The Beggar Gennin

Acordei aquele dia com bastante preguiça. Era de manhã ainda e poxa vida, o que eu estava fazendo acordado? As missões realizadas estavam programando meu organismo a isso? Cacete, não estava gostando de como as coisas estavam fluindo. Parte de mim sentia saudades daquele lado largado e estúpido, dignas de um verdadeiro mendigo procrastinador. Mas...

— Ahhh, droga.

Me levantei e fui encontrar com meu colega que tomava café da manhã comigo.

— Como foi a última missão Bercontz?

— Foi... Musical.

— Musical? Hahahaha! É um desgraçado mesmo. Tudo bem, aceito minha derrota. Enfim, tenho um novo trabalho pra ti. E, somente pra ti. Tome.

O pergaminho era entregue. Enquanto eu sugava um fio de yakisoba, fui desenrolando e lendo. O conteúdo me tirava do sério. Batia com força no balcão, assustando o dono da barraquinha.

— PORRA! Ta me testando ou o quê?

— Calma, cara, osh. Acho que ir visitar as crianças vai te fazer bem. Sabe, você precisa dar um jeito na sua imagem. Nada melhor que começar pelos mais novos. Você tem que ser um exemplo para elas. Você tem 40 anos, Bercontz. Passou da hora de superar aquilo. Virar a página, entende?

— Tcs.... Você inventa cada uma.

— Escute seu amigo. Vá lá. Mostre seu valor. Prove pra elas que não é somente o fedorento da rua que ficava pedindo esmola em todo matsuri. Quando eles entenderam que até mesmo alguém como você é e pode ser um incrível shinobi, certamente vai motivar eles a tentar ser bons ninjas e até mesmo a superar você. Afinal, se o mendigão é brabo, por que não o pentelho lá não pode? Digo, é o que "ele" pensaria de si mesmo.

Meu olhar com cara de tédio foi tudo que ele viu antes de eu me levantar e retirar dali.

Missão:

Arsenal:

The Beggar Gennin

Não havia o que fazer, precisava seguir para aquela maldita academia ninja. Os pestes que me infernizavam nessa geração, estariam boa parte estudando ali.

Respirei fundo quando cheguei na entrada da escola, olhei para a placa da mesma meio ansioso, fechei os olhos e resmunguei:

— Seja o que Kami-sama quiser.

Cruzei a linha da entrada e me encontrei com o sensei que aguardava minha chegada.

— Oh, presumo ser o shinobi enviado, correto? — Perguntava tentando resistir ao cheiro ruim.

— É, vamos acabar logo com isso. — Disse um tanto apressado.

Guiou-me até a sala. Entramos nela e sem demora ele me apresentava.

— Bom dia classe. Hoje teremos a honra de ter conosco o genin mais velho de nossa vila. Ele irá compartilhar um pouco de sua experiência como ninja. Por favor...

Ele dava espaço para mim me apresentar. Adentrei, ficando no centro. Estava meio envergonhado, olhando pros lados com os dedos nos cabelos na nuca.

— Er... Bem, meus conhecidos me chamam de Bercon. Sou um ninja a muito tempo. Contudo, fiquei um bom tempo sem trabalhar como shinobi da vila da névoa. Sou um usuário da espada. Diga-se de passagem que sou um bom espadachim. E bem, acho que é isso.

Todos ouviam sem dar muito crédito. Um menino mais arrogante falava risonho.

— Eu conheço você. Me pediu uns trocados semana passada, ahahaha!

— É verdade. Também já o vi. — Disse outro. — Meu pai deu para ele um pouco de comida que havíamos comido.

A sala em geral ria da minha cara naquele instante. Havendo somente uma exceção. Uma criança na qual havia sido salva por mim de alguma maneira e eu não sabia ou lembrava.

— Sensei, o que um falastrão como esse mendigo faz aqui?

De repente começaram a jogar bolinhas de papel em mim após a fala do menino. Permaneci parado observando os projéteis se aproximar. Minha espada foi sacada imediatamente, e em questão de milésimos fui retalhando todos pedaços lançados até mim. No fim sobrava apenas um monte de sujeira caindo no chão junto da minha katana que ia sendo embainhada ao fim do último dos papéis tocar o chão.

A sala ficou em silêncio e permaneceu assim. Até o professor ficou sem fala. Virei-me de lado e fui seguindo até a porta. Não ficaria mais naquele lugar depois da forma como fui tratado. Ao meu ver, tinha falhado em motivar os alunos. Cruzei a porta e ela se fechou sozinha, indo embora.

Não estaria mais perto o suficiente para ouvir as vozes aclamadas dos garotos dizendo.

— Caramba, vocês viram aquilo?

— Ele cortou tudo antes de toca-lo. Como pode?

— Ahhh, eu também quero ser um espadachim como ele. Não, melhor!

O sensei da sala que estava preocupado, mudava seu semblante para um mais alegre, revelando um sorriso. Quanto a mim? Bem, fui para uma taverna encher a cara e amaldiçoar o filho da puta que me fez fazer aquilo.

Arsenal: