Jaina Lohse escreveu:

Aquela sensação terrível tinha saído, eu poderia sentir o corpo quente porem cansado de minha parceira de equipe, a abraçava forte por não perdido para aquela nojenta. A caverna estava em total silencio, o pouco barulho que conseguia ouvir era da voz do cabeludo azul, da respiração ofegante de sua colega e de uma pedra que pingava gotas de água. Humidade talvez.

Segurava a Ooki nos meus braços, sabia que ela estava cansada, mas achava ela quieta demais, até que escuto um gemido como se ela quisesse me dizer algo. Logo seu corpo começou a pesar e o som das gotas caindo na pedra começaram a aumentar, parecia que vinha de outros lugares. Tento balançar Ooki para saber o que ela queria me dizer, mas recebo apenas silencio. Começo a me preocupar, via apenas o pequeno semblante do seu rosto, estava muito escuro ali. Envolvo mais meus braços nela e sinto algo nas suas costas.

— Ooki, você esta ferida...— Falo, apalpando mais e sentindo cada vez mais o molhado. Percebo que não era uma ferida qualquer quando sinto uma de suas costelas exposta. Minha mão começa a tremer

— Não...Não...NÃO.  Ooki responde, loba acorda, POR FAVOR. — Balanço cada vez mais ela e mesmo assim apenas um boneco mole a minha frente.

O chão ao meu redor estava como fosse uma enorme poça de sangue, o corpo de minha colega agora sem vida se apoiada com todo aquele peso gélido sobre meu corpo paralisado. Mesmo no escuro, conseguia ver o chão vermelho, aquele silencio era assustador, pior coisa, minha voz não saia, meu corpo não me mexia

— Você não... de todas as pessoas... você não. — Falo deitando sua cabeça sobre meu peito. Levemente fecho suas pálpebras

— SENSEI.... ALGUEM.... RAPOSINHA... POR FAVOR ALGUEM... SOCORRO... NÃO QUERO FICAR SOZINHA.... — Entro em choro profundo.

O barulho do sangue pingando sobre as costas de Ooki, juntavam aos de minhas lagrimas, que além de cair sobre o corpo da loba morta, pingavam na enorme poça que nos cercavam.  Aquela escuridão se fechava e fico pensando onde eu havia errado. Na minha cabeça começava passar as imagens da luta que havia tido agora a pouco com a Priscilla. Tentava entender como ela teria acertado o golpe, ela havia sumido, eu tinha certeza de que vi ela sumir. Meus olhos já estavam inchados de tanto chorar, forço meu chacra para ativar meu Doujutsu, tento o Sharingan para enxergar mais naquela escuridão, porem via apenas vermelho sangue.

“Eu falhei, eu falhei novamente, não pude te proteger bem no frete dos meus olhos. Sou fraca e tola, e por isso paguei o preço caro.”

Fico com esses pensamentos rodeando minha cabeça. Aquele círculo de escuridão começa a se fechar e eu me sentia quase me afundando no sangue sob meus joelhos. Não sabia o que fazer, até que começo a escutar berros e gritos na minha cabeça, era algo desesperador. Uma das vozes eu reconheci sendo como da Irmã da Ooki, logo supus que as outras seriam dos outros dois. Eu tremia, tremia de medo, de raiva, de ódio. Precisava fazer algo, e se eu fosse a única a salvá-los.  Entro no fundo da minha mente.

“Imagina perder todos, seus irmão estão em perigo. Ooki, me ajuda...Não tenho forças, sou apenas um empecilho.” — Nesse momento o corpo da loba cai de modo que apontasse a direção onde eles estavam. — “Não, eu preciso ser forte, ela não me perdoaria. Você fez uma promessa não fez, ou vai voltar a ser aquela Jaina do passado. Se não for por você faça para honrá-la. Levante-se” — Meu corpo ia se levantando aos poucos, ele vibrava estranho, uma força surgia de onde eu não sabia — “Força, não desista agora, não deixe que seja que seja tarde demais.” — Fico de pé, pego a minha espada e quando iria começar a correr escuto algo dentro da minha cabeça.

Era a voz do sensei e ele ria, ria de forma macabra e assustadora e diz:

—...Quando foi que eu disse que era seu aliado?

Ele era o culpado, era o culpado de estarmos ali, da minha dor, da morte da Ooki e dos gritos. Eu não o via, apenas escutava sua voz. Meus sentimentos eram de vingança e raiva. Eu tinha que chegar até eles, nessa missão não poderia falhar, não mesmo.

Me levanto, olho uma última vez para o corpo da minha amiga e corro, como se meus olhos estivessem em chamas, até o outro caminho. Eu iria matar aquele maldito.

“Prometo te dar um enterro digno. Digno de uma loba guerreira.”

HP: 120/120│MP: 75/120 | ST: 1/3
Sanidade: 140/140 | Velocidade: 10 m/s

Considerações:

Emme