The Beggar Gennin

Estava olhando minha bandana preta. Não tinha muito tempo que eu havia conquistado a mesma. Parando para pensar agora, foi um tanto cômico como ganhei a mesma. Lembro-me de exatos seis meses atrás eu estar em meu exame chuunin sem nem ao menos saber disso, haha. Cara, foi engraçado. Vou lhe contar.

Estava numa boa, dormindo em certa madrugada quando senti meu corpo ser arrastado por alguém. Quando finalmente resolvi abrir os olhos, estava no meio do nada. O sujeito queria me forçar a lutar com ele, desejava revelar meus poderes genéticos e quaisquer outras coisas que eu tivesse em meu arsenal. O maldito até tentou ameaçar minha filha que desconheço quem seja.

Contudo, como alguém como ele poderia convencer um mendigo como eu a fazer o que ele quisesse? Há! Virei muito bem de lado e voltei a dormir mesmo estando com os pés e mãos amarrados. Moradores de rua dormem em qualquer lugar, literalmente, e em qualquer posição. Seria exagero se não fosse verdade.

Fato é que apesar de tudo, não deu para evitar o confronto. Começamos a lutar, e é agora que entra aquela música ao estilo Rock Lee vs Gaara ao som de Linkin Park (mas esse não é Linkin Park).


Tentei socar ele algumas vezes, porém o maldito era resistente. Então precisei ser mais cuidadoso. Embora eu tenha deixado ele me acertar com um jutsu, hahaha. Me escondi quando ele tentou me tostar todo. Eu sei que sou uma carne saborosa e defumada, ao menos eu era, agora sou limpinho. Mas voltando ao raciocínio, ele ia me queimar todo como se eu fosse churrasco.

Nesse momento recuei como havia dito. Mantive-me oculto enquanto observava-o. Realizei um Kawaramiri, assim como ele próprio, pois em meu ataque eu acabei descobrindo que seus selos eram os mesmos que eu havia executado. A grande diferença era que ele trocou com algo explosivo. Arregalei os olhos na hora e vi o clarão tomando espaço e cegando minha vista. No entanto, eu também fiz uma substituição. Tal qual me garantiu uma vantagem ainda maior, pois naquela situação que até ele me perderia de vista, foi o momento crucial para que eu aparecesse em sua retaguarda para surpreende-lo.

Avancei rapidamente com toda velocidade e empunhando de minha espada, utilizei um jutsu específico que confundia o adversário se visse a técnica sendo executada. Me aproximei, e quando ele notou era tarde demais. A lâmina da minha katana descia ferozmente, acertando seus lábios e descendo pelo queixo, cortando eu peito a seguir, encerrando por dois dedos da mão dele que não foram decepados por muuuuito pouco.

Eu não iría parar por ali, e quando planejava ceifar sua vida por achar que se tratava de um maldito vândalo perturbando mendigos, ouvi ele dizendo.

— A-APROVADO!!! — Exclamava o examinador.

Instintivamente freei a espada a poucos centímetros de seu olho esquerdo. Pude notar certo receio do avaliador. Talvez não era o que ele esperava de um gennin morador de rua.

— Não entendi. Que merda está falando?

— Bercontz... — Ele se levantava limpando a roupa. — Tudo isso não passou de um teste para ver sua competência como shinobi. Por meio deste exame, concluí que está mais que apto para se graduar e se tornar um Chuunin!

— Hããã??????? — Era estranho, mas fazer o que.

Ele tirava de suas vestes, uma bandana e arremessava para mim.

— Tome. Isso representa sua classificação.

— Entendo. — Olhei friamente, ainda sem aceitar muito bem tudo aquilo. — Na próxima vez... Não use minha filha como motivação. Eu não perdoarei nem mesmo se você fosse o Mizu Kage.

Daquela forma, virei minhas costas dando de ombros ao avaliador e fui embora para voltar a repousar. Nem sequer olhei para a nova bandana.

A noite acabou passando sem eu conseguir voltar a dormir. Infelizmente, a batalha me tirou o sono e minhas lembranças de uma filha que desconhecia, martelavam a cabeça. Sai zanzando pelas ruas e roubando alguns mendigos sonolentos, digo, peguei para mim suas garrafas de sake e outras bebidas. Tomei tudo ficando bem perdido no efeito do álcool. Não lembro muito do resto daquele dia, mas sei que no outro acordei na prisão e acabei ficando lá por um mês como medida de correção, kákáká.

Quando finalmente sai, quer dizer, fui solto, uma notícia traria grande infortúnio para toda aldeia da Névoa. A MizuKage havia morrido em combate no país das Ondas. Não sei os detalhes, pois não nos deram muitas informações. Contudo, fato é que ela havia falecido e trouxeram seu corpo.

Aquilo me pegou de surpresa. Nossa vila era a mais poderosa do País da Àgua e agora não tínhamos mais um líder. Como que seria o desenrolar de tudo? Quem assumiria? Realmente tinha algum shinobi capaz e merecedor de tal título em nossa atual realidade? Fiquei pensativo. Todavia, o que importava era o funeral da MizuKage que ocorria em um fatídico dia.


Todo vilarejo prestaram suas homenagens. Eu também fui, embora não quiseram me deixar me despedir apropriadamente. Diziam que ela não merecia meu fedor por perto nos últimos minutos dela conosco. Fiquei muito irritado, porém não causei problemas. Esperei anoitecer e no momento certo fui me despedir adequadamente. Na praça da vila que tinha um chafariz, adentrei de madrugada peladão. Arrumei antes uma pedra num formado quadrado e lá tomei meu banho do ano. Levei também pétalas de flores, esmaguei-as e espalhei-as na água. Banhei-me raspando a pedra por todo meu corpo, raspando toda sujeira e eliminando o mau odor.

Assim que terminei, fui até o lugar do sepultamento e diante seu local de enterro, me despedi.

— Mizukage-Sama... A vila sentirá sua perda. Já está sentindo. Sei que tenho sido um péssimo aldeão e um shinobi pior ainda. Não sei como será a partir de agora. Mas... Mas... Grrr!! Farei meu melhor! Espero que esteja nos vendo de onde quer que esteja agora. Nos abençoe com seu espírito. — Ergui as mãos com as palmas viradas para cima. — Que essas mãos calejadas pelo passado possa dar bons frutos no futuro. E... — Tirava uma garrafa de sake do bolso, a erguendo e deixando derramar em seu local de repouso. — Eu sempre brigo com pessoas jovens que tentam beber e fumar, mas dessa vez eu permito mesmo você sendo uma kage dedicada.

O líquido ia caindo e depois sentava, me mantendo em silêncio. Passei anoite toda lá até os guardas da manhã virem checar e me expulsar de lá.

Não me importei com aquilo. De fato não me importava. Olhava para o sol iluminando meu rosto limpo após em muito tempo. Eu não passava de um qualquer na vila e tampouco a Mizukage deveria saber sobre mim. Mas sua morte mechia comigo. Como se novamente estivesse perdendo alguém estimado, alguém amado. Uma filha. Droga. De novo isso. Meu rosto liso pelo banho me permitiu sentir uma lágrima que escorria pelo canto da maçã do rosto e pingando na ponta do queixo.

— Tcs... Bercontz. Ainda um zé ruela. Quer saber, vou procurar Lizzye. Além é claro, de completar aquelas missões na favela.

Deixei minhas lamentações de lado e rumei para o portão de saída da aldeia.

— Para onde vai? — Perguntou o guarda.

— Pra casa do caralho.

— Quer ser preso, idiota?

— E quem vai prender? — Intimidei ele com um olhar frio de poucos amigos. — Estou indo realizar missão de cunho secreto. Dê-me passagem. — Mostrei a bandana chuunin.

— En-entendo, tudo bem. Passe.


Segui para a favela com passos firmes e olhar atento. Me dirigia até o bar daquela moça tão graciosa que me chamou tanta atenção e estava ansioso para vê-la. Ao chegar, fui adentrando vagarosamente. Olhei para um lado, olhei para outro e ninguém surgia. Abaixei a cabeça desanimado por alguns instantes. Não parecia haver ninguém ali. Até que...

— Levou mais de um mês para vir me visitar? Espero que tenha uma boa desculpa. — Disse brincando.

Me virei mais animado e um tanto agitado. Olhava para a figura em minha frente.

— Heh, me desculpe. Tive alguns contra tempos e bem... A nossa... — Não consegui completar a frase.

Lizzye não era tola. Logo notou se tratar da falecida Mizukage.

— Compreendo. A tal garota foi morta, certo? Ficamos sabendo das notícias vindo de dentro.

— Pois é. Era muito nova. — Disse com tom fraco na voz.

— Você parece chateado. Era conhecido dela?

— Na verdade, não. Entretanto... — Cerrava o punho.

Lizzye se aproximava e me abraçava tentando me confortar. Um silêncio pairava no ar. O calor da mulher me acalmava.

— Sinto muito, mas não se preocupe, ainda temos o morador de rua mais forte do País da Àgua para nos proteger. — Foi então que ela notava algo diferente. Cafungava meu perfume de flores e se surpreendia. — E vejam só quem passou um perfume. Está bem mais cheiroso agora.

Me afastei um pouco olhando em seus olhos com um sorriso.

— Eu tinha prometido, não? Embora foi uma coincidência grande demais ser logo hoje.

— Do que está falando?

— Nada não. Ignore. — Não queria que soubesse que me lavei só por ela, mas também para honrar a Kage sepultada. — E como vão as coisas, Lizzye?

— Sei. Então agora temos o samurai das flores? Hihihi. — Ria divertidamente. — Bem... O de sempre. Bêbados, pouco dinheiro, aquele velho problema ainda e acho que é isso.

— Então não mudou nada. A condição da vila impediu maior atenção aqui na favela. É compreensível. Irei retomar o que dei início. E farei agora. Onde estão os usuários e gangs da região?

Embora ela não quisesse que eu me envolvesse, ela me indicou onde ficava tudo.

— Quando eu acabar, irei cobrar aquela bebida grátis.

Rindo, ela dizia que estava tudo bem.


Não havia mais tempo a perde. Segui até o local onde tinha alguns viciados. Perguntei para um malucão quem vendia para ele, pois queria também. Ele indicou quem era quando o sujeito apareceu na área. Memorizei seu rosto para uma eventual abordagem futura. Fiquei observando todo restante da movimentação e descobrindo os demais vendedores. A primeira missão havia sido efetuada. Restava saber onde estava a gangue da região. Parti para o lugar indicado anteriormente pela mulher. De mancinho, encontrei um beco fechado e sem saída. Havia uns "vida boa" com pedaços de paus, correntes, facas, etc. Um deles estava em maior destaque. Parecia ser o líder. Estreitei os olhos naquele momento.

— Certo. Seus dias estão contados.

O que viria nos próximos dias seriam nada mais que eu resolvendo esses problemas da favela e enaltecendo meu relacionamento com Lizzye. Porém, isso é uma história para outra hora.

Considerações

2 Missões Rank B

Bercontz

HP: 140/140

CH: 140/140

ST: 3/3

Talentos

Versado em Kenjutsu
—> Aprimorar Saque Rápido
—> Aprimorar Golpe Rápido
—> Aprimorar Investida
—> Aprimorar Performance em Kenjutsu

Estudado em Taijutsu Rápido
—> Aprimorar Punho Suave

Destreza Aprimorada

Arsenal

Kunai: 3 Unidades
Shuriken: 3 Unidades
Kibaku Fuuda: 8 Unidades
Kemuridama: 1 Unidade
Hikaridama: 1 Unidade
Katana: 1 Unidade Rank C