Caminhar pelos arredores de Iwagakure, depois do considerável tempo que havia passado fora, causava sensações inexplicáveis no cerne de Kaginimaru. Sentia o prazer de estar de volta ao País da Terra e poder respirar o ar que tanto estava acostumado. Mesmo sem estar trajado com as vestimentas de Tsuchikage, lidava com a calorosa recepção de todos os cidadãos locais que cruzavam seu caminho, o saudando de várias formas possíveis como seu devido cargo merecia — afinal, era praticamente impossível alguém não reconhecê-lo pela própria aparência e o físico elevado que possuía. Sorridente, a todo momento correspondia com educação e humildade, feliz e ansioso por estar de volta.

Não conseguia tirar da mente o desejo de rever a própria família. Desde que havia constituido-a em conjunto com Pandora, jamais antes esteve distante de tudo e de todos como agora. Mesmo que investigações e interesses políticos forçassem a Heinstein a viajar, o Hanma ainda permanecia cuidando da filha e de todo o vilarejo. Mais recentemente, além de tudo, a família havia ficado maior e, por infelicidade do destino, ainda não pudera dar a devida atenção a isso, mas estava pronto para reverter o jogo daqui em diante!

De longe, os shinobis sensoriais seriam os primeiros a notarem o Chakra conhecido. O fato de agora possuir praticamente o dobro do que já era muito causava náuseas nos menos experientes. Aos poucos, os responsáveis pelos portões seriam os seguintes a notarem o retorno do Líder. Ninguém conseguia disfarçar o próprio sorriso e a satisfação perante a chegada, nem mesmo o próprio viajante, que quando estivesse próximo o suficiente, realizaria seu primeiro pedido — ainda fora do vilarejo. — Mandem chamar a Pandora-Sama. — Proferiu após respirar fundo o ar do próprio vilarejo. Mesmo sendo livre para entrar ou sair como bem entendesse, não desejava fazer isto depois de tanto tempo fora sem ao menos a ciência da responsável durante todo o período. Não somente! Desejava que ela fosse a primeira com que teria uma conversa direta e se reencontraria apropriadamente. A saudade fazia com que seu coração batesse mais forte, como na primeira vez em que a viu, mesmo que ainda não a visualizasse.

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Durante o passar dos anos seguindo a vida de casal, Kaginimaru pôde constatar um fato muito interessante pertinente à amada: sempre que se distanciavam longos períodos de tempo por viagens ou obrigações derivadas, o reencontro com Pandora se mostrava totalmente diferente da tranquilidade em que viviam. Ele sabia quando ela estava por perto mesmo não possuindo habilidades sensoriais, pois a atmosfera começava a tremer perante sua presença. Perguntava-se, sempre, se todos que a desconhecia pessoalmente passavam por essa sensação física e visual durante o primeiro encontro, ou tudo se resumia apenas ao enorme misto de diversos sentimentos que o Tsuchikage possuía. A conclusão seria impossível de ser feita mesmo que questionasse outras pessoas, mas gostava de refletir solitariamente o quão especial eram seus reencontros.

Escorando-se no muro do vilarejo, visando obter apoio para lidar com a presença da Sasaukage, o Hanma apenas admirava a vista angelical se aproximar. Logo de longe, a visualizava caminhar naquela direção específica, ficando claro que o momento que tanto esperava desde que havia partido finalmente chegara. Já não mais conseguia raciocinar direito; seus pensamentos sobre a tensão de rever a morena não mais existiam, eles se externalizavam ao ponto do rapaz tremer internamente, esforçando-se ao máximo para esconder o estado em que se encontrava. Com a dispensa dos guardas, o Hachidaime suspirava um riso alegre, feliz pelas coisas não terem mudado.

Indo direto ao ponto, a Heinstein demonstrava seu total interesse em ficar por dentro de todas as descobertas feitas. Kaginimaru, por sua vez, embora preferisse que este momento fosse em um local mais confortável para os dois, iria direto ao ponto. — Este ser de cinco peit-... c-caudas... levava a alcunha de Deus da Floresta por viver protegendo peitos, não, erh... f-florestas! — Sorria totalmente envergonhado, mas não conseguia disfarçar para a região em que seus olhos viajavam. Tossia em desconcerto como forma de buscar se recompor para continuar com a parte mais importante que estava por vir. — Acabei descobrindo na teoria e na prática que ela possui a Kekkei Genkai do Vapor (Futton)... Sabia dessa possibilidade?! Sempre achei que as linhagens sanguíneas fossem exclusivas de seres humanos. — Explanava e ao mesmo tempo questionava, curioso pelo ponto de vista da esposa.

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Todas as respostas e apontamentos realizados por Pandora abriam ainda mais a mente do Tsuchikage. O mundo já não era mais o mesmo desde muito tempo atrás; uma besta com diversas caudas dominadora de um elemento único não parecia ser nada se comparado à lua caindo do próprio céu. — Tem total razão! bem observado, como sempre. — Proferia com um sorriso de alívio por não mais necessitar ser a mente pensante da situação — não imaginava o quão cansativo e, por vezes, frustrante poderia ser. A virada da morena durante a segunda parte da explicação trazia-lhe uma dualidade suprema: metade de si desejava acompanhar o olhar dela para a lua, e a outra metade desejava permanecer na região baixa. A escolha dele, porém, aqui não seria evidenciada, ficando apenas em nossas imaginações.

Com a aproximação de costas, assustava-se. Não estava acostumado com abordagens como esta advindas pela Heinstein, mas a segurava com total graciosidade e carinho para garantir-lhe o conforto mor. Em sua mente, apenas conseguia pensar sobre como a Pandora era sempre uma caixinha de surpresas. O plural utilizado em sua frase, embora parecesse sem sentido para quem observasse de longe, era bem óbvio para o Kagi. — Eu também senti sua falta... demais... — Proferia enquanto lhe abraçava de maneira mais firme. Seu verdadeiro desejo era também poder dizer que a Gobi também havia sentido falta da morena, mas indo contra seus planos mal formulados, ainda se encontrava extremamente distante da fera que habitava dentro de si.

Com a observação sugestiva da amada, sorria com leveza. — Coincidências elementais... quem diria. — Reafirmava, acreditando estar ciente do caminho em que o assunto começava a se levar. Guiado pela esposa, a abraçava com muito calor e intensidade. Seus desejos internos eram de simplesmente passar o restante de toda a eternidade naquele momento de completa paz interior, mas infelizmente não podia ficar mais do que alguns minutos — pois não desejava transpassar incomodos para a Sasaukage. Era somente com ela que o jovem perdia sua pose de impávido e sequer se importava com a própria imagem ou tinha qualquer tipo de receio quanto a isso, mas sempre se preocupava com o bem estar geral e tudo sobre ela. — Me acompanharia até em casa? O trabalho pode esperar... — Sugeria. Independentemente da decisão da mesma, concordaria com tudo e acompanharia ao seu lado.

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