Ainda faziam alguns dias até que eu completasse dezenove anos, a primavera ia aos poucos entrando em rota, as flores iam surgindo na copa das árvores e tudo estava "verde", talvez, até de mais para o meu gosto. O sol era um pouco mais presente do que no inverno que precedia aquela estação, mas não tanto, e, de toda forma, era na névoa que estávamos e da névoa era difícil sair. - Quanta energia... Balbucia deitada em uma cadeira inclinada na beira da piscina enquanto Hoshi e Tanya mesmo em seus trajes de banho continuam inquietas praticando em tom de brincadeira com suas espadas.

Relacionamentos eram curiosos, se reclamasse do meu, seria sobre o quão energética a mulher era, felizmente havia a garota para ficar com ela e descarregar toda a energia que ela detinha. - Casais... Balbucio abrindo calmamente os olhos tocados pela luz, que mesmo branda ainda era agressiva de mais ao meu descanso. Será que eles vem? Penso um tanto descrente, relembrando da noite anterior onde encontrei o "ex-mendigo" e a sua parceira que francamente nem lembro o nome e nem pensei em algum apelido. Bebemos um pouco juntos já que eles estavam por ali e acabei os chamando para vir à minha casa.

Para companheiros de time somos bem distantes, para falar a verdade, isso ainda fica pior com Deijin que não sei por onde anda. Algumas pessoas não precisam morrer para sumir... Penso fechando os olhos de novo em um longo bocejo, espreguiçando meu corpo enquanto umas das minhas funcionárias agora com a situação financeira mais estável me trazia uma bebida adocicada com uma quantia bem moderada de álcool. Quando eu não estava em qualquer lugar aleatório lutando contra uma maníaco possuído aleatório ou sendo forçada a fazer time com estranhos de outros lugares e até possíveis criminosos, até que aquela profissão valia a pena por sua renda e seus privilégios.

Goiaba, Varlily realmente sabia como me agradar. Ao menos o clima úmido dos litorais de kirigakure conseguiam manter plantas como aquelas cuja apreciação era bastante prazerosa com gelo, um pouco de saquê e um leite com um processo peculiar de produção que envolve evaporação, bem, não que eu entenda bem como ela faz, só sei que fica delicioso. - Senhora, acho que você tem visitas.

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Movia o óculos de meu rosto me levantando para fitar a entrada que era consideravelmente aberta naquele ponto. Parece que não levaram meu convite na brincadeira, não sei nem bem o que eu disse quando estava lá, preciso controlar a bebida. Meus olhos se estreitam no infeliz pensamento. - É, eu acho que os convidei. Varl, prepare algumas bebidas para eles também tudo bem? Digo apoiando o óculos na mesa ao lado onde meu copo também repousa, me levantando para ir recebê-los enquanto as duas ruivas mais perto já o cumprimentam. - Bercon e... Lizzie, certo? A mais velha cumprimenta enquanto a outra só olha um tanto curiosa os "adultos" conversarem.

Não demora, eu também me aproximo. Poderia abraçar com estilo Hoshi por trás enquanto falo algo, mas, o vislumbre de suas costas como uma grande muralha em minha frente pelas diferenças de altura e corpo tiram as pretensões de parecer legal da mente. O pensamento em si também era bem cansativo. - Ooiii... Eu chamei vocês neh, espero não ter dito nada idiota. Sorria um tanto sem graça ponderando que o convite em si talvez fosse meio idiota. - Podem se sentir à vontade, aproveitem a água. Vou dizendo mostrando a piscina que rodeia boa parte do local. - Qualquer coisa podem pedir para a Varl... Aliás, tem notícias do Deijin? Pergunto despretensiosamente rendendo assunto com o meu colega de trabalho, apesar de até haver uma curiosidade real.

De fato, depois do sumiço do mesmo muito da sincronia havia sido quebrada. - Era engraçadinho até ver vocês dois degladiando... owwwrrr... Bocejava balançando o rosto um tanto sonolenta por ter acabado de sair da pequena soneca ali na cadeira. - Apesar que vocês sempre deixavam sobrar serviço para mim, graças à isso meus planos de ascender sem fazer nada nem deram tão certo. Sinto um belisco vindo do lado pela ruiva me fazendo estalar a língua e olhar brava de canto para ela, mas logo do espaço a passos tranquilos em retorno a posição original. - Você também usas espadas neh... Você também Liz? Se for estou perdida, vai ter quatro pessoas brincando com suas espadas e nenhum conforto para mim na sombra.


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Os dois trocavam algumas piadas e gracejos sobre algo que eu poderia ter dito, mas, particularmente eu não entendia bem. Nem tentaria, sendo bem franca, considerando que isto já foi-se e remoer não fazia bem o meu estilo. Sua resposta sobre Deijin era um tanto peculiar. Ele não ia ser o ninja mais forte e bla bla bla. Não esperava alguém como ele decidir tornar-se erudito, em verdade, nem lembro de ele ser tão inteligente assim. - Curioso... Bem, que os deuses responsáveis pelos passos dele tenham mais sucesso em seu caminho decidido então, certo? Brinco trazendo um pouco da religião que apesar de ser tão presente em meu cerne, tem poucas oportunidades para ser realmente verbalizada enquanto lutamos por nossas vidas. Ao menos, não a que rege os fios tecidos de minha fé.

Ele faz alguns comentários sobre seus méritos e eu apenas escuto em silêncio até o final que me interessa mais. - Bem, nesse caso sou obrigada a concordar. Este tipo de paz, bem, é um sentimento bom para alguém que aprecia a paz. Ao menos em casa e para a casa, já não preciso preocupar-me com mais nada... As falas acompanham um longo bocejo. - As missões tem pagado muito bem, além de nosso salário base que apesar de sutilmente reduzido pelas decisões de Warui, dá conta... Estalo meu pescoço, olhando os arredores. - Bom, o trabalho não é meu e depois de dois anos posso dizer que um número suficiente de pessoas estabilizou-se no trabalho. Além disso não é como se nos deixassem sempre livre. A meta era poucas missões e muito ganho, dá pra dizer que tenho algo assim...

Hoshi interrompe comprando a ideia com um abraço. - Além disso, somos duas. Ele então começava um sermão todo estranho e sem lugar, me fazendo olhar um tanto constrangida para ambas as ruivas e a mulher à quem chamei para a sombra comigo. - Quanta seriedade... Nem parece que não tomava banho a pouco. Mas, vai levantar a sua espada como uma arma aqui para quem? A criança? Ou, talvez para Hoshi? Desarme-se, não estamos em uma batalha, estamos em uma piscina... Sorrio pensando que eu estava sendo pensativa de mais também. - Bem, enfim, cada doidera. Querem beber algo? Pergunto indicando a mão para a garota que estava por perto para auxiliá-los com o que desejassem e preparasse uma cadeira à outra se quisesse, ou, quiçá ao próprio homem se ele preferisse uma sombra menos agitada.


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