O céu estava tingido de vermelho com pequenas ondulações de salmão. O sol se tornava cada vez mais fraco e seu brilho se agarrava aos picos nevados das montanhas distantes. O grupo havia sido separado, cada um mediante suas próprias características e habilidades.

Ao abri-los ficava evidente o motivo dos pergaminhos serem de cores diferentes, as rotas escolhidas eram mais fáceis de serem acessadas se comparadas às outras, mas não menos desafiadoras. A primeira delas era conseguir adentrar as trincheiras inimigas sem serem vistos. O segundo passo era escolher em qual das três rotas eles iriam ir e em cada uma delas teria um possível desafio ou ajuda.

Na primeira delas o chão estava impregnado com um tipo de lodo pantanoso que poderia impedir a passagem mas que poderia ser evitado com os jutsus e técnicas corretas.

O segundo estava praticamente limpo, exceto por um homem moribundo  que carregava em uma das mãos a bandana do país da chuva. Suas pernas haviam sido arrancadas por uma explosão e já estava quase no fim de sua vida.

O terceiro caminho era um trajeto subterrâneo e escuro por debaixo das trincheiras, não era possível avistar qual era a profundidade ou exatamente para onde ele iria e principalmente, quais desafios os aguardavam ali.

Orientações:

Regras:

Contadores:

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O cenário de guerra, os gritos e as explosões ainda assustava ao Kaginimaru, mesmo não sendo esta a primeira vez em que presenciava cenários como estes. Talvez por conta disto, sua mente havia o sabotado ao ponto de imaginar a presença de uma pessoa que não estava ali. Diante das inúmeras pessoas desconhecidas, seja o estranho que pedia abraços até o que demonstrava sua bizarra técnica de voar em um pássaro de tinta, o garoto de Iwagakure se sentia extremamente deslocado. Por mais que os rostos fossem em sua grande maioria familiares na equipe dirigida até o pergaminho vermelho, não possuía a plenitude suficiente necessária para continuar com o pergaminho em mãos, se tratava de uma responsabilidade que não tinha intelecto suficiente e muito menos desejava continuar com isto neste instante.

Sem se expressar, lançaria com delicadeza o pergaminho diretamente para a única mulher do grupo, a qual unicamente também não conhecia. Apostava nela por motivos pessoais óbvios e estava decidido a seguir suas decisões. Caminhava em um inferno tão profundo que seus pensamentos não conseguiam mais distraí-lo como se forçava anteriormente, tudo o que via se resumia em mortes por todos os lados em uma batalha que contrariava todos os seus ideais existentes e não existentes.

Considerações:

Bolsa de Armas:

O quarteto recém-formado seguiu pelo caminho do meio. A rota aparentemente mais fácil os levou a um ambiente inóspito: um rio de águas escuras que fluía de uma ponta a outra, até desaparecer na linha vasta e obstruída por arvoredos no horizonte à esquerda. Sobre o curso d'água, uma ponte de madeira cinza, rústica e corpulenta. Bem ao longe, após os quase cinquenta metros de comprimento da ponte, uma floresta de copas altas e densas.

Os nascidos na Névoa talvez começassem a se sentir em casa, pois o céu estava se fechando com nuvens carregadas e cinzentas, e uma bruma tímida surgia e se espalhava por todo canto.

Leonheart, o renegado Uchiha, com seus olhos vermelhos foi o primeiro a avistar o shinobi cujas pernas lhe faltavam que se arrastava na ponte, recostando-se no guarda-corpo. Em seguida, Ashtar, a Ovelha da Névoa, e Warui, a Sexta Sombra da Névoa, também o avistaram — eles o perceberam antes, porém. E, só depois, Kaginimaru, o convocado da Pedra.

O grupo caminhou um pouco mais. A madeira os recebeu com um estalo seco quando pisaram na ponte. A cada passo, um rangido ecoava no silêncio daquele cenário de atmosfera alvacenta. Até que pararam a cerca de quarenta metros do mutilado.

O Uchiha formou o característico selo de cruz, provocando um estouro de fumo branco a seu lado, trazendo ao campo uma cópia de si. Ciente de sua missão, a duplicata continuou o caminho da ponte.

— Quem é você? E o que está fazendo aqui? — o clone gritou de longe.

O ninja tentou se ajeitar naquele guarda-corpo. — Vo-você... vieram ajudar a Chuva? — respondeu com esforço. — A-a Gr-grama... ela...

No final daquelas palavras arrastadas, a madeira rangeu novamente.

Foi um estalo mais alto e volumoso. Então, de súbito, as ripas abaixo dos pés de Ashtar e de Kaginimaru se romperam. Ambos despencaram. Contudo, antes que encostassem nas águas escuras do rio, ficaram pendurados pelos tornozelos... fios quase invisíveis se enroscaram e os seguraram ali, a cinco metros da água. A força da queda os juntou, levando-os a uma colisão como o bater de dois guizos amarrados por uma linha.

A feição do moribundo mudou, afiou-se. — Irá prevalecer! — ele concluiu, sem qualquer dificuldade.

Um vulto de fumaça branca o cobriu e, quando se dissipou, concedeu-lhe a imagem de um ninja mascarado com vestes pretas e posição aprumada para atacar.

Ao mesmo tempo, o rio se agitou. Colunas de água explodiram como gêiseres nas laterais da ponte. Vultos de cor soturna saíram das colunas e pousaram sobre os guarda-corpos. Eram mais dez ninjas como aquele. Com gestos rápidos e sincronizados, sacaram cinco shurikens cada um e as arremessaram contra os dois, Warui e Leonheart, que ainda se mantinham sobre a ponte.

A chuva de estrelas metálicas cobria as duas laterais e os alcançariam em milésimos de segundos.

Abaixo da ponte, Ashtar e Kaginimaru, ao olharem para baixo, vislumbrariam seus reflexos se desmanchando nas ondas agitadas do rio. Mais dois shinobis de preto emergiram dali, munidos por um par de tantōs afiadas, que saltaram na direção dos convocados da Chuva com o objetivo de decapitá-los.

No ínterim daquelas ações orquestradas, o farsante, a vinte metros de distância do clone de Leonheart, arremessou uma kunai com selo explosivo em linha reta. Era um selo vermelho, diferente de um kibaku fuda convencional. O que poderia acontecer com seu acionamento?

Orientações:

Embora o grupo aparentemente passasse a se apresentar, Kaginimaru não entrava na onda. O fato de ser uma pessoa desligada em conjunto com o estado de divagação que se encontrava por conta do cenário de guerra fazia com que sequer se ligasse que o mais apropriado seria também se identificar para a garota. A discussão sobre qual rota tomar também não entrava em sua mente, sabendo que todos levavam para um só destino, não importava qual escolhessem, estaria de acordo e prosseguiria normalmente. Quando a Kunoichi de Kirigakure o perguntou sobre não se opor, o mesmo simplesmente respondia balançando a cabeça, afirmando não ter nada contra a escolha.

Não recordava-se exatamente sobre o passado quando fizera parte da equipe daquele Uchiha, mas o que via agora se assemelhava ao extremo com as mesmas características de Jaina. Sabia que seus globos oculares avermelhados representavam algum tipo de poder com altas magnitudes, portanto teria de se esforçar o dobro caso desejasse se destacar na missão e honrar o nome de Iwagakure. Era um desafio que genuinamente o fazia retornar para a realidade e o motivava em se focar inteiramente na missão, ignorando os fatores antiéticos que rodeavam.

Depois de ouvir por tempo considerável interações da sua equipe com o que parecia ser uma pessoa, Kaginimaru finalmente visualizava a horrenda imagem de um homem ferido, sem metade do corpo, proferindo suas aparentes últimas palavras. Compartilhava do sofrimento do Shinobi como se fosse o seu próprio. "O quão doloroso deve ser para um homem ter seu fim dessa maneira... solitário e sem a possibilidade de concluir seus sonhos apenas por conta dos desentendimentos de outras pessoas que desencadearam estas guerras..." — Se perdia em seus pensamentos. Por um momento cogitava até mesmo em dar término à vida do mesmo, assim o poupando de todo este sofrimento, mas não houve tempo para por em prática. No passo seguinte que dava diante da madeira, não sentia a firmeza que procurava.

Em frações de segundos se via em queda livre, juntamente de Ashtar, que se tornava sua preocupação mor naquele momento. Em meio ao caimento, Kagi tentava virar seu corpo para cair de pé no sentido do mar, visando garantir que conseguisse ajudá-la em seu pouso, mas o movimento era impedido por algo enroscado em seu tornozelo. Em um ato instintivo e devido ao fato de manter seus olhos nela, o mesmo abriu os braços e tentou daquela forma, usando o fio como sustentação, avançar com o próprio peso para segurá-la. Por sua musculatura ser extremamente definida e não estar contraída, um choque em seu peitoral facilmente se equipararia com a sensação de pular em um colchão de molas. Esperava acabar não machucando a garota, mesmo que significasse se machucar sozinho. Sem perder tempo após o "impacto", tentaria arremessar Ashtar com toda sua força para cima enquanto que, de imediato, convocaria uma Kunai do pergaminho presente em sua bolsa de armas através de um simples selo de mão, com isso, cortaria o que prendia seu tornozelo e dessa forma garantiria a liberdade de ambos. A intenção em arremessar a garota era garantir que a mesma voltasse em segurança para o topo da ponte, assim limpando até mesmo sua consciência, pois inconscientemente se culpava da queda por ser visivelmente muito mais pesado.

Mais uma vez em queda livre — agora de uma altura bem inferior, sua atenção se voltava para o(s) inimigo(s) que avançava(m) em sua direção. Havia notado o intenso barulho que anunciava o emergir dos mesmos e portanto estava mais do que ciente de que, no mínimo, enfrentaria peixes famintos, por isso entrava em guarda para tentar se defender. Estava errado! O que vinha era um vulto escuro equipado com uma lâmina curta, mas muito mais longa que simples Kunais. Buscaria se defender fazendo uso de sua Kunai e seus reflexos, aproveitando disso para conquistar a abertura e o impulso de mergulhar ao mar. Poderia muito bem concentrar o chakra em seus pés para evitar entrar em uma zona que não tinha vantagens, mas seu plano e a ousadia falava muito mais alto.

Mergulharia prendendo a respiração e passaria a nadar em sua velocidade máxima, onde pegaria um impulso considerável dentre seus limites de deslocamento e, através de uma curva circular buscaria emergir logo abaixo do oponente caso o mesmo não optasse por também mergulhar. A intenção era golpeá-lo com toda força e brutalidade utilizando a palma da mão com os dedos dobrados de modo que seria suficiente para quebrar qualquer osso atingido, sendo este seu principal estilo de luta. Também independente do resultado, tomaria certa distância de aproximadamente cinco metros através de um pulo. — Ufa, achei que 'cês eram piranhas, ainda bem que não mordem! — Provocaria o oponente, rindo de leve, muito embora tivesse notado que estava enfrentando alguém habilidoso.

Considerações:

Bolsa de Armas:

Jutsus Utilizados:

Naqueles milésimos de segundos em que as estrelas metálicas cortavam o ar, fogo surgiu. Um pilar de chamas sólidas ergueu-se em volta da dupla de convocados que ainda permanecia sobre a ponte.

Os projéteis tilintaram como se fossem bloqueados por um broquel de ferro, levantando faíscas sobre a superfície de labaredas ascendentes.

Assim que o pilar foi desfeito, Leonheart exibiu seu corpo enegrecido pelo selo amaldiçoado. Então, com um par de asas feitas da própria pele, o renegado alçou um voo rasante na direção do oponente ao longe: o velho farsante. Ele carregava em sua mão uma nascente de relâmpago vivo, pronta para ceifar a vida de seu alvo.

No ínterim das ações do Uchiha, a Sexta Sombra da Névoa também esbanjou sua maestria com o Raiton. Um manto elétrico revestiu seu corpo e se ouriçou, projetando uma série de agulhas reluzentes contra os inimigos em volta, uma para cada.

O sucesso dos espinhos de raio estava prestes a ser concretizando quando, de súbito, uma reviravolta destruiu todo o cenário.

Leonheart voava na direção de sua presa feito uma ave de rapina. Porém, a kunai-bomba especial já havia sido lançada. O clone, que havia ficado frente a ela, fora desfeito enquanto o pilar de chamas ainda estava de pé. E nada fizeram para impedi-la.

O resultado foi o desastre.

O Chidori de Leonheart encontrou o projétil com a peculiar tarja roxa anexada. Vertendo um ofuscante brilho violáceo, uma esfera de explosão colossal se abriu nesse encontro. E toda a ponte foi abaixo.



A tensão dos fios promovida um sussurro inquietante.

Kaginimaru se esforçou para que Ashtar, a dama a seu lado, não sofresse os danos da colisão entre os dois corpos. Ele não foi capaz de suprimir o baque por completo, mas uma parte certamente ele absorveu através de sua musculatura estufada.

O convocado da Pedra, carregando bravamente a garota da Névoa, a lançou para o alto, querendo que ela voltasse à ponte. Não foi o que aconteceu, porém. Ele cortou os fios que prendiam seu tornozelo com uma kunai recém deslacrada, enquanto Ashtar aproveitou-se do impulso para desatar as amarras com uma curiosa técnica acadêmica.

Os ninjas que emergiram da água já quase podiam encostar em seus alvos, mas a temperatura abaixou. Uma queda brusca e sem precedentes. E uma intensão assassina imbuída no frio efêmero esmagou as ações iminentes dos trajados de preto.

E então os quatro foram para a superfície do rio escuro. Ashtar e Kaginimaru ao centro, um de costas para o outro, cada qual encarando um dos ninjas.

A filha da Névoa preparava as mil estacas de água congelante. O musculoso da Pedra enrijecia seu corpo e mergulhava no rio de águas lancinantes.

O contra-ataque estava por vir. Mas um imprevisto logo pois tudo a perder...

Com a explosão que irradiava da ponte, uma imensa onda de choque alastrou-se pelo cenário e todos pagaram o preço daquele kibaku fuda roxo.



Além da própria energia violeta, pedaços da grande ponte voaram para todos os lados.

Leonheart e Warui foram capazes de desviar. Em movimentos repletos de destreza, sabedoria e, até mesmo, sorte, eles se esquivaram dos escombros arremessados. O que não aconteceu com os dois que estava lá embaixo, sobre as águas escuras do rio divisor da mata. Kaginimaru e Ashtar sofreram com o impacto de enormes lascas de madeira, entorpecidos pela expansão energética e pelas ondas propagadas no manancial de águas escuras.

O renegado daquele grupo permanecia lá no alto, voando, intacto. A espada de relâmpago que carregara na mão competiu contra a explosão e serviu como um escudo para ele. O Mizukage pousou sobre as águas com a leveza costumeira de seus movimentos. Ashtar afundou-se no rio. Kaginaru, que já estava submerso, foi atacado pela madeira lá embaixo mesmo e por ali continuou.

E dos oponentes: sobraram seis. Os três sobreviventes da ponte também pousaram no rio. Os que já estava embaixo apenas mergulharam e em seguida emergiram. Eles todos se mexeram como vultos. Reapareceram nas margens do rio, três em cada lateral, e executaram um único selo de mão numa sinergia absurda.

O rio se agitou mais uma vez. E, agora, um vórtice de água se formava. Os quatro convocados deveriam agir para não serem engolidos pela fúria da natureza a ser evocada.

Orientações:

Até mesmo o lutador, aliado de Ashtar nesta missão, sentia sua intenção assassina e tinha seus movimentos interrompidos. Não esperava ter de lidar com algo tão repentino daquela forma em conjunto com as variações climáticas que o fazia crer em ser esta a representação do medo absurdo que sentia. Como era possível tamanha intensidade? Notava não ser o único afetado, afinal seus oponentes também aparentavam recuar, mas através da algidez das águas constatou que a temperatura sentida tinha sua veracidade, não se resumindo simplesmente ao Sakki. Havia sido um ponto positivo, pois desta forma presumiu ter a abertura perfeita para realizar o ataque que tinha planejado e nada o poderia interromper.

Foi interrompido. Escombros que nem mesmo havia avistado acabavam com todos os seus movimentos e possíveis planos de maneira brusca. Era difícil manter-se segurando a respiração diante da magnitude de danos sofridos, mas lutava contra seus impulsos nervosos que o incentivavam a ceder perante seus ferimentos. O ardor de seus cortes em contato com a água gelada o fazia sentir-se vivo, ele sabia o básico sobre sobrevivência e, portanto, não se preocupava com a dor, pois acreditava que o contato com o líquido o ajudaria a parar os sangramentos em torno de seu corpo e o garantiria tempo para lidar com a situação primeiro sem os inconvenientes de seu corpo. Embora passasse por situações adversas contra suas expectativas, ainda mantinha seu pulso firme portando a Kunai na mão dominante mesmo embaixo d'água. Este ato consistia em mais uma forma de sentir-se vivo e lutar contra as desistências do seu corpo, pois exercer força literalmente o forçava a manter-se com a determinação que sempre tinha.

Tudo ocorria muito rápido, mas o que tomava sua atenção por completo era o fato de Ashtar acabar também caindo ao mar, possivelmente sofrendo tanto quanto o Shinobi que lutava contra as dores. Seu mergulho forçado foi tão rápido que em um piscar de olhos viu-se ao lado dela, mesmo não se movendo até então. Buscaria segurá-la enquanto que, concomitantemente concentrasse seu chakra na região das pernas para revitalizar seu corpo e aumentar sua velocidade, além de afinar suas pernas buscando intensificar ainda mais o objetivo. Não poderia permitir que a Kunoichi da névoa permanecesse nem mais um segundo ali, pois além de não ter conhecimento sobre o fôlego da mesma, as águas apresentavam um comportamento extremamente estranho, visivelmente se tratando de algum tipo de manipulação através de chakra.

Com força e bravura, buscou subir até a superfície da água enquanto segurasse a protegida com uma das mãos, seria comum que ela assumisse sua velocidade durante a movimentação, pois estaria sendo literalmente puxada pelo garoto. Quando finalmente emergisse, com dificuldades devido a estar no centro do redemoinho e estar sendo constantemente movido com as forças da água, o jovem arremessaria Ashtar na direção do Nero. Respiraria profundamente com a oportunidade que tinha de repor sua oxigenação e, sem perder tempo, retornava o mergulho, desta vez indo em direção às margens do rio onde os inimigos estavam. Ainda sentia dores por todo seu corpo, mas estava determinado a simplesmente esquecer da dor. Estava dedicado naquela tarefa de corpo e alma e jamais desistiria, pois queria mais, não ficaria somente se lamentando perante a dor, considerava-se um homem forte, e os fortes iam atrás de seus sonhos mesmo diante de enormes dificuldades. A dor não o convencia de parar, e neste instante, enquanto nadava em direção aos inimigos, se sentia de certa forma revigorado. Como se as dores houvessem se esvaído e estivesse simplesmente revigorado.

Tinha uma pequena noção do perigo que corria com seu movimento ousado, mas estava com seu sangue queimando por dentro, seus níveis de adrenalina estavam tão altos que ansiava pelo perigo, desejava tornar suas vontades palpáveis para que qualquer um ali presente sentisse o quão imensurável era a vontade da pedra que carregava nas costas. Sinceramente não ligava se seus aliados momentâneos pudessem cuidar daquilo sozinho e ele devesse simplesmente ficar olhando, seria mais do que uma derrota se permitisse que fosse ultrapassado em feitos durante aquela missão — muito embora ainda não tivesse derrotado ninguém, também considerava a persistência como um feito de destaque.

Impávido, caso conseguisse chegar até as margens do rio, emergiria com um salto diretamente contra o inimigo vivo que estivesse mais próximo, onde tentaria penetrar o pescoço do mesmo com a kunai utilizando-se de todas as forças. Independentemente do resultado, arremessaria, também com todas as forças, a kunai na direção do segundo mais próximo, visando acertar a região do peitoral do mesmo. Ficaria atento com o que poderia vir em sequência, estava pronto para lutar contra todos os oponentes até se fosse sozinho, mas não seria tão estúpido e desrespeitoso desta maneira, pois considerava a força dos inimigos e também a necessidade dos aliados de terem sua glória.

Considerações:

Bolsa de Armas:

Jutsus Utilizados:

O vórtice de água crescia rapidamente, tomando proporções avassaladoras. O nível do rio escuro aumentava mas não transbordava, ficava contido entre as margens, elevando-se, dando corpo ao turbilhão que se formava no centro das águas. E os seis ninjas remanescentes permaneceram em seus pontos de concentração: o ritual estava para aniquilar aquela área, na iminência de ser completado.

No ínterim em que as ondas ganhavam força colossal, os dois convocados engolidos pelo rio despertaram do baque repentino. Kaginimaru enrijeceu os músculos e nadou bravamente até Ashtar, e ambos voltaram, juntos, à superfície. Porém, sobre as águas eles divergiram: a kunoichi da Água recusou a proposta de ser — novamente — arremessada e, ao invés disso, manipulou seu chakra frio para evocar a técnica-assinatura de seu clã.

Um espelho de gelo surgiu à frente da Yuki e, ao mesmo tempo, outro na margem do rio, sobre terra firme. Ashtar realizou um salto através dos espelhos, chegando próxima de seu alvo: os três ninjas conjuradores da direita. Em sua nova posição, o chakra frio foi de novo evocado: o chão por ali foi coberto por gelo até prender os pés dos assaltantes de preto.

Kaginimaru permanecia nas águas. Lutava contra as correntezas a fim de chegar às margens. Naquele momento, era a sua força contra a da natureza. Grandes massas de água rodopiavam com ferocidade. Dois choques monstruosos que chegavam quase a um empate, quase… não fosse por uma superação constante do corpo musculoso.

Com dificuldade e bem lentamente, o ninja da Pedra chegava ao seu destino. Mas as ações dos demais ninjas sucediam-se mais cedo.

Leonheart domava o vento gélido com as asas do selo amaldiçoado. Sem se delongar, exibiu seu pacto sanguíneo ao trazer para o campo a serpente gigante, Kyodaijya, que serpeou pelo ar, exibindo sua bocarra aberta e com presas embebidas em veneno. A invocação varreu, num só bote, dois dos três ninjas que se encontravam na margem esquerda do rio. O algoz sobrevivente esquivou-se de súbito, desaparecendo em vulto soturno.

O Uchiha permanecia com os dedos preparados para mais uma conjuração, o que não seria necessário.

Após mapear as energias presentes no cenário, a Sombra da Névoa agiu sobre as águas.

A leveza com que Warui dominava o cenário era sua marca registrada. Assim como Leonheart, liberou o selo da maldição do céu, envolvendo-se na energia negra que o tornou alado, com as características asas em formato de mãos amorfas. Alçou voo na direção dos inimigos presos no campo de gelo. O toque do sino que ele carregava precedeu a loucura daqueles homens, que sequer foram capazes de entender como suas vidas foram arrancadas — na base da lâmina precisa de Warui.

Com a morte dos conjuradores, o vórtice foi interrompido. O rio se acalmou. E só então Kaginimaru alcançou a margem, sem mais um alvo para atacar.

Ashtar aproveitou o tempo de descanso para estancar seus ferimentos, usando o próprio gelo para isso. Mas um momento de paz estava longe de ser estendido.

Uma voz irritantemente familiar soou:

— Foi por pouco, mas ainda estão longe de nos impedirem. — Era aquela mesma voz do moribundo. O vulto preto reapareceu, o farsante, do lado esquerdo do rio, perto de uma trilha que se afundava na mata densa da Grama. — Se eu fosse vocês, pararia por aqui.

Em outro piscar, o algoz desapareceu.

Foi então que o rio borbulhou e a terra tremeu. Do lado direito, onde estavam Ashtar, Kaginimaru e Warui, o solo começava a se partir e a água escura a invadir aquele local. Uma inundação nada natural e que despertava a sensação de que algo ruim estava por vir.

Uma intenção assassina os confrontava com o medo da morte.

Orientações:

Não ficava satisfeito com o fato de não ter inimigos restantes para enfrentar, mas tinha de aceitar, pois somente ter fugido da água em meio às manipulações que ela sofria se tratava de um feito e tanto. Permanecia com esta dualidade em sua mente até o momento em que sentia tremores na terra, visualizava mudanças consideráveis na tonalidade do mar e sentia como se estivesse diante da morte. Seu corpo estava completamente paralisado, não conseguia mover nenhum músculo e muito menos compreender os motivos para tal acontecimento. Nunca em seu passado havia se acovardado perante ao desconhecido, pelo contrário, sempre adorava lidar com desafios desproporcionais, mas hoje em específico, a situação não era como estava acostumado.

Nem mesmo genjutsus ou pressão em áreas específicas que geralmente seriam suficientes para auxiliar no cessar do abalo foram capazes de ajudá-lo. Não conseguia nem com a ajuda dos outros e nem por conta própria, algo devia estar acontecendo especificamente sobre ele, pois nunca se encontraria nesta situação em um ambiente real. Tudo o que restava-lhe se resumia em aguardar a sorte quem sabe trabalhar ao seu favor para que então pudesse dar início aos seus objetivos referentes a conclusão da tarefa que lhe fora incumbida por Iwa.

Considerações:

Bolsa de Armas:

Jutsus Utilizados:

A calma é um fator decisivo diante de qualquer tormenta. Naquele momento, bem diante dos convocados da Chuva, enquanto o ambiente tornava-se cada vez mais traiçoeiro, não seria diferente. O rio cobriu a terra com suas águas escuras. Apenas uma pequena porção continuou seca: uma ilhota que mantinha os quatro shinobis a salvo — ao menos por enquanto.

Segundos de silêncio inquietante se sucederam. Silêncio de movimento e de presença.

Até que uma energia avassaladora irradiou das profundezas. Ela irrompeu subitamente, e sua aparição reverberou em sensações desconfortantes para aqueles capazes de sentir além do que se vê. Warui e Ashtar encaravam o sentimento latente que aquele chakra emanava.

Então veio à tona, das águas, uma arraia imensa. Ela abriu suas asas, exibindo uma extensão que poderia facilmente abraçar um prédio. O couro de sua pele era escuro como o rio, mas seus olhos e a ponta de sua cauda emanavam um brilho violeta.

Então gelo surgiu.

Mil agulhas cristalinas foram lançadas junto de duas lâminas metálicas: os filhos da Névoa só estavam à espera de um mínimo movimento para atacarem.

A grande criatura deu um tapa com uma das asas, desfazendo-se os projéteis arremessados. Ainda assim, a Sombra da Água continuou com um rasante empunhando sua espada.

Warui encontrou o lampejo violáceo do ferrão da arraia. O choque da espada com o ferrão tilintou, um barulho agudo. E a força descomunal do animal empurrou a Sombra para a ilhota.

Os quatro convocados estavam diante de tal criatura que, não bastasse o tremendo ferrão em sua cauda, descerrou uma bocarra cheia de dentes poderosos como estacas de ferro.

O grito gutural da criatura suscitou o levante de ondas que logo logo extinguiriam com a ilhota dos ninjas.

Como se fosse capaz alçar voo, a arraia deu um rodopio em pleno ar. A ação de um monstro daquele porte era majestosa, porém, tal majestosidade desencadeou num golpe devastador quando sua cauda veio à tona, uma chicotada descendente.

A demonstração de força colossal da titã aquática esmagaria o que permanecesse em seu caminho.

Orientações:

Ainda permanecia impossibilitado de se mover por um longo período. Foi somente depois de coincidentemente a fera supostamente atacar que sentiu-se estar liberado daquela maldição. Finalmente voltava a realidade, à esta altura, não sabia se estava ainda mais ferido ou não, a adrenalina do momento o impedia de focar-se nisto com clareza — muito embora as dores ainda estivessem por lá.

Enquanto os aliados daquele momento atacavam, Kaginimaru visualizava o momento perfeito para intensificar seus poderes, tendo em vista que não poderia atacar ao mesmo tempo que eles, pois corria o risco de ser atingido por alguma técnica deles. Abriria os dois primeiros portões, um após o outro, ambos localizados em lados opostos no cérebro. Era imperceptível para quem estivesse observando de fora, mas em seu interior, sentia-se 15 pontos de dano físico mais forte além de ter as energias levemente revigoradas. Imediatamente, firmaria então seu braço direito elevado na altura do ombro, anunciando a concentração de sua técnica predileta até então. Para intensificar ainda mais, faria uso do seu próprio chakra para revitalizar o corpo e alcançar velocidades superiores se comparado ao seu comum. Avançaria os dez metros na direção da fera em velocidade máxima e então buscaria colidir o braço na parte mais fina daquele animal que estivesse ao seu alcance.

Considerações:

Bolsa de Armas:

Jutsus Utilizados:

Quando a cauda colossal da criatura desceu do céu para o imenso rio, houve o estrondoso barulho provocado pela força massiva daquele animal gigante. Foi como ouvir, bem de perto, um trovão retumbando, e, junto dele, o som abrupto de algo se estilhaçando.

A cauda, porém, não encontrou a ilhota, nem o rio, tampouco o grupo de convocados. Ela encontrou gelo: o domo de proteção erguido pela Yuki.

A técnica glacial segurou aquele golpe tão poderoso, mas não resistiu a mais do que isso, desfazendo-se em incontáveis cacos de gelo pelo ar. Entretanto, o chakra frio de Ashtar continuou a se espalhar por cima das águas, cristalizando o rio escuro, formando um polo de gelo negro que cobriu uma grande extensão.

Ao passo que a majestosa arraia recobrou sua postura, em que sua cauda encontrava-se parcialmente submersa, teve seu ferrão preso no caminho glacial.

Os dois que se desviaram da chicotada do monstro, Warui e Leonheart, moveram-se em sincronia. Suas ações estavam confluindo.

Voando com as asas da maldição para um lado, estava o Uchiha. Com seus olhos vermelhos interpretara a ação da cauda gigante ainda em seu princípio, no limiar da movimentação. Ao estabilizar-se numa posição segura, Leonheart aqueceu seu chakra para produzir um verdadeiro incêndio nos ares. As chamas alastradas à frente foram sublimemente esculpidas pelo seu conjurador, dando origem a um faisão flamejante.

De asas abertas, o pássaro de fogo mergulhou em direção à arraia.

No mesmo ínterim, Warui voou com asas semelhantes para outro lado. A rapidez e precisão de seus movimentos o faziam atravessar o cenário como o relâmpago que ultrapassa o trovão. A exuberância de suas ações lhe proporcionavam a capacidade de erguer a tempestade em suas mãos nuas. Com o simples menear de seu braço, despejou a fúria de sua tormenta.

O raio zarpou contra o colosso do rio escuro.

Entre o assalto de fogo e raio, um segundo colosso despertava. Não se tratava de mais uma criatura gigante, porém.

Após o domo de gelo se quebrar, Kaginimaru se livrou dos grilhões invisíveis que o acorrentavam. E ele foi além. Abriu os portões de seu corpo, e liberou o ímpeto de um fluxo intenso de poder. As fibras de seus músculos se enrijeceram e esquentaram — seu suor virou vapor e sua pele enrubesceu.

O filho da Pedra, assim sendo, correu a toda velocidade sobre o polo de gelo negro.

Numa ação até então vista como imprudente, o garoto se revelou um titã que não se intimidava em andar rente à tempestade de Warui e às chamas de Leonheart. Ele singrou naquela barca de imenso poder destrutivo.

A explosão do faisão de fogo.

O estrondo da tormenta.

O punho firme do colosso da Pedra.

Imobilizada pela cauda congelada, a majestosa arraia deu seu grito derradeiro: o ribombar gutural que pôs o rio em choque, espalhou suas águas por quase toda a floresta e varreu o arvoredo que havia em volta.

Ocorreu um clarão absurdo depois da colisão de tanto poder.

Então se desmanchou, a carcaça da arraia. E de dentro dela saltou um brilho singular que tomaria a atenção do grupo vencedor: um misterioso minério cintilante.

Recompensas: