Ookami deslizava lentamente pela arborizada área central de Konoha, seus passos cuidadosos ecoando suavemente pelas ruas estreitas. Cada movimento da loba era acompanhado por olhares desconfiados e sussurros abafados, pois havia se mantido reclusa em sua casa por meses desde o nascimento dos gêmeos. Ver Ookami sob a luz da lua e trajando suas vestes de kunoichi era algo raro, alimentando ainda mais a aura de mistério que a envolvia.

— Não olhe para ela, meu filho... Dizem que essa mulher é louca... — murmurou uma mãe, apertando o filho mais perto de si.

— Dizem que ela tentou assassinar o senhor feudal do País da Nuvem... em plena reunião de paz... — sussurrou um segundo morador, trocando olhares preocupados com os demais.

— Por que o Hokage permite que ela continue solta em nossa vila? Ela é um perigo para Konoha... — disse um vendedor, balançando a cabeça em desaprovação.

A loba apenas sorriu, revelando suas presas afiadas, enquanto continuava sua caminhada determinada em direção ao imponente prédio central da vila. Seu sorriso era carregado de mistério e uma quietude perturbadora, despertando temores e inquietações naqueles que a observavam.

Konoha, com suas casas de madeira robustas e telhados pontiagudos, abraçava a tradição com sua arquitetura distinta. As ruas estavam ladeadas por árvores majestosas e bem cuidadas, cujas folhas pareciam sussurrar segredos ancestrais. O aroma de flores e ervas medicinais impregnava o ar, uma marca da habilidade dos ninjas médicos que habitavam a vila. O cenário ao redor era uma sinfonia visual de cores vibrantes, das cerejeiras em flor aos campos verdejantes que se estendiam até onde a vista alcançava.

Finalmente, Ookami chegou diante das imponentes portas de madeira maciça do prédio central da vila, que se erguia imponente à sua frente. O edifício, com suas torres altas e detalhes esculpidos nas paredes, emanava um ar de autoridade e poder. As placas de bronze, gravadas com símbolos antigos, refletiam a história e a tradição de Konoha.

A loba respirou fundo, sentindo o peso das expectativas e dos julgamentos sobre seus ombros. Ela estava prestes a enfrentar o Hokage, o líder da vila, em busca de redenção e um novo propósito. Seu coração batia acelerado, enquanto ela reunia coragem para empurrar as portas e enfrentar seu destino.

Dentro do prédio central, os corredores estavam repletos de ninjas vestidos com suas distintivas vestes, cada um com sua história e sua missão. Olhares curiosos e inquisitivos se voltavam para Ookami conforme ela avançava pelo corredor principal, enquanto murmúrios e especulações ecoavam pelas paredes de pedra esculpida. Os rumores sobre as façanhas e a natureza sombria da loba percorriam os corredores, enchendo o ambiente com uma tensão palpável.

Os salões do prédio central de Konoha eram adornados com tapeçarias coloridas, retratando as lendas e os heróis da vila. As pinturas detalhadas pareciam ganhar vida à luz das tochas, criando uma atmosfera mística e ancestral. As janelas altas permitiam que a luz do sol filtrasse, lançando raios de luz que dançavam nas paredes de pedra, conferindo um ar de magia ao ambiente.

Enquanto Ookami prosseguia, passando por salas cheias de pergaminhos e estátuas de antigos Hokages, ela sentia o peso da responsabilidade se intensificar. Cada passo a aproximava mais de seu destino, trazendo à tona suas próprias dúvidas e temores. Seria capaz de convencer o Hokage de sua transformação, de seu desejo de mudança?

Ao chegar diante da imponente porta do escritório do Hokage, Ookami parou por um momento, sentindo um calafrio percorrer sua espinha. As entalhaduras na madeira representavam as criaturas lendárias do mundo shinobi, como um lembrete constante do perigo e das adversidades que enfrentara em sua jornada.

Respirando fundo, a loba empurrou lentamente a porta, revelando o escritório do Hokage. O aposento era espaçoso e decorado com móveis de madeira escura, adornados com detalhes esculpidos. Estantes repletas de pergaminhos e livros ocupavam uma das paredes, testemunhando o conhecimento acumulado ao longo dos séculos. O aroma de incenso flutuava no ar, conferindo um ar solene ao ambiente.

No centro do escritório, uma imensa escrivaninha de carvalho maciço ocupava o espaço. Sobre ela, pilhas de documentos e relatórios estavam organizadas, evidenciando as responsabilidades do líder da vila. Atrás da escrivaninha, uma cadeira alta e ornada esperava pelo Hokage, que era o guardião das tradições e da segurança de Konoha.

Enquanto Ookami se aproximava da escrivaninha, ela sentia a presença imponente do Hokage no recinto. O ar estava carregado de expectativa e determinação. Seria ali, diante do líder da vila, que ela buscaria sua redenção, esperando que suas palavras e seu coração tocassem a alma do Hokage e convencessem a todos de sua transformação.

Com o coração acelerado, Ookami adentrou o escritório do Hokage, pronta para enfrentar seu julgamento e mostrar ao mundo que uma loba também pode encontrar seu lugar em meio à luz e às sombras de Konoha.

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Ookami fixou seu olhar nos olhos de Hei, os cabelos negros levemente desgrenhados acentuando sua aura enigmática. O brilho âmbar daqueles olhos penetrantes envolvia sua alma em um mistério profundo, despertando sentimentos inquietantes em seu coração. Uma mistura de temor e fascínio a dominou enquanto ela buscava entender a essência sombria que emanava dele.

Os fios prateados como a luz da lua dançavam ao vento, um contraste marcante com a escuridão que envolvia a loba. Seu porte esguio e atlético era um reflexo de sua habilidade mortal, um predador perfeito no mundo sombrio em que vivia. Marcas de batalha adornavam sua pele pálida, cicatrizes testemunhas das inúmeras batalhas travadas.

Com passos decididos, a loba se aproximou dos quadros antigos que adornavam a sala, cada imagem um testemunho silencioso de sua jornada como assassina implacável. Seus olhos prateados reluziam com uma intensidade selvagem, refletindo sua natureza feroz e destemida. Cada lembrança dolorosa entrelaçada com sua existência, alimentando seu vício sádico e psicótico.

As palavras pesadas ecoaram em sua mente, as lembranças invadindo seu ser.

—Eu estava lá quando Shanks morreu... Lembro-me como se fosse ontem, quando a turba de inimigos da Vila Oculta das Ondas nos envolveu... Todos estavam imersos em tristeza, mas minha mente ansiava por mais... Ajudei a destituir Danzou... e vi cada sombra cair, uma após a outra...—

Uma pausa significativa, seus lábios entreabertos, a mordida nervosa.

Um tremor percorreu suas mãos enquanto a loba depositava a máscara ANBU com reverência sobre a imponente mesa de liderança. Era um gesto simbólico de libertação, um ato corajoso de renúncia a uma vida manchada pelo sangue derramado. Era como se ela estivesse se despedindo de uma parte sombria e viciante de si mesma, arrancando as correntes que a aprisionavam.

As palavras fluíam como um rio turbulento, seu tom carregado de emoção.

—Ao longo de minha vida, ceifei mais vidas do que minha memória pode suportar... Tortura... Crimes de guerra... Participei deles com um turbilhão de sentimentos indescritíveis... Mas agora, sou mãe... E pela primeira vez, descobri o que verdadeiramente desejo proteger.—

Ookami sentiu as palavras ganharem vida ao se dispersarem no ar, como as asas de uma borboleta prateada voando em direção a um horizonte incerto. A turbulência de sua alma ecoou no silêncio carregado da sala, uma dança de pesares e esperanças que desvelava sua busca por redenção.

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A loba, Ookami, olhou para o Hokage com seus penetrantes olhos âmbar, emitindo um brilho enigmático. Sua expressão solene e misteriosa logo se transformou em um sorriso de desdém, revelando um conjunto de presas afiadas, quase animalescas. Seu olhar fixou-se nos lábios do Hokage, enquanto ela lentamente tirava um cigarro de sua bolsa e o colocava entre eles. O gesto era sinistro, uma combinação estranha entre elegância e ameaça.

Ela acendeu o cigarro com um isqueiro prateado, e uma fumaça espessa e escura se ergueu no ar, emoldurando seu rosto pálido e anguloso. Ookami parecia absorta, como se as palavras do Hokage estivessem sendo meticulosamente pesadas em uma balança invisível, comparadas com as experiências de sua vida como uma ex-membro da Anbu.

—O mundo é um mar de merda", ela disse, soltando uma pequena baforada de fumaça. "Todos estamos atolados até o pescoço, afogando os outros para não nos afogarmos." Seu olhar era intenso, cheio de uma mistura perturbadora de desespero e resolução. "Apenas torcendo para não nos afogarmos...—

Enquanto o Hokage se virava para partir, Ookami sentia os olhos oblíquos dele ainda a observando. Um sentimento de inquietude percorreu seu corpo, como se estivesse sob o olhar afiado de uma fera predadora.

De repente, em um rompante de loucura, uma gargalhada sombria escapou dos lábios de Ookami. Ela apertou as mãos com força em torno do cigarro ainda aceso, revelando as unhas afiadas e pintadas de vermelho sangue. Suas presas estavam semicerradas, um sinal claro de seu potencial perigo.

—Proteger Konoha? Eu não diria isso..." Sua voz carregava um tom arrepiante, quase sussurrante. "Não com essas palavras... Se vou proteger a vila, é porque minha família está aqui...— A loba lançou um olhar ardente ao redor, como se estivesse buscando seus entes queridos na multidão invisível. "Konoha... o Daimaou... o país do fogo... não me entenda mal... para mim, são apenas peças essenciais para proteger minha família. E eu queimaria o mundo inteiro por eles..."

A energia caótica que emanava de Ookami se acalmou gradualmente. Ela respirou fundo, controlando sua fúria interior, e seu semblante se transformou em algo mais carismático e gentil. Seu olhar adquiriu uma doçura enganadora, quase infantilizada, como se escondesse a verdadeira natureza predatória que habitava em suas entranhas.

—Eu vim aqui apenas para te devolver isso, Hokage-samaaa...—Ookami pausou, sua voz caindo para um tom ameaçadoramente baixo. —Não preciso mais dessa máscara..."—Seus olhos fixaram-se nos do Hokage.

Ookami permitiu que seu sorriso sinistro se aprofundasse, revelando um traço perturbador de satisfação. Ela inclinou a cabeça levemente, estudando o rosto do Hokage com seus olhos penetrantes, como se estivesse buscando qualquer sinal de fraqueza ou vulnerabilidade.

—É interessante, Hokage-sama—, começou ela, sua voz agora envolta em um tom suave e insidioso. —Ao longo dos anos, tem sido uma tradição para alguns Kages desaparecerem misteriosamente... como se fossem lobos se dissolvendo nas sombras. Outros, por sua vez, são apenas cordeiros, destinados a serem esquecidos.—

Houve uma pausa carregada de tensão enquanto Ookami parecia examinar o Hokage, aguardando sua resposta. Ela queria provocar uma reação, plantar a semente da dúvida em sua mente, sem revelar abertamente suas intenções sombrias.

—Então, eu me pergunto...—continuou ela, agora adotando um tom suave e melífluo. —O que faz você acreditar que é um lobo? O que o diferencia dos outros cordeiros que já ocuparam essa posição? E, mais importante, o que o impede de se tornar apenas mais um desaparecido nos anais da história de Konoha?—

As palavras dela eram cuidadosamente escolhidas, embutidas com uma ameaça subliminar, como se as consequências de sua inação estivessem suspensas no ar. Ookami desejava que sua insinuação assombrasse a mente do Hokage, deixando-o desconfortável, ciente de que a segurança daqueles que ele amava dependia da sua capacidade de resistir à ameaça oculta que ela representava. Ansiava por sua resposta pois afinal nesse mundo so havia presas e predadores.

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Ookami, embora profundamente impactada pelas revelações sobre Uchiha Shin, o lendário Shodai Hokage, manteve uma expressão enigmática em seu rosto. Seus olhos âmbar brilhavam com um misto intrincado de respeito e desconfiança, enquanto ela navegava pelas complexidades do passado daquele que estava diante dela.

— Uchiha Shin... o Shodai Hokage... — sussurrou Ookami, sua voz envolta em um tom que oscilava entre a reverência e a cautela. — Sua jornada é como uma trama entrelaçada de mistérios e sacrifícios. A história que se desenrola em sua vida é um fio tênue entre a grandeza e a escuridão.

Enquanto ela curvava-se levemente, sua postura exalava uma deferência respeitosa, mas seus olhos penetrantes traíam um segredo oculto. A loba sabia que existiam segredos não revelados nas sombras do passado do Hokage, uma narrativa oculta que despertava sua inquieta ambição.

— Permita-me segui-lo e acatar suas ordens, Hokage-sama. No entanto, que seja sabido que estarei sempre à espreita, observando as dobras do destino. Se acaso meu olhar capturar qualquer fragilidade em sua liderança, não hesitarei em agir com a astúcia e a ousadia do predador que sou.

Um sorriso sinistro contornou os lábios de Ookami, revelando presas afiadas e pintadas de vermelho sangue. Sua energia caótica se reacendeu, irradiando uma aura de mistério e perigo.

Com uma elegante inclinação da cabeça, a loba continuou:

— A segurança de Konoha e de minha familia é minha preocupação, mesmo que signifique dançar nos limites da moralidade. Aqueles que lideram devem ser capazes de caminhar por territórios sombrios para proteger o que lhes é precioso. E assim, enquanto eu obedeço, estarei tecendo sutis fios de influência, pronta para agir com precisão e ferocidade quando a oportunidade se apresentar.—

Ookami permaneceu em sua postura reverente, mas seu verdadeiro eu predatório brilhava intensamente, como uma chama ardente nas sombras. Ela estava disposta a ser a sombra do Hokage, a manipuladora das circunstâncias, observando cada movimento e explorando cada fraqueza em sua busca pelo poder que ansiava.

Enquanto a loba se curvava perante Uchiha Shin, sua verdadeira essência predatória sussurrava silenciosamente, como um vento noturno, a promessa de um destino desconhecido e cheio de intrigas.

Ela fez uma pausa.

— Quero que fique ciente disso, de que minha lealdade depende do quão o senhor e capaz de conseguir proteger essa vila, respeito o seu passado... afinal não estariamos aqui se não fosse ele, mas estou mais interessada em saber quais são seus planos para o futuro—

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Ookami, a loba prateada, fixou seus olhos âmbar no semblante do Hokage enquanto ele falava. O suspiro que precedeu suas palavras e o sorriso singelo que ele ofereceu a intrigaram. A loba estava acostumada a reações mais fortes diante de suas ameaças e desafios, mas ali estava Uchiha Shin, mostrando uma serenidade que desafiava suas expectativas.

Enquanto ele ajeitava seu cabelo e transmitia confiança em suas palavras, Ookami sentiu um misto de curiosidade e incerteza tomar conta dela. O Hokage parecia enxergá-la além das aparências, lendo-a como um livro aberto. Aquilo era um sinal de sua experiência e sabedoria acumuladas ao longo dos anos.

A atenção da loba se voltou para o pequeno pergaminho que Shin selou com seu chakra e lançou em sua direção. Ela o pegou no ar, segurando-o com cautela, enquanto as instruções contidas nele despertavam sua curiosidade e determinação.

Enquanto o Hokage se dirigia à porta, Ookami percebeu que a situação estava mudando rapidamente. Ela não podia deixar de sentir uma mistura de expectativa e inquietação diante das palavras "hora do grande espetáculo". O que ele tinha em mente? E qual seria o papel dela nesse evento iminente?

Sem hesitar, a loba prateada seguiu Uchiha Shin, preparada para enfrentar os desafios que estavam por vir. Seu coração se encheu de um misto de curiosidade, respeito e uma centelha de determinação para mostrar sua valia ao Hokage.

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