Desde o tempo em que havia decidido com premência se fortalecer para nunca mais em sua vida ter de lidar com o sentimento de derrota e impotência, treinar nesta região, neste horário, havia virado rotina — a intensidade de seus treinos, porém, não entravam neste aspecto. A veemência aumentava diariamente, sempre indo aos seus limites, ou até além. Certamente, qualquer pessoa que passasse por esta região, saberia da presença do garoto, pois os fortes estrondos de socos e seus mais variados golpes chamavam atenção tanto quanto o som de explosões de possíveis invasores.

Hoje não seria diferente, exceto pelo fato de que, enquanto ainda estava na metade de seu treinamento, visualizava a aproximação de Jaina. Poucas foram as vezes em que seus destinos se cruzaram, mas o pouco era o suficiente para confiar nela. Tô bem... — Dizia ofegante em resposta aos cumprimentos. Sem cerimônias, ela explicava toda a situação e o motivo de estar ali. Não precisou sequer ouvir tudo para ficar apreensivo, seus batimentos cardíacos aceleravam mais do que durante os treinamentos, o que demonstraria para qualquer um de fora a gravidade da situação. Logo assimilava a tatuagem de lobo diante dos relatos da garota e sua preocupação aumentava. Passara um certo curto período de tempo em silêncio, olhando para baixo, subindo seu olhar somente quando se sentiu minimamente pronto para falar. — Eu vi a tatuagem... Ela não soube me dizer nada sobre, agora tudo fez sentido! Eu falhei na última vez em que a vi e desde então não me reencontrei com ela. — Proferia com um triste semblante estampado em seu rosto.

Concentrava-se levemente em suas memórias, na busca de relembrar algo que pudesse ajudar ambos. — Me lembro dela ter comentado em nossa última missão que precisaria de férias e talvez não voltasse para Iwagakure comigo, e bem... foi isso o que realmente aconteceu. — Finalizava. — Quem foi que a raptou? E onde foi? — Mudava o rumo do assunto e a encarava diretamente nos olhos, com suas sobrancelhas arqueadas de modo que demonstrasse bem sua raiva contra os desconhecidos. Embora não soubesse de absolutamente nada, agora, estava disposto a ir atrás de respostas diretamente da fonte responsável.

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Vamos! — Respondia de imediato quanto ao convite para visitar o local em que tudo ocorreu. — Não podemos perder tempo... estou pronto. — Era a maneira dele dizer que estava com fome e cansado, mas agora tudo isso havia se tornado algo que ficaria para depois. Estava no ápice de adrenalina por conta do treinamento duro, portanto não podia prometer ser discreto de maneira alguma. Na verdade, mesmo que estivesse completamente pleno e calmo, como se mal houvesse despertado de um sono profundo e calmo, ainda não conseguiria controlar-se diante da presença de um inimigo como este.

Ouvia em silêncio os dizeres da Uchiha e guardaria o nome Cloud em sua mente. Mesmo não sendo possuidor de uma memória assídua, quando se tratava de interesses que mexiam com seus sentimentos, o assunto era completamente diferente. — Nossa própria vila? — Perguntava de forma retórica, surpreso com o apontamento. Não conseguia acreditar que os ideias que aquelas terras levavam pudessem permitir que um Shinobi cometesse tamanha atrocidade; era como se estivesse descobrindo pela segunda vez que alguém no qual tanto confiou, estivesse o apunhalando, como ocorreu entre o garoto e seu pai. Agora, Iwagakure — ou melhor, o alto escalão do vilarejo. Embora desejasse muito que estivesse errada, acreditava nas palavras da Jaina, o que fazia com que o mesmo ficar cabisbaixo por boa parte do trecho final até o destino da dupla.

Sua mente havia se tornado um verdadeiro turbilhão diante de tudo o que estava descobrindo, era tanto que demorou até notar o fato de que estava se esquecendo de relatar sua falha anteriormente citada. — Acho que fui derrotado por alguém em uma grande missão passada, não me lembro de muita coisa... mas acabou sendo este o impedimento que tive de reencontrá-la. — Confessava sem graça, pois odiava o fato de não ter tido sucesso.

Não entendia muito bem o cenário, talvez por conta disso também não conseguia compreender o que se passava na mente da garota que perdia seu equilíbrio. Em um ato de reflexo, tentaria segurá-la para que não atingisse o chão e mantivesse sua postura. — Isso significa que o tal Cloud está morto? — Perguntava de maneira aparentemente fria, mas na verdade simplesmente não tinha noção de toda a história daquele local como a Lohse possuía.

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