Em minhas mãos detinha o pergaminho da primeira missão à qual fui destinada a fazer. Destinada, sim, pois apesar de ser uma missão de rank baixo do que tipo que não é delegada a alguém em específico, aquela havia sido levada e entregue à mim por ninguém menos do que Akiko, a minha mãe. Enquanto caminho pelas vielas de Kiri sentindo o vento úmido em minha face que me tira um sutil bocejo apático ainda consigo lembrar-me de sua empolgação me entregando o tal pergaminho. Tudo que pude fazer foi o mínimo, aceitar o que ela me propunha e arrumar-me para trabalhar com a minha bolsa de armas.

As pessoas iam ficando mais agitadas conforme eu aproximava-me do local de destino, algumas fofocas, burburinho, algumas pessoas olhavam para a minha bandana e outras até faziam alguns comentários pejorativos. "Uma gennin?" Ouvia uma dizer ao longe. "Devem ter investido tudo na tal joia perdida". Dissia outro seguido de um risinho. Com estranheza abro novamente o item em minha mão para analisá-lo quando me deparo com a descrição novamente, à qual não tinha prestado tanta atenção anteriormente. Um roubo? De uma joia cara? Isso certamente era suspeito e as falácias não eram tão infudadas, por outro lado, talvez fosse pela dificuldade estranha para uma missão de rank D que um time seria reunido para sua execução.

Logo quando chego já escuto o que provavelmente é outro dos integrantes, falando um tanto "sozinho", mas direcionando aos "compatriotas", suponho que deve ser outro dos ninjas que trabalharam comigo. Aproximo deste silenciosamente, me apoiando lateralmente no lugar ao qual ele está, perto o bastante para nos encostarmos dependendo de como seja feito algum movimento de ambas as partes. - Oi. Diria de uma forma calma, um tanto indiferente. - Falta alguém? Pergunto de forma retórica, pensando que seria melhor se fôssemos para o nosso destino, verbalizando tal. - Acho que seria interessante irmos para o local do crime. Quanto antes acabarmos isso, melhor. Quase naturalmente vou erguendo um senbon de minha bolsa, brincando com este entre os dedos.

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Um garoto estranho que fala sozinho e um mendigo desorientado, aquela era uma bela equipe para um desastre, se fosse mais difícil. O narcisista e orgulhoso mais jovem parecia não parecer em seu breve monólogo sobre o atraso de nosso último parceiro. Queria eu ter a mesma sorte de faltar em um serviço tão monótono, minha mãe ficaria frustrada por outro lado. Uma outra ponderação é que possivelmente na verdade fosse aquele outro o terceiro integrante, seu físico não era tão condizente com um mendigo, e, era corajoso o bastante para confrontar dois ninjas. Isto poderia ser um indício de habilidade ou apenas burrice/embriaguez. Convenhamos, entre ele e o outro maluco que fala sozinho e adora apresentações em sobriedade existem poucas disformidades, o que, em parte também se equivale a minha desconjutura de motivação.

Outra coisa me chamava a atenção, o mesmo dito cujo jovem afirmava que já sabia o que tinha acontecido naquele local. Uma investigação prévia talvez? Ou dentre as falácias como as que antes ouvi ele teria discernido uma pista relevante? A verdade é que não aceitava bem toda aquela balela e a próxima irritada seria eu se nós andássemos todo um caminho torto para no fim não acharmos nada. - Hum, pode ir se explicando como sabe dessas coisas? Eu não gosto muito de ações desnecessárias então se investigou antes e tals sou grata mas costurar sua língua brava não parece uma tarefa divertida, sabe? Arfo pensando que talvez deveria responder pelo menos sobre o nome, ainda mais que acredito que não vá ser tão incomum trabalharmos juntos se fomos alocados no mesmo patamar. - Haruno Chi, meu nome.

Logo chegávamos em um local residencial, em frente à uma casa que não parecia exatamente de grandes fins financeiros. As palmas do garoto evidenciavam a ausência de outros sinais sonoros ou de grandes distâncias entre nós e os residentes. Ele não parecia ter pensado muito na forma de convencer a pessoa ali por outro lado, talvez ele cogite atacá-la ou semelhante visto que nem mesmo ativou qualquer outro meio, ou, uma conversa? Eu não sou muito carismática e minha aparência também não me torna a melhor das pessoas para isso nas situações mais "padronizadas". - Que tal deixar isso comigo? A pessoa aí foi quem roubou certo? Dizendo aquilo cruzaria meus dedos em frente aos meus olhos selando tigre. - Ketsuryugan!

Com meus olhos vermelhos como sangue abriria um grande sorriso como forma de trazer a atenção desavisada da possível mulher que nos atenderia ali, confrontando-a frontalmente. Diferente de quando olhei os olhos do sensei sem impor-lhe nada por este, desta vez utilizando de meu domínio hereditário sobre o controle psíquico para lhe impor uma ordem bastante simples através da minha habilidade ocular. - Pegue a joia furtada da joalheria para mim! Não conseguia fazer algo complexo com minha habilidade, "dê três piruetas e jogue a joia como se fosse uma bola", certamente não, mas, se esta fosse apenas uma civil como parecia ou uma ninja pouco hábil que meu companheiro achou sem problemas e caracteriza apenas "D" no rank, não devia haver grandes dificuldades. Eu torcia mesmo por isso.

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O garoto continuava bem... excêntrico. Tudo que fazia era acenar a cabeça positivamente sem nem esboçar uma palavras sequer quando ele falava de seu "infinito poder". Debater sobre isso parecia que gastaria energia de mais, e, bem, deixe-o com seus próprios devaneios e síndrome de grandeza, que mal há? Prosseguia, minha habilidade funcionava até certo ponto, contendo-a inicialmente. Não havia muito tempo porém para testar-me até o fim nos limites do genjutsu pois o mesmo mendigo de antes arrancava-lhe a joia do pescoço. Hora, mas que surpesa... Passaria pela minha mente enquanto o fitava entre lábios espremidos e uma revirada de olhos, quando estes mesmos por sua vez retornavam ao tom heterocromático assim que sem empatia alguma chutava a senhora um pouco paralisada ao chão, enlaçando seus pulsos antes que ela pudesse recobrar-se por completo.

- Imagino que saibam, mas prender a ladra provavelmente faz parte do serviço. Olho quase descrente apontando para o corpo. - Imagino que as vossas maginificências possam guiá-la, pois eu não sou do tipo forte como podem ver. Apontava para o corpo um tanto estressada. O elogio do garoto não fazia nenhum sentido, aquela era uma equipe completamente caótica, ao menos não era só eu que parecia perceber isso já que o outro só sabia resmungar e sair andando por aí aleatoriamente. Com sorte ele tornaria alguns passos, de nós ele parecia o mais capaz de sair empurrando alguém que já se debatia debaixo de mim enquanto eu só pensava alguém me tire daqui. Na verdade, ela mesma tirava em um empurrão breve antes de eu colocar-lhe um senbon no pescoço. - Sem gracinhas vai, com sorte eles só te liberam sabe?

Assim, concendendo a guia da pessoa os acompanharia o percurso restante onde devolveríamos as joias e levaríamos a larapia para as autoridades competentes. Em algum lugar, ainda que torcesse muito para que não fosse esse o meu destino, sabia que voltaria a trabalhar com aqueles dois. Os seguia alguns passos atrás, coçando as sobrancelhas e aguardando de alguma forma ansiosa pelo meu pagamento e liberação para um merecido descanso, mesmo que tenha sido um serviço tão breve.

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