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rank A ミッ — o soldado e o poeta - Postado Qua Set 22, 2021 7:46 pm

虫神様
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—… Lá vem o soldado, com sua poderosa espada. Com o aço destruirá sua cidade e sua casa… — a agradável voz da mulher ressoava por toda a profunda floresta enquanto entoava a cantiga antiga — Lá vem o poeta, sua arma é sua palavra. Com a língua destruirá sua cidade e sua casa, oh lei, oh lei, oh la…

— Se eu soubesse que teria que aguentar essa cantoria, me mataria antes de aceitar a missão.

Taoryu bufou, irritadiço como de costume, mas a verdade é que até mesmo os pássaros pareciam calados para ouvi-la. Nem sequer as folhas ousavam se mexer ao passar da brisa. Apesar da idade, Yujirei, a contratante da missão, era encantadora. Seus cabelos já prateados pelo tempo não faziam jus aos olhos jovens e vívidos, tão verdes quanto as colinas no verão. Ela sorriu com o comentário, continuando a desenhar a melodia com a voz. Sentada na carroça puxada por um bisão negro, a presença da mulher parecia ser o único brilho naquele séquito que, se não por ela, viajaria silencioso e concentrado.

E não era para menos, afinal o esquadrão Hakai, cujo qual eu sustentava o posto de capitão, tornava-se cada vez mais conhecido por ser implacável e efetivo. Não pelos integrantes serem boa-praça, se é que me entende. Inclusive, um contrato como aquele com todo o time poderia sair caro, mas Yujirei pareceu não se importar em pagar. “Se Danzou-sama afirma que são os mais capazes para a missão, não ligo para o preço”, lembro-me dela dizendo quando nos encontramos. “O que importa é que eu esteja em segurança”, ainda completou, e todos os anciões na sala concordaram com a escolha fazendo parecer que ela era realmente alguém que merecia todo o cuidado possível. Afinal, Yujirei, o que há por trás das doces notas que entoa?

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Re: rank A ミッ — o soldado e o poeta - Postado Qua Set 22, 2021 9:37 pm

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— Senhora, o túmulo do seu marido não fica tão longe do vilarejo — falei, curioso enquanto caminhava ao lado da carroça que seguia devagar ao passo do bisão —, normalmente não seriam necessários ninjas de alta performance para executar essa tarefa. Ainda assim, todos no Conselho foram rápidos em concordar que sua segurança deveria ser feita pelo meu pelotão. Um esquadrão de assassinato. Porque?

— Ah, sim… — ela parecia tentar encontrar as palavras certas antes de prosseguir — entendo o que te preocupa, garoto. Quer saber se existem muitas pessoas atrás de mim? Talvez, mas agora menos do que antes. Os anos passam e as pessoas se esquecem, e os que se lembram dificilmente estariam dispostos a se infiltrar em nossas fronteiras apenas por minha causa. Hoje sou apenas uma velha que deseja trazer à tona memórias de seu amado. Mas… como ele mesmo dizia, garantia nunca é demais. Aliás, foi ele quem me ensinou a maioria das canções que sei. Era um cantor muito melhor que eu.

— Tenho certeza que Taoryu adoraria tê-lo ouvido — Quem falou foi a bela Aries, usando um tom leve e implicante muito recorrente — O homem-tartaruga aqui é um grande fã de música.

— Sabe o que é música pra mim, menina? — Perguntou o exótico ninja, fazendo brilhar seu casco nas costas e pele verde úmida ao passar por um feixe de luz do sol que escapou entre as copas — O som da minha katana raspando alguma jugular. O resto é apenas uma forma idiota de chamar atenção de inimigos na floresta.

— Uau! Que violento! — Aries aproveitou pra zombar-lo mais um pouco, e assim permaneceram discutindo por mais algum tempo. Isso eu já havia presenciado centenas de vezes. O grande problema era o último integrante da equipe, Kaze, pois ele sim agia diferente. Para quem sempre tinha o que dizer, vê-lo soturno daquela forma me preocupava.

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Re: rank A ミッ — o soldado e o poeta - Postado Qua Set 22, 2021 11:48 pm

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Em dado momento, até mesmo Yujirei cansou-se de cantarolar. Taoryu e Aries não mais discutiam e tudo que restava na viagem pela floresta era a estridulação dos grilos, o som das cigarras que anunciavam a chuva que se aproximava e o bufar cansado de Wabi, o velho bisão negro que puxava a carroça da importante e carismática contratante.

O topo da colina fornecia uma boa visão dos arredores, as grandes ondulações de terra que subiam e desciam entre falésias e grandes descampados davam a impressão de que eu era nada mais que um grão de areia perdido na vastidão do mundo sempre quando me pegava olhando fixamente para o cenário. Foi concordado em darmos uma pausa em respeito à Yujirei e Wabi. Aproveitando o momento, afastei-me do grupo para urinar rente aos olmos. Até que, de súbito, uma voz me alcançou.

— Capitão, precisamos conversar.

Pedi para que ele esperasse um segundo enquanto fechava a abotoadura da calça.

— Kaze, eu queria mesmo falar com você — terminei o processo e me virei para o jounin alto e de cabelos verdes espetados, olhando-o firme nos olhos negros — Notei que esteve pensativo e reservado durante todo o dia. Passou a viagem tão calado que até cheguei a te achar alguém agradável — ele não riu, então dei de ombros — Algo que te preocupa?

— Sim, Treze — Kaze parecia impaciente — Por mil diabos, como não percebeu nada diferente em Taoryu? Já fazia um tempo que desconfiava daquele monstro maldito. Mas agora tenho certeza de que ele é um traidor.

— Espera… o que?

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Re: rank A ミッ — o soldado e o poeta - Postado Qui Set 23, 2021 6:46 am

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A informação repentina me deixou perplexo. Olhei para Kaze com a sobrancelha arqueada, refletindo sobre a conduta de Taoryu. Para o bem da verdade, conhecia o jeito resmungão do homem-tartaruga, mas não confiava nele menos do que em Aries ou Kaze. Afinal, éramos os Hakaishin, e todos eles já haviam salvado a minha vida inúmeras vezes. Notando que eu estava preso em um vórtice de dúvidas, o ninja de vestes negras quis me confirmar ainda mais a traição de um companheiro.

— Você não sabe muito sobre Yujirei, nossa contratante, sabe? — falou o guerreiro com as adagas presas na cintura — O corpo da mulher é recipiente de um chakra muito poderoso e maligno que precisou ser selado em seu estômago para não causar nenhum mal à Folha, mas nas mãos erradas esse chakra pode se tornar uma arma difícil de combater. Países matariam para obter tal poder, e é por isso que Taoryu me chamou ainda antes da missão para contar sobre o seu plano de matá-la e pegar o chakra corrompido para si.

Isso explicava o cuidado que os anciões tiveram com a mulher, designando os Hakai para acompanhá-la nessa viagem. Ainda assim, era difícil acreditar no restante.

— O que você está me dizendo é grave, Kaze — falei, agora decidido sobre o que fazer — Vamos abortar a missão e investigar o caso mais a fundo.

— Não, capitão — negou —, ele desconfiaria de que eu te contei tudo. Apenas fique de olho no monstro, e quando Yujirei entrar no Mausoléu onde o corpo do seu marido está, não deixe que Taoryu entre.

Era um bom conselho, além de me dar tempo para pensar. Concordei com um aceno de cabeça e finalmente voltamos ao encontro do séquito.

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Re: rank A ミッ — o soldado e o poeta - Postado Qui Set 23, 2021 9:18 am

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— Finalmente, lá está!

A voz da mulher anunciou nossa chegada ao destino que apenas ela conhecia, chamando minha atenção e fazendo com que eu reparasse a construção no sopé da colina. Era uma espécie de pequeno palacete, sem vida, brilho ou cores, bem como deveriam ser os mausoléus.

— É uma tumba grandiosa, senhora — comentei — De que tipo seu marido era? Soldado ou poeta?

— Ah, garoto, nenhum dos dois — ela sorriu — Ele era um rei.

[...]

Apenas quando ela despiu sua capa que caía-lhe sobre os ombros foi quando reparei em todas as tatuagens pelo seu corpo. Símbolos desconexos, trigramas, katakanas e hiraganas. Contavam alguma história entre os inúmeros silabários, mas não serviam apenas para isso: quando Yujirei se aproximou da entrada do mausoléu, um fuinjutsu brilhou em harmonia com suas tatuagens que também adquiriram a luminescência esbranquiçada, finalmente destrancando a porta.

No entanto, embora minha feição fosse de calmaria, não havia deixado de pensar um só segundo no que Kaze havia me contado sobre Taoryu. Se ele estivesse certo, seria um risco deixar a vida da contratante em suas mãos, mas algo me incomodava profundamente em toda essa história. Por fim, decidi a formação em que nos dividiríamos agora.

— Nos separaremos em duas duplas — anunciei, mas todos já previam que aconteceria uma divisão. Kaze pareceu gostar da minha escolha — Taoryu e Kaze farão a guarda na porta do mausoléu enquanto eu e Aries acompanhamos a senhora Yujirei até lá dentro.

Notei, por um milésimo de segundo, o semblante de Kaze se tornar confuso, já que ele esperava entrar no lugar do homem-tartaruga. Aries e Taoryu também não esperavam por essa formação, acostumados ao fato de que eu e Kaze trabalharmos melhor juntos, mas nada falaram.

Aquela era minha forma de mover as peças no jogo.

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Re: rank A ミッ — o soldado e o poeta - Postado Qui Set 23, 2021 11:49 am

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O mausoléu era feito de apenas um cômodo com pé-direito alto e várias estátuas distribuídas em cada canto de parede. Gárgulas me observavam do alto, seus olhos frios de concreto intensamente focados em minha direção. No centro de tudo, um caixão de mármore descansava quieto e solitário, e mãos trêmulas deixaram flores coloridas sobre a tampa.

— Ah, querido… — o choro da anciã tocaria o coração de quem tivesse um — o mundo é realmente mau, não é? Conseguiram te tirar de mim…

O monólogo continuaria por algum tempo. Yujirei contaria ao caixão que os filhos haviam crescido bem desde a última vez em que ela esteve ali. O mais novo teria até um bebê. Queixou-se de sua partida, que tudo que ele tentou foi protegê-la de sua maldição. Deixei de prestar atenção e me concentrei na arquitetura do lugar, até que uma cotovelada me trouxe de volta ao presente:

— Tem algo errado lá fora, capitão — Aries era uma ninja sensorial — Acho que… Kaze e Taoryu estão… lutando?

— Que merda… — pensei por um segundo — precisamos ir.

E partimos, mas não antes que cada um de nós deixasse um clone para trás com a finalidade de guardar a concentrada viúva. Uma vez lá fora, o cenário que encontramos era de guerra: ambos com armas empunhadas e Taoryu, provavelmente pego de surpresa pelo ataque, com um grande corte que expunha a carne brilhante e carmesim na região da costela.

— Capitão…

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Re: rank A ミッ — o soldado e o poeta - Postado Qui Set 23, 2021 1:30 pm

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O sorriso no rosto de Kaze era demoníaco. Vermelho, como deveria ser, os dentes brancos pintalgados pelo sangue de seu amigo antigo assim como a lâmina de suas duas adagas curvas. Sempre foi um assassino perfeito, debochado e irritante, mas não um traidor. Com todas as cartas postas à mesa, entendi o erro que havia cometido ao não ter abortado essa missão quando o shinobi denunciou de forma mentirosa a tartaruga humanóide ninja. Pensei, num erro de cálculo, que deixar Kaze vigiando Taoryu seria o suficiente para que, se a denúncia fosse verdadeira, ele desistisse de atacar Yujirei - já que teria que enfrentar todos de uma só vez.

— Tao! — quem gritou foi Aries, começando a correr na direção dos dois — Seu filho da puta!

— Nem mais um passo ou eu o mato de vez — ele apontou uma das adagas na direção da garota com coroa de chifres de carneiro, fazendo com que freasse o ímpeto de avançar — Eu preferia matar primeiro o capitão, confesso. Dentro do mausoléu, mas tive que mudar de planos. Azar o seu, monstro.

— Como pode, Kaze? São seus amigos, antes de mim ou de serem um esquadrão.

— Ah, me poupe — ele cuspiu no chão, a outra adaga mantida próxima ao pescoço de Taoryu —, acha que é isso que eu quero? Ouvir sermão de um garotinho impetuoso? Nós matamos pessoas. Somos loucos, Treze. Você também é. Aries um dia também vai te trair, é assim que somos. Eu apenas fiz isso primeiro.

Aries avançou com lágrimas nos olhos. Kaze cortou fora o braço de Tao que segurava a espada.

— Eu falei para você não continuar…

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Re: rank A ミッ — o soldado e o poeta - Postado Qui Set 23, 2021 3:22 pm

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Um grito de dor saiu dos lábios da tartaruga ninja, a poça de sangue aumentando cada vez mais onde seu braço havia caído. Aries não parou, transformando suas mãos em um emaranhado de lã e fazendo com que fossem na direção de Kaze. O homem de olhos e trajes negros moveu suas adagas de forma tão veloz que conseguiu neutralizar todas investidas das linhas que quase o amarraram.

Eu também não pretendia ficar parado, arremessando meu corpo para frente como se duas molas me empurrassem na direção do inimigo. Ao passo em que Aries agiu pelo flanco esquerdo, avancei pelo direito, sacando minha espada e me aproximando com giros rápidos de joelhos. Não o acertei por muito pouco com a lâmina por muito pouco, mas fiz com que o homem precisasse pular para trás para se esquivar. Com a abertura criada pela distância, Aries recuperou Taoryu e o deitou próximo do mausoléu.

— Rápido, capitão, mas não o suficiente — disse o traidor, os cabelos verdes esvoaçando enquanto nossas lâminas se beijaram ao segundo movimento de joelho e rotação da katana, defendido pelo rápido homem com as facas curvas colocadas em x — Lembra da vez em que nos conhecemos?

Não poderia ter esquecido. Afinal, ele havia tentado me matar. O único até hoje que foi capaz de desviar do meu hiraishingiri, que com os próprios dentes mordeu minha espada e a arrebentou. Por isso, sabia que era necessário ter cuidado ao enfrentá-lo diretamente.

— Parece que finalmente vamos ter a chance de resolver essa pendência — Sorri. Talvez, quase como Kaze, eu também gostasse da sensação do sangue escorrendo pelo fio da arma.

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Re: rank A ミッ — o soldado e o poeta - Postado Sex Set 24, 2021 9:27 am

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Avançamos um contra o outro em um movimento tão rápido que dificilmente poderia ter sido acompanhado por pessoas comuns, ainda que não houvesse ninguém ali além de Aries que cuidava de um Taoryu quase morto. Em minha cabeça, tocavam banjos, bandolins e tamboretes. Era o sabor da luta, o ritmo da batalha, a sensação de aposta máxima: a própria vida. Não há espaço para deslizes quando o risco é fatal.

Meu braço esquerdo já havia executado aqueles movimentos com a espada inúmeras vezes. A lâmina parecia cortar a atmosfera com uma beleza inebriante, mas nenhum avanço passou das defesas do inimigo. Kaze, que empunhava duas adagas curvas, era rápido como um lince, tanto para defender quanto para atacar. Ele girou sobre o próprio peso enquanto se curvava levemente para esquivar da minha katana que avançava na horizontal, deixando o braço estendido no movimento e então perfurando rapidamente minha barriga.

Primeiro senti calor onde recebi a estocada, um desejo imenso de dormir, como se minhas pálpebras fossem feito de aço.

Não.

Apertei os olhos e, enquanto descia a katana para defender da outra estocada, manipulei insetos para que eles fechassem o ferimento e não deixassem que eu perdesse sangue. Sabia que aquela era a jogada do homem, havia-o visto executá-la inúmeras vezes.

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Re: rank A ミッ — o soldado e o poeta - Postado Sex Set 24, 2021 10:57 am

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Os olhos arregalados de Kaze encontraram com os meus, calmos o suficiente para não piscarem quando a sua adaga tocou minha lâmina e eu deixei que ela deslizasse para o outro lado, deixando-o com o peito aberto e sem defesas para que eu atacasse. Assim o fiz, obviamente, mas não encontrei nada. Com um salto rápido para trás, o homem de cabelos verde-escuros se movimentou apenas o suficiente para sair do alcance da minha arma, ficando numa distância perfeita para outro ataque enquanto meu braço viajava em meia-luta.

Ele sorriu mais uma vez com seus dentes sujos de vermelho, lambendo os lábios e focando outra vez em seu golpe baixo que estocaria minha barriga. Saltei para trás, dessa vez para mais longe do que ele poderia alcançar. Distância, afinal, era uma das palavras chaves para um combate de espada contra adagas.

Não que ele fosse ficar parado, saltando em minha direção como se tivesse mola nos calcanhares e apoiando o pé esquerdo no chão antes de finalmente curvar o cotovelo para preparar outro ataque. Feito isso, vi o joelho de seu pé apoiado falhar, levando-o a tombar no chão e arrastar o ombro contra a terra. Dei mais alguns passos para trás, como numa dança.

— Vamos lá, Kaze. Levante-se, você aguenta mais que isso. Afinal, esse é só o começo dos efeitos.

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Re: rank A ミッ — o soldado e o poeta - Postado Sex Set 24, 2021 2:53 pm

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O homem tentou mais uma vez se levantar através da perna de apoio, mas ainda que levasse a mão ao joelho para firmá-lo, não foi possível. Sentia-se fraco, incapaz. Olhou-me com o desespero de uma ovelha que vê o lobo se aproximando e não pode fazer nada por isso.

— Capitão…

— Deixa que eu te explico, Imediato — andei em sua direção, sacando a outra espada e deixando que sua ponta de aço raspasse o chão vagarosamente enquanto eu andava — Como lutar com alguém que já me viu agindo inúmeras vezes, repetidamente usando minhas técnicas principais e que assim sabe meus maiores segredos? Precisava tentar algo que nunca tinha feito em sua frente. Como, por exemplo, essa bela espada que foi fabricada exclusivamente para mim.

Fraco demais para se levantar devido ao chakra cada vez mais drenado pela arma, Kaze começava a suar e a ficar esbaforido, como se o ar fugisse-lhe dos pulmões. Sim, parece que aquele havia sido o cheque-mate, pois o ninja nem sequer foi capaz de erguer os braços para se proteger do chute que executei em sua direção, acertando seu rosto e fazendo com que caísse próximo a alguns galhos de árvores.

— Não reparou que eu não te cortei uma só vez com ela? Bom, é que a Mushi Ha é incapaz de cortar. Seu erro foi não pensar um passo à frente, não imaginar que eu saberia exatamente como você luta, a distância em que gosta de atuar e a forma como normalmente ataca — deixei que a ponta da lâmina que possui fio, e não a outra, encostasse em seu queixo sem força — Sinto muito que tenha terminado assim.

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Re: rank A ミッ — o soldado e o poeta - Postado Sex Set 24, 2021 4:37 pm

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A katana transpassou seu coração sujo. Antes de maldade, agora de vísceras implodindo e se espalhando até que cuspisse um líquido vermelho e provavelmente amargo. Eu não me importava, queria poder dizer que refletiria sobre isso, e sobre o quanto o mundo é mau, que amigos traem e que a ganância do homem pode ser maior que ele mesmo. Na maioria das vezes é, e eu sabia disso. Infelizmente sabia, já havia visto o suficiente para entender. Então não, ninguém choraria pelo cadáver que jazia no chão. Os olhos fixados em alguma fruta presa à árvore. Cuspi.

Virei-me e fui até Aries, abraçando-a gentilmente enquanto ela chorava pelo braço perdido do companheiro, tentando desesperadamente usar algum ninjutsu médico que claramente ela não tinha propriedade para executar. “Calma”, e ela parou, decepcionada consigo mesmo em seu próprio pranto. Deixei a katana de Taoryu ao lado dele, o homem-tartaruga agradeceu, ainda que não pudesse segurá-la com a mão boa - esta que permanecia jogada no meio do cenário na entrada do mausoléu.

À essa altura, meu clone e o de Aries saíram ao lado de Yujirei, a viúva contratante dessa missão. Tivemos uma breve conversa explicando sobre tudo que havia acontecido, mas que o traidor já havia sido neutralizado e que ela não precisava se preocupar. Ela me pediu desculpas. Aquela era a sua maldição.

— Não se preocupe, senhora. Amaldiçoados somos todos. Soldados, poetas, reis e deuses.

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