A Nona caminhava pela aldeia em direção ao portão sob o peso de ser quem era, uma realidade na qual ainda não tinha se acostumado. Ao olhar para trás só poderia sentir o fardo de ser a nona ninja a ocupar o comando da vila e isso era, sem sombras de dúvidas, sinal de que sua própria cabeça corria risco, seja de inimigos internos, mais poderosos que ela, seja de toda sorte de bárbaros do exterior que provavelmente viam na instabilidade da aldeia um prato cheio para suas aventuras mercenárias. No fundo, ela não se importava com nada disso.

Keiko, sua irmã, uma vez disse-lhe que, para ser a Sombra não bastava ser a mais forte, impor medo, era preciso ser mais inteligente que todos os demais, saber, estrategicamente, utilizar tudo o que tinha a seu favor. Imbuída desse sentimento ambíguo, de apreensão pelo diferente e ansiedade social que ela chegou ao portão.

— Hokage-sama — disse um dos guardas do portão —, aquela é uma ninja de Iwagakure no Sato que veio tratar com você — explicou o homem, uns cem metros afastado do grupo.

A mulher dispensou um olhar no rapaz, um pouco mais velho que ela e ele se retirou dali. Ela continuou seu caminho até encontrar dois de seus ninjas e a mulher.

— Desculpe-me pelo atraso, era para meu assistente ter te encontrado, acredito que já tivemos a oportunidade de nos conhecer? — perguntou, enquanto fazia uma leve mesura, nada que fugisse do protocolo esperado.

Virou-se em direção ao seu comandante militar, um homem que parecia fazer qualquer coisa pela vila, talvez fosse a pessoa que Tomie mais temesse, devido a isso, tê-lo ao seu lado, provando constantemente a sua fidelidade, era uma das suas grandes estratégias para se manter no poder.

— Comandante, se não for pedir muito, poderia nos acompanhar? — disse, dessa vez voltando a fitar a ninja da Pedra, indicando a ela o caminho em direção ao gabinete da Sombra da Folha.