The Beggar Tokubetsu Jounin


Já fazem mais de 30 anos desde que vi pela primeira vez a doce e gentil Hotarubi.

Era outono, bem no dia do meu aniversário. Eu era novo e estava completando 8 anos de idade.


Meu pai me levava para passear no centro da vila naquele dia, juntamente com minha mãe. Me lembro nitidamente quando caminhamos e observava as pessoas andando por ali. Gente de todos os tipos, tamanhos e formatos. Alguns bem vestidos e outros com trapos como os que eu uso hoje em dia.

Alguns minutos caminhando, e então paramos na entrada de um restaurante para comemorar minha data de nascimento. Meus pais resolviam alguma coisa na entrada quando notei a presença de uma menina tão jovem quanto eu, talvez até menos. A pequena olhava fixamente para o vidro do estabelecimento que eu adentraria instantes depois. A menina estava sozinha, e parecia que ficaria ali por muito tempo. Sendo somente uma criança, fiquei curioso em saber o que tanto ela olhava, portanto me aproximei da mesma para ver o que ela observava. Dei alguns passos discretos enquanto olhava a vidraria que separava ela de alguns bolos incríveis. Certamente algum daqueles ali seriam servidos para mim, hoje. Tornei a observá-la, e perguntei:

— Oi! O que tem ali?

Ainda sem olhar diretamente pra mim, ela simplesmente respondeu.

— Tudo.

Inclinei o pescoço pro lado. Não entendi o que ela queria dizer.

— Tudo o que?

— Tudo que tem para comer.

Nesse momento notei que ela sentia fome. Coloquei a mão por dentro do kimono tentando encontrar algo para dar-lhe, mas eu não possuía nada. Ingenuamente eu perguntei algo tolo.

— Por que você não entra e come alguma coisa?

— Não me deixam entrar. E também não "tenu dinelo".

Havia desigualdade social na vila, e aquela era minha primeira experiência com aquele tipo de situação. Porém, eu mal sabia com o que estava lidando.

— Vou pedir pro dono deixar você entrar, e aí poderá comer com a gente. O que acha?

Ela olhou meio incrédula. Não fazia por mal, afinal, era somente uma criança acostumada com a pobreza. Quanto a mim, não era cheio de grana, tampouco rico. Todavia, nunca sofri necessidades. Algo que em duas décadas depois eu começaria a descobrir o que de fato era viver no nada quando me tornasse o homem depreciado que me tornei.

— Bercontz, venha! — Disse meu pai na portaria antes de entrar.

Olhei para trás, e corri até ele rapidamente.

— Pai, pai. Podemos convidar aquela menina pro jantar? — Apontava para onde estava anteriormente sem olhar a direção

Ele olhava para mim estranhando, e questionava logo em seguida.

— Menina? Que menina, garoto. Não estou vendo nenhuma.

— Aquela ali, olh... — Foi então que me virei, e quando dei meia volta, nem consegui completar a frase. — Ué? Onde ela foi parar? Estava ali agorinha.

Por mais que eu varresse a área com meus olhos azuis, eu não a encontrava.

— Não pude nem perguntar seu nome.

Aquilo me deixou triste, mas não pude fazer nada. Enfim, entrei no lugar e tive minha noite de comemoração. Quando estávamos para sair, uma esperança de reencontrá-la tomava meu coração, e pasme, eu acabei encontrando ela. No outro lado da rua com um homem e uma mulher. Pareciam brigar com ela, não sei. Acho que a menina estava perdida por um bom tempo, e só agora encontraram. Há pais que choram quando encontram seus filhos, porém, outros brigam.

Obviamente, não pensei em nada disso, somente sai correndo com uma caixa de papelão nas mãos, e fui em direção a eles.

— Hey! Hey! — Exclamava alto o suficiente para os dois lados da rua ouvir. — Você sumiu do nada. Para onde foi?

Meio sem jeito, ela se encolhia e enrolava para responder. Seu pai então falava no lugar dela.

— Quem é você pivete? O que quer com minha filha, hã?

O sujeito olhava torto para mim, mesmo eu sendo uma criança. Seus dedos das mãos eram estalados sucessivamente como se estivesse se preparando para me socar. No mesmo instante eu assustei, e recuei um pouco. A garota ficou espantada também, e correu até ele, ficando em sua frente e abraçando sua perna.

— NÃO PAI, PARA! ELE NÃO FEZ NADA.

— O QUE DISSEEEE??? — Olhou-a com desprezo.

Foi então que...

— Algum problema? — Era a voz de meu pai.

— Sim, um grande problema. Esse pirralh... — O homem ia falando sem olhar a quem, até que se virou e se deparou com um ninja famoso na vila por sua grande competência vigorosa e saúde inabalável. Fora isso, meu pai era alto, até mesmo maior do que eu sou hoje. Aquela muralha a sua frente que lhe fazia uma sombra, era intimidadora. — Er... Digo, esse menino estava assustando a minha menina.

— É mentira! — Interrompeu, Hotarubi.

— Calada sua malcriada. — E sentou um tapão na pequena que a fez chorar.

Meu pai estreitou os olhos. Não gostava de violência contra crianças. No entanto, não era a família dele. Dessa forma ele não poderia fazer nada. Segurou sua raiva, e tentou encerrar aquilo da melhor maneira.

— Entendo, perdoe se meu filho fez algo de errado. Vou dar uma lição a ele quando chegar em casa. Agora vamos filho, está tarde e você tem aula amanhã.

Não pude fazer nada, somente olhei para ele meio triste. Mas antes de partir eu me aproximei dela e entreguei a caixa.

— Tome, abra quando chegar em casa. Você vai gostar. Aliás, meu nome é Bercontz, Kaguya Bercontz. E o seu?

Meio sem jeito, ela vencia a própria timidez e respondia lentamente.

— Ho-hota... rubi. Hotarubi!

Ao ouvir seu nome, imediatamente esbocei um sorriso grande de felicidade. Era estranho pensar que ao conhecer uma pessoa pela primeira vez no meio da rua em frente a um restaurante, iria me deixar tão alegre.

Sem delongas, me despedi da menina e rumei para casa junto de meu pai que não me deu bronca alguma, pelo contrário, havia ficado orgulhoso de mim.

Já longe dali, lá nas pocilgas chamadas de favelas, Hatorubi embora tenha dormido de bunda dolorida por levar algumas chineladas de seu pai, pôde dormir de estômago cheio, pois o bolo de aniversário que ganhei, eu dei todo pra ela.

Este era o começo da minha relação com a pequena Hotarubi que viria a se tornar uma mulher tão influente em Kirigakure no Sato.

Resumo

Bercontz tomou o rádio de Haru, fez a chamada e depois entregou o rádio de volta.

No porto se preparou pro combate e pediu uma pílula pra Haru.

Arsenal

Kunai: 3 Unidades
Shuriken: 3 Unidades
Kibaku Fuuda: 8 Unidades
Kemuridama: 1 Unidade
Hikaridama: 1 Unidade
Katana: 1 Unidade Rank C