Desde o momento em que tinha acordado, a sensação de estar esquecendo algo o incomodava fortemente, mas mesmo refletindo muito sobre os dias anteriores, de nada conseguia recordar. Nem mesmo seu treinamento em jejum que costumava realizar todos os dias rendia como realmente almejava, piorando ainda mais a estranha sensação de incômodo. — Que inferno, será que prometi algo para a Panda? Ela vai fazer aquilo com a mão no rosto o tempo inteiro se eu me atrasar... —  Conversaria sozinho consigo mesmo, rindo de se recordar das inúmeras vezes onde presenciou este acontecimento.

Mas logo fechava o sorriso quando se lembrava que a relação da dupla não estava indo muito bem. Evitaria tornar a pensar nela para que a saudade não tomasse conta de toda a sua consciência. Saudade. Seria isso o que incomodava tanto o inocente Genin? Era exatamente o que se perguntava, mas por ter dificuldades com seus próprios sentimentos, não conseguia exatamente concluir nada além do fato de que a sensação estranha ainda o assolava.

Não tinha como ignorar. Após tomar um banho matinal, realizar todas as devidas higienizações e se vestir adequadamente, Kaginimaru logo saía de casa com uma coxa de frango frito enorme em mãos — que por sinal se tratava de seu café da manhã. Enquanto comia, caminhava em direção a casa de Pandora, mas para sua surpresa, a encontrava no caminho. Cumprimentando-a da mesma forma e mudando a direção do seu caminho para o mesmo que o dela, seguiria o percurso guiado pela mesma como se soubesse para onde estavam indo, mas na verdade sequer fazia ideia se deveria acompanhá-la ou não. Como não houveram reclamações de perseguição ou derivados, presumiu que estava correto em suas atitudes e de fato acabou se esquecendo do que estava marcado.

Ainda estava chateado com a atitude fria e desnecessária da garota perante a missão anterior, por isso evitaria realizar qualquer tipo de contato, incluindo o verbal. O que gerou uma caminhada monótona e extremamente tensa, mas disponibilizando muito tempo para tentar se lembrar sobre o destino de ambos neste percurso. Quando as casas começaram a ser substituídas por simples rochas, a possibilidade de concluir que estavam indo rumo ao campo de treinamentos vinha em sua mente. — É isso… Será que falei que iria treinar com ela? — Ainda se perguntava, curioso do que aconteceria a seguir.

Quando finalmente pararam e aparentemente chegavam ao vosso destino, a frase dita por Pandora fazia com que se recordasse completamente do que se tratava. O combate contra aqueles dois irmãos. Finalmente teria a oportunidade de socar de verdade o garoto magrelo. Embora este fosse em sua perspectiva fraco demais para partir ao combate bruto, a tentativa de fazer com que se virasse contra Pandora era imperdoável, afinal, como alguém poderia se chamar de Homem após tentar convencer um outro a, juntos, atacarem uma mulher? Somente de pensar sobre isto a irritabilidade dominava o seu interior, e mesmo chateado com a parceira, não deixaria de protegê-la. tiraria a camiseta a fim de preparar-se para o combate iminente.

HP 140/140
CH 140/140
ST 00/03
SA 130/130

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Proteger Pandora, socar o magrelo usuário de Taijutsu e amedrontar seu irmão. Este era o plano de Kaginimaru para o combate que estaria por vir, decidia tudo enquanto toda a enrolação de combinar o início do treinamento era feito. Pouco se importava em dar o primeiro passo ou mesmo observar os detalhes dos oponentes, tudo o que teria que fazer se resumiria a distribuir socos e chutes, como sempre fazia, e quem sabe até mesmo finalizar a lição que almejava dar no Leonhard.

O primeiro avanço então era dado em conjunto; ambos os Zoldycks avançavam em direções distintas, provavelmente almejando uma combate separado. Não se moveria, deixar que os inimigos se aproximassem garantiriam para o Hanma a oportunidade de conseguir defender a sua dupla de qualquer perigo que fosse-lhe necessário e ao mesmo tempo combater o até então novo espadachim.  

Quando se preparava para subir sua guarda, o inesperado acontecia. Por mais que conseguisse contrair normalmente suas musculaturas, seus movimentos estavam completamente paralisados, como se estivesse preso em um genjutsu. A confusão era tamanha que sequer passou por sua mente a possibilidade de intervir através do fluxo de seu próprio chakra, tudo o que conseguia fazer acabou sendo observar o desenrolar dos acontecimentos.

Primeiro, uma impostora se revelava, demonstrando sua verdadeira face. — ”Essa garota… Ela estudou com a gente. — Refletia consigo mesmo, um pouco confuso com a situação, mas o pior de tudo ainda estava por vir. O som do metal perfurando a pele alva de Pandora fazia com que de imediato o sangue do garoto circulasse de maneira desenfreada, juntamente com seus batimentos cardíacos que se descontrolou por completo; a situação piorava ainda mais no instante em que ela explicava o que estava acontecendo, era inaceitável. — Você cruzou uma linha que não deveria, bastardo! — Gritava com ódio enquanto encarava Anzen. As pálpebras totalmente abertas, suas sobrancelhas em formato diabólico e as veias saltadas em seu pescoço demonstrava o quão sério lidava com a situação.

Se contorcia com extrema fúria e descontrole, mas mesmo assim não tinha sucesso em se livrar da técnica que fora vítima. Ouvi-lá começar a cair no chão acabava o deixando insano por completo. — Cancele essa porra agora! — Berrava ainda encarando o loiro, que neste momento atingia o topo no nível de odiados por Kagi. — Essa merda de treino acabou, vou levá-la ao hospital! — Continuava, extremamente ofegante e cada vez mais enfurecido.

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Mediante a liberação, o garoto ia no mesmo instante em toda sua velocidade até Pandora para pegá-la no colo. Teria cuidado em somente não tocar na ferida e partiria rumo ao hospital assim que estivesse com segurando-a firmemente na medida certa; não muito forte para machucá-la e nem muito fraco para deixá-la cair ou absorver os impactos da alta velocidade que seria percorrida. — Resista, garota… — Dizia enquanto por um momento se perdia no inocente rosto da parceira, a distração fora tanta que seus passos por alguns segundos se desgovernaram e por pouco não perdeu o equilíbrio, mas fora suficiente para abalar suas estruturas ao ponto de gerar certos e possíveis incômodos para a transportada.

E não deu outra; logo se notavam movimentos por parte da mesma que de início preocupava ainda mais, mas logo se acalmava com as palavras aliviadoras que eram proferidas. Kaginimaru sorria diante da situação, estava feliz de vê-la resistindo. — Não se esforce para falar! — Diria em um lapso mental, notando logo em seguida o quão dificultoso estava para a jovem se comunicar — mesmo assim, não perdia a oportunidade de continuar tendo a sua visão pessimista de todos os parâmetros possíveis. — Um fardo? Não diga bobagens — Disse em um tom sério. — Eu que devo pedir perdão… Se tivesse conseguido me soltar daquilo, eu teria impedido aquele cara de fazer qualquer coisa conosco… — Balbuciava com as lágrimas já em seu rosto. — Te prometo que nunca mais permitirei nada assim… Eu serei muito mais forte! — Finalizaria, sorrindo e voltando a se focar no percurso.

Quando finalmente no hospital, entraria às pressas e solicitava ajuda de todos os enfermeiros e médicos disponíveis. Era uma situação de pressa e o máximo de atenção possível — ao menos na percepção do Hanma. E após posicioná-la na maca indicada pelos responsáveis do tratamento que seria feito nela, Kaginimaru foi expulso da sala para garantir a tranquilidade no local. Por mais que insistisse, seu pedido foi negado em todos os momentos, sendo necessário, inclusive, a solicitação de outros shinobis para que a expulsão completa fosse feita. — Imbecis! Se não curarem ela totalmente, eu vou derrubar essa espelunca! — Gritava enquanto era arrastado para fora, sendo logo em seguida jogado como um qualquer.

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