Ultimamente as coisas não estavam fáceis em casa, acho que nem todos estavam recebendo bem a minha ida oficial ao mundo ninja. Era engraçado como meus irmãos e primos achavam super legal todos os jutsus e armas aos quais eu aprendia a usar e controlar enquanto que, meus avós e tios achavam tudo aquilo uma baboseira e reforçavam que o caminho era o equilíbrio. Bem, equilíbrio era algo complicado para mim. Por vezes treinava demais e esquecia das horas de meditação e dos estudos das línguas demoníacas, ou então ficava conversando com Azazoth e Izaus e esquecia de fazer a lição de casa. - Arghh.. - Pensava sobre o quão difícil seria conciliar os dois mundos, e que provavelmente logo as coisas virariam de ponta cabeça.

E se isso não bastasse também tinha essa sensação crescente e que não ia embora de que algo ruim iria acontecer em breve. Sentia o vento passar meu rosto e balançar meus cabelos e de alguma forma isso soava como uma confirmação. - Acho que só me resta ficar mais forte. - Toda vez que tinha muitas perguntas sem resposta geralmente essa frase me servia e aquietava meu coração. Ficando mais forte, mais sábio e mais corajoso eu conseguiria lidar com tudo que não conseguia agora.

E era por isso que não havia me atrasado tanto dessa vez, na verdade, era um raro momento em que tinha chegado exatamente na hora e no lugar combinado. - Sensei. - Squall já estava lá e parecia mais cansado do que da última vez que nos vimos. Eu ainda não o conhecia bem, mas parecia que não estava passando por bons momentos. Me aproximaria com ambas as mãos no bolso e tiraria uma maçã de um deles. - Sei que disse para não comermos, mas você parece estar com fome. - Jogaria a fruta em sua direção e procuraria uma pedra ou um tronco para me sentar e esperar os demais. E por mais que para mim fosse natural falar pelos cotovelos, dessa vez manteria o silêncio e deixaria que o sensei tivesse mais alguns instantes de paz antes da ação.

O TRAUMA COLETIVO PROMOVE A UNIDADE

Hesitei em comer um pedaço do cheiroso pão caseiro que minha mãe sempre fizera questão de fazer em todas as manhãs, pois sabia que deveria encarar aquele jejum de treinamento com muita seriedade. Squall, aquele que havia se tornado o responsável pelo nosso time, havia voltado de Kumo, e de certa forma todos tivemos o conhecimento dos acontecimentos com a vila, e o que cada um dos presentes passaram, e isso me fazia pensar se o sensei de fato teria cabeça para estar com a gente durante esses dias de intensos treinamentos, porém, de qualquer forma eu estava ansiosa para conhecê-lo ainda mais, principalmente porque eu fugiria dos treinos rotineiros dos quais eu tinha com meu pai.

E por falar em pai, lá estava ele, ao lado do portão me esperando sair, com seu olhar distante e resmungar incomodado. - Não se anime muito, os treinos da folha não são o que um Senju precisa. Faça a sua parte que eu estarei aqui te esperando. Quando você voltar, terá um treinamento muito mais intenso para corrigir as falhas desse que você terá. Agora vá! - Ríspido e ignorante como sempre, esse era o seu jeito de dizer, “bom treino, minha filha. Dê o seu melhor, te amo!” As coisas não eram fáceis com meu pai, ele colocava muita expectativa em mim, e depois da morte de meu irmão as coisas ficaram ainda piores, ele não mais me tratava com o carinho de antes, mas via em mim uma forma de corrigir seus erros com o Lee, botando em sua cabeça que a morte dele tinha sido sua responsabilidade, algo que todos sabíamos que não, mas infelizmente eu tinha que lidar com isso e sempre atender as suas expectativas, mesmo que eu não fosse um prodígio como meu irmão era. O silêncio seguido de um aceno com a cabeça foi a minha resposta, partindo dali na mesma hora.

Agora, estava finalmente nos campos de treinamento, e para a minha surpresa, todos já estavam lá, mesmo que ainda faltasse certo tempo para o horário combinado... pelo menos era o que eu achava. - Talvez meu pai tenha falado demais. - Dei de ombros ao lembrar dele. Mas essa memória foi completamente encoberta com a visão de Kazama correndo sozinho pelo local, me fazendo rir na mesma hora. - PUFFHAHAHAHA! Eu já te achava bem bizarro, mas isso!? Isso já é demais! É melhor você não gastar toda essa sua energia, porque logo, logo, você não vai aguentar nem ficar em pé. Ainda mais com esse corpo mole! - Comentei enquanto me aproximava de Hiro. - E aí, carinha! - Estiquei minha mão direita com o punho cerrado cumprimentando-o com um toque. - Sensei! - Me virava para Squall com uma reverência em respeito a ele.

Era notável que ele não parecia estar bem, a luta travada em Kumo provavelmente ainda ressoava em sua cabeça, e a lua fazia questão de marcar lembrança aos envolvidos. Seus rosto cansado e aparência sofrida, não escondiam a sua falta de descanso.

505 [Palavras]

inventário:

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O TRAUMA COLETIVO PROMOVE A UNIDADE

Os dias pareciam cada vez mais longos, aquele começo animado que me fazia pular de empolgação ficavam cada vez mais exaustivos, a cada nova instrução, a cada salto, a cada soco, a cada raciocínio, minha mente pedia o fim, não importasse a recompensa no final. Muitas vezes eu me senti envergonhada de querer desistir, e por mais que eu soubesse que aquele intenso treinamento fosse necessário, o meu corpo queria lutar contra. - Acho que você estava completamente errado, pai. - Comentei comigo mesmo várias vezes ao lembrar das palavras de meu pai que havia enfatizado que aqueles dias seriam de completo desperdício.

Quatro dias, era esse o período que já estávamos mata a dentro, completamente dominada pela fome, sono e cansaço. Mas, de alguma forma sem que eu mesma pudesse perceber, alguns resultados eram bem notáveis. No entanto, o mais importante é que a cada instrução dada, as frases marcantes do sensei Squall se faziam presentes, frases essas que um dia com certeza compreenderíamos o que elas queriam dizer, mas por hora, o cansaço falava mais alto do que suas motivações. Por fim naquela noite, após idas e vindas, o silêncio se fazia presente, e ainda mais habilidosos do que antes, nós fazíamos invisíveis a presença de nosso sensei. Sua aparição indicava o seu desejo, uma oportunidade clara de ataque do qual deveríamos executar da melhor maneira possível.  

Apostos e devidamente escondidos em lugares do qual podíamos nos comunicar, olhei para Hiro e Kazama na mesma hora, esperando que os dois fizessem o mesmo. Não era minha intenção liderar o trio, muito menos ser a heroína, mas estava disposta a servir de isca naquele embate. A única incerteza era se, após tantos dias, nós finalmente estaríamos nos entendendo, mesmo que em combate. Sendo assim, buscando o ataque perfeito, indiquei com minha mão direita que eu chamaria a atenção dele, dando a oportunidade que os dois pudessem atacá-lo da forma que achassem melhor.

Retirei uma Kemuridama de meu bolso e arremessei próximo de Squall. Um movimento simples, mas efetivo, isso é claro contra alguém de meu nível talvez, mas ele era um Jounin, e muito provavelmente não faria diferença alguma para ele, então, com um selo de mão, utilizei o Shunshin no Jutsu, e naquele mesmo instante me fiz presente ao seu lado desferindo um corte de Kunai em suas costas.  

391 [Palavras]

inventário:

jutsus usados:

520 520

300 320

7 9

260 260

"Então isso é treinar de verdade” Esqueça os exercícios em casa, ou as dinâmicas extensas na academia ninja, o que nós estávamos realizando com o sensei era algo que tinha como intenção superar os limites, e para isso acontecer, antes era necessário quebrar tudo abaixo dele. Era assim que eu me sentia, com o corpo sujo, desidratado, com fome e com sede. - Eu daria qualquer coisa por um hambúrguer agora. - Resmungava para meus companheiros.

Aliás, isso era algo ao qual o sensei tinha acertado em cheio. O trauma coletivo realmente estava promovendo a união, afinal, quanto mais a gente se ferrava juntos mais dependíamos uns dos outros e por consequência, mais confiança era gerada. E mesmo sabendo que eles estavam tao cansados quanto eu, ainda havia um trabalho a ser feito e finalmente tinha chegado o momento.

Caminhando com cuidado e atenção para não fazer barulho eu conseguia ver o nosso alvo à frente. Entre as folhas e galhos eu mirava o sensei, um jounin de elite na aldeia da folha e também o nosso alvo. Eu não dava a mínima para o quão forte ele era, eu só queria dar um chute em sua bunda e sair como vencedor hehe. Olhava para Maka e para Kazama selando algum plano estranho somente com nossos olhares e esperaria o momento exato.

Quando Maka partisse eu usaria Bunshin no Jutsu ainda escondido. E quando ela enfim chegasse próxima ao choque com o sensei eu jogaria estrelas ninjas na tentativa de a ajudar, seja distraindo Squal para que ela pudesse atacar ou se defender. Em seguida mandaria o meu clone para um ataque frontal com a kunai em punhos e mudaria a minha posição. Aguardaria o ataque de Kazama e só então sairia de surpresa da mata para tentar atacar o sensei pelas costas com um poderoso chute em sua bunda.

Bunshin no Jutsu:

Status: