The Beggar Gennin

Um novo dia e obviamente uma nova missão. Era a vida que rotineiramente eu ia levando. Já tinha conseguido dinheiro suficiente para comer bem e tomar as pinga tudo que eu queria. E sem fazer muito esforço. Com meta de uma missão ao dia, ia levando essa vida fácil. Acho que todo mendigo gostaria disso, hehe. Afinal, trabalhar pouco e ter bons lucros é melhor que ficar pedindo o dia inteiro e ganhar quase nada.

Neste dia não seria diferente, na verdade, era uma tarefa singelamente simples, diria eu em meu melhor dia sóbrio. Meu amigo ia dando o parecer dele.

— Bercontz, tem um ferreiro que precisa ai de uns auxiliares. Mas não para serviço braçal e pesado, e sim para testar seus armamentos produzidos.

— Já entendi do que se trata então. Pela minha experiência, será bem fácil.

Logo fui ao ponto de encontro com meus colegas. Colegas? Quando foi que comecei a considerar eles assim? Tcs. Tanto faz. Uma vez reunidos, soltava o verbo.

— Hoje iremos fazer algo bem fácil. Testar uns equipamentos feitos por um ferreiro. Nada além disso. Vamos.

E com essas palavras, seguia rumo ao endereço do pergaminho. Minutos depois encontrávamos ali no centro comercial do centro da vila, uma loja mais afastada e oculta. Alguns materiais típicos largados por lá, confirmava o nicho.

— Alguém chame o dono.

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— Mestre em todos tipos de armas, é? Fabuloso! Então com certeza deve saber manejar uma noseku. Correto? — Questionei o rapaz que falava bobagens demais, e era hora de me divertir as custas dele. — Uma vez me convidaram pra aprender, mas não fazia meu estilo.

Enquanto isso íamos caminhando.

Chegamos no local, e logo falamos com o ferreiro. Ele parecia um tanto... Desconfortável. Se fosse pelo meu odor, seria natural a repulsa. Contudo, quem sabe o que mais poderia ser? O sujeito se retirou momentaneamente para buscar suas armas recém forjadas durante os últimos dias. Em poucos minutos retornava com a caixa já disposta a nossa frente.

— Bom, como podem ver, tem de tudo quase. Katanas, wakizashis, kunais, shurikens, makibishis, fios de aço, dentre outras coisas que devem acabar encontrando ai dentro.

— Certo, vou então experimentar essas katanas, wakizashis, kunais, e makibishis.

Comecei com as makibishis. Analisei o peso de cada uma e como estava o fio de corte e a ponta. Pareciam boas, embora algumas nem tanto.

— Olha, essas aqui precisam de mais afiação. Veja... — Peguei um pedaço de borracha solto que encontrei por ali, e pressionei contra o material. — Vê? Não perfura e nem corta como deveria. Isso nunca vai atrasar inimigos, tampouco feri-los. Mas ainda daria para assustar. Afinal, difícil adivinhar que está mal afiado.

Logo mais utilizei as kunais. Fiquei girando elas nos dedos como se fosse malabarismo, sentindo o balanço de cada uma de uma maneira diferente. Depois disso, era hora do fio e perfuração. Encostei o dedo de leve, tirando um filete de sangue na primeira. — Opa, essa está bem afiada. — E depois arremessei. Repeti o que fazia e ressaltava quais estavam ruins. — Olha, ao menos quatro delas são excelente, duas estão meio avariadas, talvez tenha quebrado um pouco do aço quando martelava.

E finalmente as espadas. Wakizashis era a versão menor de uma katana, então não era complexo. Na verdade, era meu talento entre os demais na qual me sobressaia. Contudo, ainda não tinha revelado tal habilidade. Sequer levei alguma espada junto das missões que fomos. A lâmina estava guardada na casa de meus pais que eu mal sabia que eram avos de Chi.

Peguei uma katana e então senti seu peso. Saquei a mesma, removendo da bainha e analisei sua lâmina e fio. Meu olho experiente notava que eram boas espadas, porém, minha exigência nesse tipo de armamento era severamente maior. Não contive as palavras que saiam de minha boca naquele momento.

— Estão péssimas. Todas essas katanas e wakizashis. Precisa refazer todas. Não do zero, mas afia-las muito melhor e dar um bom polimento.

— O que? Mas eu fiquei horas forjando cada uma e afiando-as. Como está péssima?

— Porque está. Talvez dê para cortar um bife bem macio e feito na hora, mas um bife muito passado e duro, eu duvido que consiga cortar. Um galho então? Seria terrível.

— Não é muita presunção da sua parte? Acha que vou confiar na palavra de um er... GENNIN? Qual sua idade mesmo pra ser um gennin ainda? Não é vergonhoso isso? Um homem feito, de barba na cara, fedendo a comida e álcool, vir aqui falar que minhas armas são ruins. Vá a merda, seu estúpido. Devia estar pedindo esmola no parque.

Quando o homem falava aquelas ofensas, não pude deixar de sentir uma ira imensa dentro de mim. A espada que se encontrava em minhas mãos, era fortemente segurada por minha mão suja. Meus olhos se estreitaram em direção ao sujeito e os presentes podiam sentir aquela onda de uma intenção assassina muito forte.

Sem aviso ou qualquer menção, disparei contra o homem que arregalava seus olhos ao ver que iria ser atacado. Me aproximei dele e brandi a katana com fúria. A arma cortava o ar com velocidade se aproximando do homem que se abaixava enquanto fechava os olhos em um súbito sentimento de medo e pavor.

— Iiihn!

No entanto, eu não estava mirando exatamente nele, e sim no que estava atrás dele que era razoavelmente sólido. A lâmina tilintou ao se chocar contra aquela estrutura e então a katana se partiu. O pedaço voava para o alto, rodopiando algumas vezes antes de cair no chão, bem próximo do ferreiro.

— Como eu falei, não passa de uma espada vagabunda. — Virei as costas, jogando pra trás o pedaço restante da espada. — Cansei disso, to indo embora pegar meu pagamento.

O ferreiro aos poucos abria os olhos, observando o pedaço da arma fincado no chão. Notava que tudo que tinha dito, não eram bobagens. Um espadachim que se preze, não usaria uma merda daquelas nunca. Ele como ferreiro sabia disso e entendia o risco. Precisava melhorar.

Caminhei e virei a esquina, sumindo no mundo.

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