediato o sorriso em seu rosto ressurgia e partia em direção à ela, visando alcançar a tranquilidade que somente a mesma lhe trazia. Ainda não estava muito próximo, mas notava o momento exato em que uma garota de estatura baixa esbarrava na amada. Na hora, conhecendo a Heinstein — e principalmente a Fênix que habitava em seu âmago, sentia a iminência de uma situação complicada, portanto, acelerava o passo para buscar antecipar a resolução de qualquer possível consequência.

Quase como uma obrigação, sempre andava com o chapéu de Tsuchikage consigo, chamando atenção a cada passo que realizava. Obviamente, ao envolver-se na situação, praticamente uma multidão instantaneamente se formava ao redor, destacando ainda mais o ocorrido. — Pandora! Estava mesmo te procurando, o que faz aqui? — Questionava, buscando chamar a atenção dela para si. Enquanto isso, encarava a garotinha de maneira pensativa, buscando relembrar-se onde havia anteriormente visto aquele rosto, que parecia muito mais familiar do que qualquer outra criança de sua idade, como se já resolvido alguma pendência em seu nome.

Considerações:

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Foi no momento que a mulher perguntou seu nome que a amiga de Cassyana que havia lhe convencido a brincar, virou a esquina naquela mesma rua e acabou se deparando com aquela confusão. A menina não entendeu o que acontecia até ver a ruiva sentada no chão.
— Cassy! — ela falou alto e se aproximou.
Quando chegou perto da novata, a garota reparou quais pessoas que estavam ali e seus olhos se arregalaram a deixando gaga.
— Tsu.. Tsuchi… Desculpa! A Cassy não fala! — assim a garota se virou para a menina com uma cara de: “O que foi que você fez?”
A garota ruiva estava com os olhos arregalados e ainda mordia os lábios, levantou do chão tentando esconder sua roupa velha e agora toda suja. Cassyana não sabia o que fazer, ela esbarrou com a mulher loira, mas ela tinha aparência com a mulher de cabelos pretos. Era bem confuso para a criança entender e aparência daquele homem que apareceu era de alguém importante.
Cassy havia esquecido como era chamado o líder da Vila, então não fez ligação com o que amiga falou para com a figura de grande importância para todos. Ela só reparou que os cabelos dele também eram ruivos, apesar de estarem coberto por um chapéu engraçado.
Cassyana chegou ainda mais perto da sua amiga, aproximando a boca da orelha dela e sussurrando para ninguém ouvir, cobrindo a boca com a mão.
— Pede desculpas para mim para a mulher loira, eu acabei atropelando ela quando entrei na rua correndo para procurar a pedra e do nada apareceu esse monte de pessoas. Por quê?
A garota esperava que a amiga repetisse seu pedido de desculpas, mas estava tremendo de medo, sua mente viajava que seria presa em um quarto escuro e seria maltratada até poder falar novamente. Aquele monte de pessoas com a atenção toda em cima de si, deixava a menina bem paranoica, devido ao trauma que viveu no passado.
— A gente estava brincando de procura a pedra, foi por isso que ela estava correndo, ela pediu desculpas por ter te derrubado. — a amiga explicava a situação.
Mas as pessoas ainda olhavam para seu rosto, algumas pareciam lhe julgar por alguma coisa desconhecida.

Considerações:

Jutsus:

Bolsas de Armas:

Entendendo que o choque havia sido contra Cammy e não contra a Pandora como sua perspectiva o levou a acreditar, a situação ficava muito mais tranquila. Kaginimaru chegava a sorrir, em alívio, mas buscava não demonstrar muito os sentimentos visando esconder o receio que havia tido. A resposta da esposa se mostrava bem direta e agradável; descobria que de um jeito ou de outro teria este encontro com a morena e definitivamente teria o dia melhorado por ela, por simples obra do destino.

Diante da boa educação da Cammy, o Hachidaime notava que todo o estresse de reuniões e diplomacias não mais existiam no interior do Líder. Era quase que instantâneo, bastava estar na companhia dela que seu humor ia da água para o vinho instantaneamente, como se a mesma recarregasse ao máximo as energias do ruivo. — Eu tô bem, e vocês? — Respondia para a clone, aproveitando também a oportunidade para direcionar o questionamento diretamente a esposa. O calor do momento o levava a retirar o chapéu do topo de sua cabeça para colocá-lo nas costas, como mais gostava.

Observando um pouco melhor a situação e ouvindo os dizeres da amiguinha da Cassyana, finalmente recordava-se sobre a garota. Havia anteriormente tratado sobre assuntos para a ingressão dela na academia ninja, um pedido direto feito por uma das melhores professoras da vila que havia se sensibilizado com a situação em que encontrara a pequenina.  Aprovara sem nem mesmo pensar, pois não via problema algum nisto, mas infelizmente não havia dado a devida atenção ao ponto de pensar as necessidades que a mesma ainda teria, sequer imaginando ou sabendo que ela continuaria vivendo nas ruas como estava.

Tomando a frente da Cammy, a resposta para o pedido de desculpas viria do próprio Hachidaime Tsuchikage. — Não tem problema, mas tomem mais cuidado, os adultos são chatos demais! — Dizia com um sorriso estampado no rosto. Não costumava ser nada carismático com as pessoas, mas ver o estado das roupas da estudante em questão tocava profundamente em seu coração. Sabia exatamente como era ser uma criança em uma situação dessas, inclusive recordava-se da própria infância no mesmo instante, onde viveu sozinho após ter sido abandonado pelo pai louco que possuía.  

Considerações:

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A garota não entendeu toda aquela comoção, o homem era muito gentil, a garota loira parecia alegre com tudo e a mulher de cabelos pretos tinha uma expressão muito séria. Enquanto eles conversavam, Cassy ficou observando por um tempo, eles discutiam o que tinha para fazer ainda naquele dia e a garota loira parecia explicar que demoraria voltar para casa e a amiga de Cassy, nesse espaço de tempo que todos estavam distraídos, a puxava pela roupa para que ambas saíssem correndo dali.
Cassyana olhou para a amiga e abanou a cabeça em sinal negativo, depois voltou a olhar a mulher de cabelos pretos que até então não havia falado muito, a ruiva ainda estava ali porque nenhum deles lhe olhou com irritabilidade, de que sua presença provocasse desprezo ou incomodo. Ela já tinha visto olhares assim na Vila, mas não ligava, afinal morava nas ruas, ninguém queria pessoas sujas ou com mau cheiro por perto mesmo.
O curioso, era que aquelas pessoas aparentavam ser de um nível social muito alto por ali, já que juntou várias pessoas para ficar observando toda a situação. As palavras da mulher morena deixou Cassy envergonhada, ela tinha sim tarefa da academia, os treinamentos sempre tinham que ser diários. A garota ruiva olhou para o chão e depois para o rosto da mulher e para surpresa dela mesmo, sentindo seu rosto queimar, porém, seu peito apertou e sua respiração ficou mais ofegante, parecia que seu coração sairia pela boca, de tanto que batia. Aquelas palavras, que pareciam lhe repreender por mal conduta, que fez ficar um pouco furiosa e acabou por fazer sua voz aparecer, bem forte e num rompante as palavras saíram as pressas de seus lábios.
— Eu treino todo dia sim! Farei isso daqui a pouco, só nunca tinha brincado com ninguém antes. — era a primeira vez que as crianças tinham se aproximado e chamado Cassy para brincar, ela acabou ficando indignada com aquela repreensão como se ela fosse desleixada com os estudos.
Parecia que a necessidade de falar tal informação era maior que sua aversão a adultos que lhe impedia de falar, Cassy sentiu necessidade em informar o que estava sentindo àquela mulher, não entendia muito bem o porquê, mas sentiu como se um peso enorme estivesse caindo de seus ombros, sua respiração estava bem mais leve. O medo estava te sufocando todo aquele tempo, parecia que um corpo invisível ficava preso em sua garganta lhe puxando para baixo e naquele momento, Cassy o fez cair por terra de uma vez.
Quando se virou para sua amiga e seu olhar cruzou com mo dela, a menina estava com uma careta muito confusa e engraçada, os olhos arregalados e os lábios torcidos, o que deixava sua cara toda torta. Cassy riu, nunca tinha visto ninguém daquele jeito antes. As pessoas começaram a dissipar, parecia que as palavras da mulher de cabelos pretos estava encerrando a apresentação e ela nem precisou falar o óbvio, os curiosos se dissiparam tão rapidamente apareceram ali para ver porque o líder da vila estava parado no meio da rua conversando com sua esposa.
— O que tem na Vila que não podemos brincar? — Cassyana perguntou a garota que ainda estava ao seu lado. — De que ela falou?
A ruiva ficou confusa, a Vila estava com problemas e todos viviam tão tranquilos daquela forma? Talvez devesse perguntar na academia no dia seguinte, saber o que se passava na região que morava era importante, ainda mais vivendo nas ruas. A voz da mulher chamou atenção novamente da ruivinha, que para surpresa de sua amiga respondeu à mulher que tinha feito uma fala retórica.
— Pode deixar, senhora Pandora. — Cassy falou e se virou na direção oposta, precisava ir treinar.
— Ei! Aonde você vai? — sua amiga perdeu o tempo dos passos e demorou se virar e começar a andar.
— Treinar, o professor ensinou um jutsu novo hoje, não fui muito bem na demonstração da aula.
— Qual jutsu?
— Henge… Ou algo assim, você se transforma em outra pessoa por um tempo.
— Sei qual é.
— Então, o professor pediu para termos sua aparência, quando eu fiz tinha várias deformações, ele ficou sem graça e a turma riu, foi super chato.
A menina também riu e acabou por fazer Cassy olhar para ela envergonhada.
— Até amanhã! — a ruiva falou e acenou indo correndo na direção do campo de treinos.

Considerações:

Características da Personagem:

Jutsus:

Bolsas de Armas:

Com o chamado para a casa do sogro, Kaginimaru tinha a noção de que finalmente estava no momento certo para que o casal passasse um tempo com a filha. Sem dúvidas esta seria a melhor parte de todo seu dia, mas o que parecia estar extremamente próximo acabava parecendo se tornar muito distante no momento em que a Heinstein começava a demonstrar que ainda tinha algo a dizer para as duas crianças que estavam por ali.

Mesmo crendo fortemente que tudo estava certo e nenhum problema surgiria desta situação, Pandora demonstrava a insatisfação que tinha com as crianças que inocentemente estavam apenas brincando. Não tinha a intenção de ser tão duro quanto ela, mas a morena se encontrava coberta de razão. Tempos difíceis como estes precisavam de esforços máximos de todas as partes, mesmo as mais inocentes, porém o ego do jovem Hanma era demais para exigir daqueles que não demonstravam vontade. O Hachidaime Tsuchikage sempre acreditava que poderia resolver tudo sozinho, em qualquer situação, assim, quando tivesse ajuda dos companheiros, estaria em níveis muito maiores do que se fosse esperado — e quando não tivesse, estaria preparado para enfrentar tudo e todos. Havia aprendido desde cedo que precisava superar os próprios limites todos os dias e simplesmente não desejava isso para ninguém que não estivesse decidido a seguir um caminho tão autodestrutivo quanto ao que trabalhava.

Com a resposta dada pela ruivinha explosiva, a Sombra fechava a cara no mesmo instante, demonstrando grandes insatisfações com a falta de respeito. Mal sabia ele das condições inacessíveis da fala que a estudante possuía. Mesmo a amiguinha tendo explicado brevemente, a fúria desencadeada o impedia totalmente de recordar-se disto.  — Ela não pediu explicações. Valorize um conselho quando eles são dados pelos mais velhos. — Bradava. Não desejava ser grosseiro com as crianças da vila, mas nunca, em hipótese alguma, permitia que faltassem com respeito perante sua esposa. Após toda a pequena confusão, seguiria os passos da amada na mesma velocidade, ansioso para chegar em casa. Durante o caminho, confuso se havia sido justo ou não, o rapaz parecia muito mais pensativo do que o comum, definitivamente não sabia lidar com crianças.

Considerações:

3 Bolsas de Armas + Colete (65 espaços):