No céu noturno, o vazio: a lacuna do grande astro corrompido pelo sangue de um deus; um dia já foi prateado, outrora avermelhado, agora sem cor. Bastava olhar para cima — ato inevitável a qualquer pessoa — para sentir falta de sua magnitude, seja a vermelha ou a prata. Ali, onde os pontos cintilantes das estrelas não ousavam brilhar, era como se a ilusão de uma sombra esférica ainda guardasse o trono desse astro, a lua.

Mas agora restava o angustiante nada. E a triste contação…

A lua se foi.

Foi-se em centelhas que riscaram os céus ainda cobertos pelo véu escuro da noite, ostentando caudas incandescentes como os cometas. Foi-se e liberou a treva notívaga, o medo dos solitários… mas deixou também a esperança dos justos.

As Cinco Nações, os ninjas corajosos, esses seguiram os rastros dos fragmentos da lua. Cada qual motivado por suas próprias ambições: o desejo de apaziguar o mundo a sua maneira, de conquistar as recompensas que só vêm pelos maiores riscos.

Foi assim que a Folha rumou para os Rios, lugar alvo dos boatos espalhados feito brasa ao vento. Dentre eles, um em específico se destacava.

"Nos leitos mais distantes e afundados na selva daquele país, repousa um pedaço lunar", diziam os peregrinos.






O céu estava pesado quando os ninjas da Folha chegaram. Estavam no território dos Rios, no local passado de boca em boca.

Segundo o relógio, o crepúsculo da tarde se aproximava, mas o sol mal conseguia penetrar as densas camadas de nuvens sombrias que fechavam o firmamento: uma abóboda cinzenta. Os raios  solares formavam regiões iluminadas: alguns tufos de luz que conseguiam rasgar as nuvens desciam como véus zenitais sobre a paisagem.

O solo era zebrado: linhas de terra molhada e linhas de água. Na água, afundava-se até os tornozelos. Havia árvores e arbustos para todos os lados. Apesar das copas altas, não sufocavam a vista do céu: uma mata de bosque.

À frente, uma névoa branca serpenteava até onde a vista alcançava. Era tão densa que a vegetação sumia depois de alguns metros adentro. E foi ela, a bruma ofuscante, que fez o grupo da Folha cessar o movimento.

O silêncio da mata, constituído pelo piar distante dos pássaros e o farfalhar das folhas dobradas pelo vento, fomentava o clima de tensão que se acomodava ali.

Esse mesmo silêncio, ora gritava, espantando os conterrâneos do Fogo; ora os chamava, seduzindo-os a entrar.

Orientações:

O caos parecia inevitável no país dos rios, a lua de pouco em pouco se partia dando vida a uma besta de caudas, a era dos deuses cada vez mais se aproximava da terra e quem poderia impedir isso? Por enquanto, quatro shinobis da folha se colocavam entre os deuses e seus planos.







O restante da mais poderosa força shinobi de konohagakure no sato se reunia para apreciar de longe o despertar da besta divina, usaram seus poucos minutos em paz para se encontrarem e conversarem sobre suas difíceis batalhas, em especial Kain que mostrou para todos um pequeno papel que havia achado no campo de batalha. O papel possuía propriedades estranhas semelhantes a Chakra Kyūin, porém enfraquecido, quando tentou pegá-lo com a areia de sua Kekkei Genkai, parte dela era absorvida pelo papel e caso alguém pegasse com suas mãos, era possível sentir levemente seu chakra sendo sugado. Quando todos observassem de perto poderiam perceber que o símbolo no meio do papel é de um fuinjutsu, mas que ele demonstrava estar borrado, como se estivesse com dificuldades de selar seja lá o que estiver nele, possivelmente seria uma boa ideia investigar com mais cuidado caso sobrevivessem a iminente ameaça.






Finalmente a besta selada destruiu completamente a lua, caindo 50 metros de todos shinobis. Quando seu enorme corpo tocou o chão, a fera uivou demonstrando toda sua fúria, mesmo estando metros de distância, o barulho de seu grito seria o som mais alto que os ouvidos dos shinobis teriam tido o desprazer de captar até o momento. Em seguida o monstro atacou tudo que estava em seu caminho, seus enormes braços devastavam qualquer árvore, pedregulho e até mesmo o solo que havia ao seu redor, tudo isso enquanto continuava a uivar sem parar. Cada movimento que a monstruosidade fazia tremer o chão do país dos rios, algo que obviamente todos ninjas da folha conseguiam sentir, demonstrando a magnitude daquela criatura.
Aos poucos a besta foi avançando descoordenados movimentos, ela não parecia estar em busca de algo ou alguém, apenas destruía incessantemente tudo que via em sua frente. Após alguns ataques, seus enormes olhos vermelhos avistaram algo em seu horizonte: seres humanos, os tais mortais que ousam ir contra a volta dos deuses antigos, o mais imundo ser vivo que merece o extermínio total. Ao perceber os humanos, a criatura demonstrou ainda mais sinais de raiva, seus ataques que miravam o nada cessaram e seu enorme corpo começou a se locomover em direção a eles. Embora fosse enorme e claramente pesada, sua velocidade era gigantesca, em menos de um segundo metade da distância havia sido percorrida, naquele momento os shinobis podiam ver com mais clareza o corpo de seu inimigo mortal.







Quando enfim ficou numa distância considerável de seus alvos, a besta com cauda iniciou um feroz ataque contra todos ali. Seu primeiro movimento foi bater com suas três caudas no chão criando uma forte onda de choque que distorcia o espaço e destruía o solo por onde passavam, essas ondas foram em direção a três shinobis: Tengoku, Squall e Seiji. Após levantar suas caudas, de sua boca saiu outra poderosa onda de choque, dessa vez mirando o jonin Kain.
Ao fim de seus ataques de puro ódio, a besta direcionou sua bocarra para cima e expeliu uma massiva quantidade de água que logo começou o processo de queda vindo por cima de todos shinobis ali presentes. Seu poder era devastador e todos ali podiam sentir a raiva que habitava em seu coração, se é que aquela fera possui um coração, afinal ela nada mais parecia que uma grande arma de destruição em massa.

Orientações:

Uma feroz batalha estourou no país dos rios, aquela que iria decidir o destino da vila da folha e também o destino do deus de três caudas. Os mortais de konohagakure no sato juntaram forças para tentar se opor às vontades dos deuses, mas será a ambição humana tão grande quanto a opressora força da natureza?







A raiva da besta caiu sobre os shinobis da folha, suas caudas soltaram perigosos cortes e sua boca um impacto de força monstruosa que foram contra todos os quatro shinobis restantes. Squall graças a sua visão abençoada por seu sangue conseguiu desviar majestosamente, Tengoku vendo um pequeno vislumbre do ataque conseguiu evitar por pouco, porém seiji não teve a mesma sorte, graças a pouca percepção e baixa velocidade, o shinobi apenas conseguiu evitar levemente o ataque, mesmo com sua tentativa de esquiva, a distorção do ar atingiu sua perna esquerda abrindo um corte na região de sua coxa, diversas gotas de sangue caíam, porém sua adrenalina o deixava ainda dentro da batalha. O grito da monstruosidade também conseguiu ser facilmente evitado por Kain usando sua tão confiável areia.
O próximo ataque, um estonteante suiton feito em área que poderia matar todos shinobis, foi defendido pelo selamento do uzumaki, um dos clãs de maior prestígio em todo país do fogo, que novamente protegia seus aliados.






Mais uma vez a ofensiva do quarteto da folha se iniciava, cada um dos shinobis se aproveitando de suas habilidades únicas, mostrando a força de suas linhagens sanguíneas. O shinobi uzumaki foi o primeiro a agir devolvendo o suiton usado pela bijuu nela mesma, um ataque ousado na intenção de fazê-la provar do próprio veneno. Embora tenha sido feito com menor poder, o jutsu atingiu e incomodou o corpo da criatura de três caudas criando aberturas para seus companheiros poderem agir livremente.
O segundo ataque foi feito com um enorme martelo de jiton que atingiu o topo da cabeça da criatura a deixando atordoada por algum momento, o impacto foi forte o suficiente para fazê-la gritar produzindo um som que incomodava o ouvido de todos por ali. No entanto tal grito não durou muito tempo, o jonin do clã Nara logo prendeu a boca do deus com suas sombras reforçadas com o poder das trevas que costuraram tudo com poderosas estacas negras, fechando-a definitivamente.






A criatura de tamanho colossal tentava de toda maneira se livrar da técnica de sombras que prendia sua boca, o desespero da mesma era tanto que fazia seu corpo se debater causando enormes tremores no solo do local. Com o passar do tempo os shinobis puderam vir alguns buracos surgindo na região do que parecia ser a mandíbula da criatura, a força usada para se livrar do jutsu era tão poderosa que começou a criar ferimentos em seu próprio corpo, ferimentos esses que derramavam uma enorme quantidade de sangue. Numa última tentativa de se livrar, a besta com cauda tentou concentrar chakra dentro de seu próprio corpo, todos shinobis puderam ver aquele enorme corpo se inchar e dos buracos de machucados existentes uma forte luz roxa saía, era visível para todos que um poderoso ataque estava sendo carregada, possivelmente algo que poderia exterminar todos por ali. Talvez o desespero iria voltar a tomar conta de todos, suas vidas estariam prestes a ser encerradas… Ou não. Antes que todo chakra pudesse ser armazenado no interior de seu corpo o ataque mais poderoso do Uchiha ali presente seria realizado, chamas negras infernais que nunca cessam tomariam conta do corpo da criatura feita de puro chakra, uma vez atingida por aquilo, nem mesma ela poderia sobreviver.






Todos esforços físicos da fera se intensificaram, a dor da chama era tanto que ela rasgou sua boca para conseguir gritar, seu corpo se contorcia enquanto seu destino estava selado, não havia mais forças para agir e nem mesmo futuro para ela. Com o passar do tempo, nenhum vestígio do seu corpo sobraria no campo de batalha. A criatura era obviamente feita de puro chakra, todos ali já poderiam ter percebido isso com o passar da batalha, então mesmo que seu corpo fosse totalmente destruído, talvez pudesse ser reconstruído e assim voltaria a destruir tudo, possivelmente com mais ódio por ter sido machucada por ser seres humanos, então mesmo que fosse um triunfo temporário, nunca seria definitivo, porém algo poderia ser feito: é impossível derrotar um deus imortal, mas talvez seja possível selar.

Orientações:

Enfim a batalha havia se encerrado no país dos rios, a última força do país do fogo, o quarteto da folha, havia conseguido impedir a fúria de um deus, a enorme besta com cauda que havia causado terror e poderia destruir todo país facilmente estava derrotada e numa atitude surpreendente, fora selada no ninja que decretou sua sentença de morte. Usar seu próprio corpo para selar um monstro tão poderoso causou enorme dor em Squall, possivelmente a maior que já sentiu em sua vida, mas o processo foi um sucesso, o selamento feito pelo Uzumaki selou um deus no jonin da folha.

Enquanto a besta de três caudas era selada em Squall, o garoto do clã Nara quebrou o selo do papel que havia sido obtido por Tay anteriormente, fazendo sair do mesmo uma estranha espada com escamas que quem possuísse habilidades sensoriais poderia perceber estar repleta de chakra de diferentes assinaturas, incluindo o falecido samurai que morreu no confronto contra uma das três caudas da fera. A espada parecia ter vida própria e precisar ser “domada” para que alguém pudesse utilizá-la, tarefa essa que agora cabia ao Uzumaki da folha.






A sangrenta batalha havia se encerrado com sucesso da força de konoha, agora era o momento de descansar e voltar para vila, onde eles não faziam ideia que diversos problemas externos os aguardavam. Em algum lugar no campo de batalha, onde nenhum deles poderia ver, ouvir ou sentir uma figura feminina se encontrava no local onde Dóris havia sacrificado sua vida para formar a besta.

— Quem diria que a vila da folha viria até aqui impedir aquelas três de trazer a tão esperada destruição do mundo. Disse a mulher estendendo a mão e fazendo aparecer o tridente que a menina usou no confronto contra Keiko e Ren. — Minha querida Dóris, você fez um trabalho melhor do que eu imaginava, derrotou dois shinobis e foi a única que não foi derrotada. Estarei pegando minha arma de volta, sinto que um dia os ninjas da folha irão voltar a vê-la.

Orientações: