O tempo em que passou inconsciente acabou sendo breve. Para Kaginimaru especialmente havia se passado menos de um segundo, toda a situação aparentava ter sido um simples piscar de olhos e tudo estava resolvido até então resolvido. A dor havia sem dúvidas cessado, mas ainda estava lidando com o processo de recuperação dos sentidos, sentia-se desconfortável e tinha dificuldades em visualizar quem ainda estava presente na sala devido à visão embaçada. Algumas memórias passadas da situação flutuavam em sua mente, havia feito um estrago considerável no hospital e não tinha volta, mas esperava que o compreendessem diante do diagnóstico que teria.

Com dificuldades, virava o rosto na direção da porta, onde estava escutando alguma coisa, e tinha a surpresa que queria. Pandora ainda estava presente consigo, provavelmente querendo garantir que os problemas não fossem voltar — Eu... dormi? — Questionaria a companheira de maneira simples e inocente, tentando situar-se sobre quando os enfermeiros haviam saído do local. Neste momento olharia para o próprio corpo e notaria que a transformação também tinha se esvaído e as linhas não mais existiam, exceto por um pequeno conjunto que estava estampado no centro do seu peito — conhecia pela primeira vez a simbologia do seu Selo Amaldiçoado da Terra.

Considerações:

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Sorria parcialmente despreocupado diante dos questionamentos da Pandora, o risco realmente existia, mas de que valia uma vivência sem os riscos diários proporcionados por rotinas perigosas? Sua vida realmente havia passado por riscos severos neste dia, talvez o maior deles até então, porém sem este risco muito provavelmente não teria um encontro como estes com a sua namorada. Por um momento acreditava estar sonhando diante da visão que tinha, ali, no hospital. Só podia ser um sonho. Mesmo não totalmente recuperado, esquecia-se por completo de suas enfermidades e a atenção voltava-se para somente uma só coisa bem óbvia, não conseguindo responder aos questionamentos da mesma diante de tamanha distração.

Quando as unhas vieram de encontro com seu peito, sentia os mesmos fenômenos de quando lidou com a presença dela pela primeira vez hoje no hospital. Seu corpo endurecia para resistir a pressão feita, buscando inconscientemente evitar com que fosse perfurado pela cravação.  — É claro que você não me deixaria morrer... — Respondia ainda com um sorriso no rosto enquanto sentia a descida por seu peitoral. Sentia calafrios com a pequena ameaça de perder seu bem masculino mais precioso, mas não tentava evitar. Além dela ter deixado claro que não tinha a intenção, a sensação era estranhamente boa. Como podia algo ser ruim e bom ao mesmo tempo? Provava pela primeira vez uma sensação exuberantemente mista entre duas extremidades qualitativas.

Os beijos que recebia no pescoço o levava ao delírio, sabia que tinha de corresponder, mas estava totalmente sem jeito e despreparado para esta situação. Aos poucos, começava a buscar por beijá-la da mesma forma, copiando os atos que recebia. Enquanto ela tentava falar, a entrelaçava firme, devido ao nervosismo, na região superior das costas com os dois braços, mas logo buscava suavizar o toque que descia até servir de apoio para que a mesma ficasse em cima da maca hospitalar sem necessitar de se sentar. — E quem disse que quero ser salvo? — Deixava claro a animação e a vontade de permanecer ali. A relação seria ainda mais intensificada após a breve troca de falas; Kaginimaru passaria a evoluir a troca de beijos gradativamente do pescoço até diretamente a boca da médica.

Considerações:

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A interrupção na troca de beijos o deixava confuso e ao mesmo tempo curioso. Havia feito algo de errado? Pensava. Se sentia inseguro diante do acontecimento repentino e de fato não estava nada preparado, o nervosismo mesclado com as inúmeras sensações o forçava a ter de lidar com pequenas paranoias sobre a satisfação da parceira. O pior de tudo era que não tinha tempo para pensar, o contato se intensificava e a tensão o acompanhava. O anúncio de que receberia um presente por si só já era uma surpresa, não sabia o que poderia esperar, mas seus pensamentos viajavam por grandes possibilidades. Distraído, somente voltava sua atenção quando uma peça de roupa ia de encontro com seu rosto, ficando presa por conta de usar o nariz como um apoio.

Em uma ação quase que instintiva, aspirava fundo e imediatamente salivava, era a resposta do seu corpo desejando ainda mais a companheira. Os toques o instigava de maneira inexplicável, o que acabou por força-lo a tirar a peça de seu rosto e voltar a concentrar-se no envolvimento da dupla. A visão que tinha era excepcional, não conseguia se controlar, bastou apenas receber uma unhada mais agressiva que de imediato mergulhou de cara no busto da morena e passou a se esfregar como se fosse um felino. Corava perante a atitude recheada de inseguranças e desejos, mas com o rosto escondido de sua perspectiva de visão, duvidava que ela fosse notar.

Considerações:

Não imaginava que aquilo era tão bom, ficaria o dia inteiro em meio àquelas montanhas gêmeas caso fosse possível, ainda mais visualizando a satisfação estampada no semblante e na fala da companheira. Acabou não restando tempo suficiente para aproveitar como queria e nem ir além como estava cogitando em sua mente, pois fora redirecionado para retornar os beijos. Ainda estava incrédulo com tamanho presente que havia recebido, mas seu queixo ia ao chão mediante aos sussurros que o instigavam ao ápice. Internamente estava tão tenso que parecia gradativamente se tornar um animal irracional, agindo sem sequer cogitar em pensar nas próximas ações — muito embora geralmente também agisse desta maneira em combates sérios.

Ainda assim, seu desejo interno queria que também fosse especial para Pandora, portanto tinha de agir; Corresponderia da mesma forma que ela, segurando os cabelos e a puxando levemente para trás. Aproveitaria para beijar seu pescoço e, com a mão que estava livre, trabalharia em tirar a única peça de roupa que ainda estava vestida e atrapalhava o contato completo. Kaginimaru estava ofegante e atiçado, tê-la em seu colo causava sensações tão indescritíveis e jamais experimentadas antes que pela primeira vez entendia o conceito e a importância de provar esse doce veneno como havia sido instruído no passado.

Considerações:

Kaginimaru ainda não havia notado, mas neste momento já se encontrava totalmente recuperado da problemática anterior ao ato que estava ocorrendo no momento. As conquistas deste dia não paravam, podia dizer sem nem pestanejar que havia evoluído anos de poder em apenas horas de intervalos. E não parava por aí! Frente ao lapso de força que tinha, sentia o contato mor perante a conexão extrema dos dois corpos e seu cérebro deleitava-se com as inúmeras sinapses aprazíveis que não parava de receber. Inconscientemente, acabou por abrir o primeiro e o segundo portão do Hachimon em sequência. Os estímulos o enlouquecia internamente, sentia-se muito mais forte do que comumente era, mesmo que não tivesse intenções de usar suas habilidades de combate em um cenário como este.

Os sussurros, os arranhões e a movimentação ritmada e devagar se tornava a tríade que intensificava ainda mais o anseio desenfreado e apaixonado que sentia. Seu coração batia forte, vívido como nunca outrora esteve, não chegava nem mesmo a se comparar com as situações de exercícios intensos e de quando atingia seus limites físicos — que geralmente palpitava como se fosse pular para fora do seu peito. Se encontrava salivando como um animal selvagem visualizando sua caça, muito embora não fosse no aspecto de caçador e presa que se sentia com a figura amada em conjunto, o apreço ia muito além do que conseguia descrever com a voz interior, simplesmente não existiam palavras na sua mente distraída que pudessem descrever como se encontrava, por isso, via-se como uma fera que precisava dar o seu melhor por comida.

A pele alva do jovem logo começava a assumir um aspecto avermelhado, fenômeno no qual Pandora já havia presenciado anteriormente, dando anúncio à liberação do terceiro portão. Seu corpo estava extremamente energizado, recuperava-se do cansaço que estava sentindo por ter lidado com problemas mais cedo e agora se encontrava completamente revigorado. Não parava por aí, seu chakra fluía pelo corpo de tal maneira que o terceiro portão deixava de ser o seu limite conhecido; o descontrole interno fazia com que a distribuição de chakra fosse além do tentava realizar e acidentalmente se abria pela primeira vez o Shōmon, o Portão da Dor. Sentia no mesmo instante uma desconhecida carga de dor por todo seu corpo, não sabia ainda, mas se tratava de alguns dos seus tecidos musculares se rompendo diante da elevada potencialização que seu corpo sofria. Soltava um gemido acidental por conta do susto, mas segurava os seguintes visando evitar que Pandora pensasse que estivesse em seu limite.

Depois de provar do veneno, não conseguia mais parar, bebia do veneno como se no mundo não existisse mais nada. A falta de experiência com o novo estágio do Hachimon aberto acabava por mais dificultar o ato do que ajudar, sentia dor, mas o prazer mor acabava por transformar o sofrimento em maior êxtase. Segurava-se para dar uma maior duração neste evento, nem que fosse somente mais um segundo estaria satisfeito. Queria até se comunicar, mas não conseguia formular frases nesta situação, limitava-se apenas a seguir os movimentos da parceira e viajar com suas mãos por todas as extensões do corpo dela.

No fim, cessando sua transformação e recebendo de volta os limites do corpo humano, sentia dores intensas em silêncio para não acordar Pandora. Sorria mesmo com o sofrimento, pois o momento que teve ainda estava vivo em sua mente. Não demoraria muito e, assim como ela, Kaginimaru caia no sono.

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